quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

CRESPÚSCULO

É quando um espelho, no quarto,
se enfastia;
quando a noite se destaca
da cortina;
quando a carne tem o travo
da saliva,
e a saliva sabe a carne
dissolvida;
quando a força de vontade
ressuscita;
quando o pé sobre o sapato
se equilibra...
E quando às sete da tarde
morre o dia
- que dentro de nossas almas
se ilumina,
com luz livida, a palavra
despedida.

NOCTURNO
Eram, na rua, passos de mulher.
Era o meu coração que os soletrava.
Era, na jarra, além do malmequer,
espectral o espinho de uma rosa brava...
Era, no copo, além do gim, o gelo;
além do gelo, a roda de limão...
Era a mão de ninguém no meu cabelo.
Era a noite mais quente deste verão.
Era no gira-discos, o Martirio
de São Sebastião, de Debussy....
Era, na jarra, de repente, um lirio!
Era a certeza de ficar sem ti.
Era o ladrar dos cães na vizinhança.
Era, na sombra, um choro de criança...

Forma e Conteúdo

Linha sobre linha
Vírgula após vírgula
Ponto depois de ponto

Num momento a gente acorda
Noutro se esta em transe
Preso a vários aparelhos

Não se fala com a morte
O chão canta para os ossos
A gravidade atrae a carne

Palavras tentam dizer alguma coisa
Mas o manto turvo da aprovação
Tudo cala com violência

Vou lhe responder
A pergunta que não foi feita
Não se deve pensar alto

Lágrimas nos lencóis
Cada um com a sua dor
Somos descartáveis

No ritual da existência
Pedras brancas pesam mais
Que pedras pretas

TUA ALMA

Fina pérola em plenitude de amor
translúcida c'o teu alvor enternece
minh'alma na tua em canto e prece
transcendendo névoas de amargor.


Reluz no esplendor da aurora virginal
luzes! em imaculada chuva de lírios
irradias teu olhar em versos macios
badalo prateado! no sino da catedral.


Alicerce em véus de sublimidade
e, se destas raízes o teu alimento
germinem amores na eternidade.


Alfa e ômega, um princípio sem fim
anúncio de glória de todo o tempo
imortal sejas, aqui dentro de mim.

ANJO

Eleva-me aos céus em tuas asas prateadas
em douradas harpas tange a melodia de amor
e sinetas hão de vibrar na mansidão da alvorada
embaladas pelo som do meu anjo redentor.


Evoco-te em sonhos desliza suave em meu ser
Branco anjo da lua traz-me terna inspiração
no brilho de única estrela serei eterna devoção
em abertas plumas da saudade vem me proteger.


Ampara-me neste sobrevôo peregrino
bendito mensageiro esculpido em mim
acolhe minha vida faz de mim o teu destino.


E no derradeiro encontro entre as nebulosas
sai de meus sonhos no perfume do jasmim
infrene...leva-me pelas montanhas alterosas.

Escolher a ferramenta

Apresenta-se a luz com soluços e choro.
Anuncia sua chegada mágica que em teu redor
permanecerá por tempo desconhecido.
Sua fonte de existência: a luz, o ar, a terra, a água,
vem fazer sua historia, que poderá ser escrita com harmonia,
amor, esperança,doçura ou
com o medo e terror, violência e trevas.
Luz e escuridão, oferecidas igualmente para a livre escolha
de um coração que, um dia, fará a escolha de quem receberá
a semente mais preciosa: seu amor.
Esta fonte mágica, essência de mistério, colocada ao planeta,
que se posta rapidamente como serviçal fiel, a prestar-lhe todos
os serviços de sustentação e de encanto,
desde a pequena flor ao grande oceano, um universo
de amor Maximo oferecido graciosamente.
Falo da vida, esta oferecida a cada um pelo rei do universo,
na esperança simplesmente que façamos nossa historia
com a mesma ferramenta utilizada por ele: o amor.
Então vamos jogar para fora tudo de ruim e fazer o que ele espera.

