sexta-feira, 23 de julho de 2010

AOS MENDIGOS DE TODOS NÓS

Nas ruas estreitas espreita
o vagabundo cioso de suas coisas
lava a cara na fonte quando é
despertado o dia.

Arruma bem dobrado os seus
cobertores e deixa a «casa» em
ordem, antes de se fazer à estrada
para mais um dia de pedinchice.

Tenta pentear-se mas o cabelo
não consente de tão sebento que
está, molha a cabeça e aventura-se
na manhã acabada de nascer.

Nas mãos leva um saco para guardar
o que lhe forem dando, de
preferência comida, que o dinheiro
não enche a barriga.

Percorre estradas e ruelas de mão
esticada apelando aos senhores
e senhoras que sejam complacentes
com ele, que nada tem ou usufrui.

O saco vai-se avolumando de fruta
e de pão, algumas moedas à mistura,
enquanto ele calcorreia ruas a perder
de vista, o sol é implacável.

Quando a tarde se põe regressa a casa
num vão de escadas e põe-se a observar
o ganho do dia, não vai passar por fome
hoje, mas cada dia é um dia de sobrevivência.

Sejamos honestos para connosco
próprios e ajudemos estes pobres
mendigos, dando-lhes atenção e comida
que os faça um pouco mais ricos.

Depois de comer enrola-se no cobertor
e nos jornais e assim adormece
após mais uma refeição que o altruísmo
de certas pessoas lhe concedeu.

São humanos como nós, que sofrem
e agonizam dia após dia por uma migalha
de pão e se possível por novos cobertores
que os últimos estão gastos e rasgados.

Sejamos nos outros o que gostaríamos
para nós próprios sendo bons samaritanos
e praticando boas acções que trará a
felicidade a quem não tem nada.

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