ORAÇÃO PEREGRINA

senhor de todos os caminhos:

não remova esta montanha
dê-me pernas resistentes

não enfraqueça os ventos
dê-me orelhas de Vicente

não encurte o capim
dê-me braços com dentes

não esconda os atalhos
dê-me olhos inocentes

não desligue a inércia
dê-me músculos desobedientes

não ilumine as mil e uma noites
dê-me coração paciente

não aproxime o próximo passo
dê-me joelho suficiente

não junte as encruzilhadas
dê-me juízo indiferente

não revele meu destino
dê-me pés pra frente

É PRECISO REAGIR

Se a dor no peito seu, vem... se agiganta
E arranca-lhe soluços incontidos;
Se os ideais que tinha estão perdidos,
Se crê que o esforço seu já não adianta...

Se a fé lhe foge e deixa-lhe o vazio,
Da esperança que ficou distante,
Se na vitória já não está confiante
E, da existência, teme o desafio:

Então pense:" Será você somente,
Que sente, neste mundo, a dor pungente,
Que todos sofrem para progredir?"

Lute sem se importar com o resultado...
O importante é não ficar parado,
Morrendo devagar, sem reagir.

SE EU PUDESSE FALAR COM DEUS

Diante de Ti, nada sou.
Porém, contigo, sou fraco e sou forte:
Triste, calado diante da vida
Mas busco sempre refúgio
em Ti.
Às vezes sou incompreendido,
Porque soube Te compreender.
E choro pelo mal que te fizeram.
Aqui estou, Senhor como todos.
E teria milhares de perguntas a fazer
Não a coragem para somente pedir.
Quero Te agradecer
Aclarar esta alma
Que muitas dúvidas traz.
Aceito Teu desafio
Sem ter medo de sair perdendo.
Propago e propagarei Teu nome,
Levarei coragem, amor, doação
Para aqueles que me procuram.
Senhor! Aqui estou!.
Sou rico para pedir, pobre para oferecer.
Mas se pudesse falar contigo, meu Deus,
Teria muito que agradecer.

SEMPRE A TEU LADO

Escolhi essa melodia para você,
Alguém que faz parte de minha vida..
Te adoro !!
Queria tanto te amar, estar nos seus braços,
sei que me faria feliz.
Vou te confessar um segredinho :
Queria saber cantar..
Cantar baixinho para você sem desafinar.
Diria na minha canção :
Estarei a seu lado, acredite!!

Foi assim que ele falou com tanta ternura.
Eu o escutei com o coração a palpitar..
Ouvi a melodia, que enchia a minh’alma,
Cada acorde, ele estava presente.
Era ele no meu interior que dizia:
"Ama-me, como se eu merecesse
todo esse esforço..
Abraça-me, sufocando toda essa angústia..
Mexa com minha vida,
Como jamais ninguém mexeu..
Adicione em mim, tudo o que há de bom em você,
Porque é assim, que te sonho e te espero..
Sempre ao meu lado, acredite !!

Te quero assim...

Como a noite chegando cálida e quente,
abrigando nossos corpos madrugadores,
impregnados de saudades e mil desejos,
ávidos por toques, abraços e doces beijos.

Te quero assim...


Com a suavidade da seda em lençóis de luz,
cuja tessitura abriga um sôfrego coração,
que continua batendo forte, procurando
materializar seus mais profundos anseios.

Te quero assim...

Com o perfume das mais singelas flores,
inebriando meus sentidos já encantados,
com a tua respiração e fala entrecortada,
revelando-se em tão deliciosas sensações.

Te quero assim...

Amanhecendo preguiçoso, querendo carinho
deitando teu olhar na ternura do momento,
em que te olhas no meu espelho e encontras
aquele oásis de felicidade em sutil miragem.

RUAS TORTAS

Caminho pelas ruas tortas,
Onde não se vê o fim,
Não sei aonde vou chegar...

Sigo, mesmo assim desorientado...
Nesse caminhar, vejo roseiras tristes, sem rosa
E jardins sem jardineiros...

Meninos com os olhos remelados,
Descalços, com “bicho-de-pé”,
Todos o tratam por “Zé”,
E os lixos são por eles, aproveitados...

Meninos de barriga cheia
Passam sentados no banco detrás
Dos carrões importados
Com dinheiros “desviados”...

E continuo pelas ruas tortas dos contrastes,
Outros meninos jogam “bola-de-meia”...
Penso...
Meu Deus! A coisa tá feia.

Comento com um transeunte,
Ouço: - Ora! Deixa, sempre foi assim!
De lado, um homem sentado no meio fio,
Olhos vermelhos, embriagado...

Logo adiante uma batida de carros,
No outro quarteirão da rua torta,
Um grito: Pega o ladrão!
Um político assustado, fecha a porta...

Quando já perdia a paciência,
Despertei tonto, desorientado,
Meu sonho mostrou-me a realidade
De um mundo desnivelado...

É o mundo da incoerência,
Do mal!
Aí, entendi o porquê da rua torta,
Ela representa vida.

SEMPRE A TEU LADO

Escolhi essa melodia para você,
Alguém que faz parte de minha vida..
Te adoro !!
Queria tanto te amar, estar nos seus braços,
sei que me faria feliz.
Vou te confessar um segredinho :
Queria saber cantar..
Cantar baixinho para você sem desafinar.
Diria na minha canção :
Estarei a seu lado, acredite!!

Foi assim que ele falou com tanta ternura.
Eu o escutei com o coração a palpitar..
Ouvi a melodia, que enchia a minh’alma,
Cada acorde, ele estava presente.
Era ele no meu interior que dizia:
"Ama-me, como se eu merecesse
todo esse esforço..
Abraça-me, sufocando toda essa angústia..
Mexa com minha vida,
Como jamais ninguém mexeu..
Adicione em mim, tudo o que há de bom em você,
Porque é assim, que te sonho e te espero..
Sempre ao meu lado, acredite !!

Da Arte de Ser Feliz

Vinha eu descendo a ladeira
apreciando as flores
e de repente encontrei um menino
perdido entre os amores.

Perguntei a ele
porque estava tão triste?
Ele então me disse que estava
cansado de amargar a vida.

- Ah, bem respondi...
- É verdade, disto ninguem gosta
mas pense bem, amorzinho
se a vida não te amargar algumas vezes,
como saberás que és feliz
quando ela te encontrar?

- Ela? Disse ele estranhando.
- Ela quem? perguntou de novo.
- A Felicidade, meu anjo,
aquela que todos nós procuramos e
nunca está onde supomos
e ele me disse:
- Já ouvi isso minha senhora,
mas também ouvi que às vezes
está ao nosso lado e não a enxergamos.

- Sim meu doce amiguinho,
às vezes não damos o devido valor,
ou
até mesmo não encontramos respostas
que nos levem a considerar
que realmente somos felizes
do jeitinho que estamos.

- Porisso mesmo, é que precisamos da
vida aprender o amargo, o fel
para que possamos discernir quando
a felicidade é nossa
ou apenas é um reflexo na água
e por nos acostumarmos tanto ao reflexo,
pensamos que somos felizes
e nos contentamos com tudo,
e até choramos muito
se o reflexo nos for arrancado.

- Mas eis que de repente
meu menino esperto,
chega um estrangeiro e nos acena
não com reflexos, mas com certezas,
com a concretude de sentimentos
e a materialização de lindos pensamentos.

- E então meu caro amiguinho,
por termos chorado muito e
amargado longas horas de angústia,
conseguimos enxergar que
a felicidade encontra-se no bem querer,
na ternura e no carinho manifestados,
e não numa ilusão enganadora e cômoda.

- Então minha senhora,
quando o passado amoroso foi uma miragem
o que reservará o futuro?

- Ah, meu lindo, para o futuro a esperança
de um novo horizonte a despontar a cada dia,
repleto de renovadas alegrias,
a fluir como as águas do rio
que nunca passam duas vezes no mesmo lugar,
e serpenteiam à procura do mar imenso
da plenitude do viver.

Lá se foi o menino com seu livro debaixo do braço,
onde pude ler,
enquanto conversava com ele, o seguinte título

"Da arte de ser feliz"

UN AMOR MAS GRANDE

Nada puede cegar esta hermosura
de ver a los niños cerca a Jesús
cuyo aliento les inspira y les da luz
mientras se adpatan al frío que motiva
sus pasos hacia el desarrollo de su realidad
que aviva su delicadeza y su ritmo
armonizando cada paso para su madura
forma de concebir e interpretar la verdad

El corazón de un niño sabe a rocio
siempre tiembla bajo el cielo
porque la vida con ellos es profunda
clara, nítida y diamantina, es río
caudaloso que sigue con Jesús su curso
mientras ellos van tallando las huellas
bellas de su andar que es infinito

Tienen con Jesús afán de golondrina
y juego de cabellos y mariposas
mientras su piel de almendra adivina
que hacen para Jesús y El afina
las notas que quedarán en su alma
preparándoles para su progreso
respondiendoles a todo eso que tendrán
como interrogante para su evolución
en su dorado aroma de juventud

Con sus ojitos que le iluminan
siguen los niños su ruta celestial
en este momento cuando afinan
su instrumento musical y atinan
a encontrar su verdad, unos con pena
a veces otros sonriendo y jugando
cada segundo su inocencia amando
y descubriendo lo que Jesús enseña
con cada latido el corazón insiste
porque es por El que Dios existe

Alma livre

Quem me dera estar entre as estrelas

através da transição

passeando por entre mares

sentindo-me despido na fragilidade de um corpo



Quem me dera em liberdade

longe de maus pensamentos

na ruína da maldade

na ingenuidade de uma criança



Rever outros espíritos

falar com os génios da música

no encanto do silêncio

por entre as árvores espaciais



Sentir o palpitar da natureza

na magia de uma rosa

sorridente e feliz

no hiper espaço



Tornar-me-ei livre

de um corpo

que se transforma em pó

na fogueira da libertação



No encontro

de novos seres

que aguardam

seu regresso.



E o processo renova-se

na continuidade

como um enviado por Deus

e o milagre da natureza acontece.

BONS VIZINHOS

Muita persistência é necessária aqui
Para alcançarmos aí o tão almejado,
Numa conduta cerradíssima sem fim
Teremos então em mãos o desejado.


E o que é desejado aqui senão amor
Muita compreensão e demais senso,
Ao outro, vizinho, jamais se sobrepor
Movimento flexível, em nada é tenso.


E num aperto de mão selaremos tão
Indiscutível conquista esclarecedora
Como o rito forte, de nosso coração.


Armas rendidas num canto qualquer
O Homem mostrando enternecedora
Ductilidade, eis a forma para vencer.

Mentira piedosa

Janeiro terminando,
fevereiro aqui na porta
com gosto de ausência.
E se não fora pouco
o deixar derradeiro
fico sem tua presença,
mais um pouco de dor,
acrescida
pela tua indiferença.
Quem dizia o tempo todo
que tinha por mim
um imenso amor?
Agora não importa...
Foste embora sem pedir licença.

SINTÉTICO

Ya repararán que todas las guerras
O son por religión, ora por riquezas
Y el nuevo riquísmo, invade las tierras
Si tullidos, por tamañas bellezas?

Si porque esta gente odia lo bello
Nacerán con el cielo, cambiado para luna,
Y pobres de nosotros, no tienen cerebro,
Y así vagan, a la noche por la calle.

Después tenemos el fanatismo religioso
Aquel mal, allí de veras, canceroso
Instruyendo jóvenes, con gas suicida.

Destruímos todo, lo que aquí había,
Y transformamos, dócil y dúctil día,
En lucha química, como el pesticida.

Receba a luz divina

A luz divina jorra dentro de você.
Espraia por todo o seu corpo e a sua alma. Enriquece os seus dias, abre o seu futuro e modifica o curso dos acontecimentos.
Impregna inalterável.
Procure intensamente essa luz reconfortante.
A luz divina brilha no seu coração, dá-lhe alento e mostra as saídas corretas para os seus problemas.
A luz que ilumina você jamais se extinguirá.

Seja você mesmo... Sempre!

Não espere um sorriso para ser gentil...
Não espere ser amado para amar...
Não espere ficar sozinho
para reconhecer o amor de quem está ao seu lado.
Não espere ficar de luto, para reconhecer
quem hoje é importante para você!
Não espere o melhor emprego para começar a trabalhar.
Não espere a queda para lembrar-se do conselho.
Não espere a enfermidade para
saber quão é frágil a vida.
Não espere ter dinheiro aos montes, para então contribuir.
Não espere por pessoas perfeitas para então se apaixonar.
Não espere a mágoa para pedir perdão.
Não espere a separação para buscar a reconciliação.
Não espere elogios para acreditar em si mesmo.
Não espere a dor para acreditar na Oração.
Não espere o dia da sua morte sem antes...
Acreditar na Vida.
Seja sempre você, autêntico e único!

Não existe inverno no Reino da Esperança

Seria maravilhoso não ter que encontrar dificuldades, no entanto da mesma forma que os exames estimulam os estudos de uma pessoa, sem as dificuldades não pode haver progresso ou desenvolvimento. Não agir pelo bem é o mesmo que corresponder ao mal. Não avançar é o mesmo que retroceder. Fugir perante a luta é o mesmo que abandonar a fé. "O desespero é o refúgio dos tolos" - assim diz o ditado. Enquanto mantiverem a esperança, enquanto empreenderem ações corajosas para lutar, podem estar certos de que a primavera irá chegar novamente. Um provérbio russo diz: "Não existe inverno no Reino da Esperança."

Pensamentos

"Se meditares sinceramente, nas provas que já venceste,
nos problemas que já atravessaste, nas dores que já esqueceste
e nos obstáculos que, muitas vezes, já contornaste,
sem maior esforço de tua parte, reconhecerás que o
amparo de Deus esteve e está contigo em todos
os momentos, aprendendo a cooperar mais em
favor da paz em ti mesmo, consolidando a
fé na Providência Divina que nunca nos desampara."

Phoenix

Ya siento lo que sentiré al tocarte...
será como electrizarme ...será como renacer
será como reintegrarme...
al completarme

Por tu respirar...siento...aroma de ti
y en mi aire ...siento...sintiendo...
que después en vuelos me voy a quemar
y mis esperanzas se incendiarán ...

Quedarán apenas cenizas...solo al tocarte
tu brisa ...tu presencia...
lo que era simplemente polvo ...
a tu alma se incorporará...y tu verás , sentirás..

Tu Phoenix renacerá ....para
llevarme en tus alas...
y asi alcanzar el infinito ...
y posarnos en las estrellas del amor ...

É assim que te amo

Não te amo como um dia ja amei, e esse amor se foi
nao te amo como um cometa que passa
te amo como uma estrela
que borda eternamente o firmamento

Não te amo como se fosse uma flor, que um dia murcha
te amo como semente que tem em si
o jardim florido do para sempre
semente que brota voce no meu amor

Te amo de jeito e forma que não sei,
exatamente com és, do seu jeito
Sinto apenas de forma simples como preciso desse amor
te amo, te amo assim desde o mais profundo de mim

Sinto no meu peito seu toque me amar
como um sol voce me envolve com o calor do seu amor
te amo, quando sonho, quando desperto, ou
quando simplesmente fecho os olhos

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Vem cá, eu te conheço?

Meus olhos estão vermelhos e
não param de arder
mas, ao levantar, olhei-me no espelho
sem precisar me esconder...

Pra variar entrei numa furada!
Sou quarentona, mas continuo tapada...
brigo, choro feito bobona...
oro por falsos estado de coma

ontem fui te visitar
Mas você nem passou por "lá"
as recepcionistas, de "todos"
podem testemunhar
nem casos parecidos
conseguiram encontrar

você só queria a atenção chamar...
Pena que com isso fez muita gente chorar...
Esqueceu de pedir pro tapeceiro
sua estória confirmar?

Não devia a fisioterapia, hoje cancelar...

Eita que a semana promete turbilhão
É máscara pra todo lado
e, mais uma vez, você na confusão

Eu sou eu mesma, nada tenho pra ocultar
Moro onde digo que moro...
Tenho as dores que digo ter...
Exponho minhas rugas, nada pra esconder...

e você?
Vem cá, eu te conheço?

Você é só mais uma personagem
que cruzou meu caminho...
a quem eu dei amor e carinho...

E nem me venha com ameaças
e pare de meus amigos chantagear
ou tudo isso
em B.O vai acabar...

Coisa feia inocentes envolver...
E vê se toma vergonha na cara
e trata de amadurecer

Mas uma coisinha,
essa tua falsa aureola
tá precisando remendar
pois a ponta do chifre
já tá dando pra enxergar...
tá certo que é carnaval
mas se é pra se fantasiar...
melhor caprichar...

É...
hoje eu te conheço
e odiei ver quem você
realmente é...

SENHORA MÃE

Te peço agora, SENHORA
Venha ao meu encontro nesse instante
Interceda junto ao SENHOR
Nesse momento de tanta dor.
SENHORA, eu te digo
Nem sei se mereço
Talvez nem um bom filho tenha sido
Mas agora, SENHORA, de você muito preciso
Diante da agonia e desespero
Que povoa todo o meu ser.
Vem SENHORA, por favor,
Traga pra mim todo seu amor
Toma-me em seus braços
E leva embora toda minha aflição.
SENHORA me perdoe
Se por muitas vezes eu me esqueço
Não me ajoelho e deixo de rezar.
É que sou imperfeito mesmo
E tenho certeza que sabe disso.
SENHORA de todos os cantos
Tira de mim e do meu coração
Toda essa consternação
Me abrace bem apertado, eu preciso
Me traz de volta a paz
Que foi embora e não deixou seu endereço.
Atenda esse meu pedido
Leva pra longe todo esse pranto
Que agora escorre pelo rosto meu.
Atenda esse filho seu
Que tanto te esqueceu
Mas que agora te implora e chora
Diante dessa amargura tanta.
SENHORA, eu te imploro
Fica aqui comigo
Não me deixa sozinho nesse frio.
Sei que atenderá minha suplica
Porque é mãe que a todos escuta
Acalma meu coração
Traga-me o alento que tanto preciso
Não te afastes de mim, SENHORA
Perdoa e me atenda nessa hora.
Marcos Sergio T. Lopes

Tão lindo texto tive que compartilhar...


Todos lembram dela,
quando se sentem sem chão,
clamam por sua ajuda,
através de oração.
Mãe tão doce e carinhosa,
sempre pronta a ajudar,
peça por nossa senhora,
que ela ira te escutar.
Esquecemos de ir a igreja,
esquecemos de rezar,
mas quando estamos em perigo,
é a ela que ajuda vamos suplicar.
Valha-me Nossa Senhora
amada mãe de Deus,
agora e a toda hora,
proteja esses filhos seus!!!!!
Wanderley Mendes Gomes
Um ótimo fim de semana para todos...

SENHORA MÃE

Te peço agora, SENHORA
Venha ao meu encontro nesse instante
Interceda junto ao SENHOR
Nesse momento de tanta dor.
SENHORA, eu te digo
Nem sei se mereço
Talvez nem um bom filho tenha sido
Mas agora, SENHORA, de você muito preciso
Diante da agonia e desespero
Que povoa todo o meu ser.
Vem SENHORA, por favor,
Traga pra mim todo seu amor
Toma-me em seus braços
E leva embora toda minha aflição.
SENHORA me perdoe
Se por muitas vezes eu me esqueço
Não me ajoelho e deixo de rezar.
É que sou imperfeito mesmo
E tenho certeza que sabe disso.
SENHORA de todos os cantos
Tira de mim e do meu coração
Toda essa consternação
Me abrace bem apertado, eu preciso
Me traz de volta a paz
Que foi embora e não deixou seu endereço.
Atenda esse meu pedido
Leva pra longe todo esse pranto
Que agora escorre pelo rosto meu.
Atenda esse filho seu
Que tanto te esqueceu
Mas que agora te implora e chora
Diante dessa amargura tanta.
SENHORA, eu te imploro
Fica aqui comigo
Não me deixa sozinho nesse frio.
Sei que atenderá minha suplica
Porque é mãe que a todos escuta
Acalma meu coração
Traga-me o alento que tanto preciso
Não te afastes de mim, SENHORA
Perdoa e me atenda nessa hora.
Marcos Sergio T. Lopes

Tão lindo texto tive que compartilhar...


Todos lembram dela,
quando se sentem sem chão,
clamam por sua ajuda,
através de oração.
Mãe tão doce e carinhosa,
sempre pronta a ajudar,
peça por nossa senhora,
que ela ira te escutar.
Esquecemos de ir a igreja,
esquecemos de rezar,
mas quando estamos em perigo,
é a ela que ajuda vamos suplicar.
Valha-me Nossa Senhora
amada mãe de Deus,
agora e a toda hora,
proteja esses filhos seus!!!!!
Wanderley Mendes Gomes
Um ótimo fim de semana para todos...

Três Atitudes

Você se considera uma pessoa egoísta, orgulhosa,
ou é alguém que sempre busca praticar o bem?
Talvez a resposta para essa pergunta não seja tão fácil assim,
porisso vamos fazer uma análise dessas três atitudes
considerando alguns quadros e circunstâncias da vida diária:

Na sociedade:
O egoísmo faz o que quer.
O orgulho faz como quer.
O bem faz o que pode, acima das próprias obrigações.

No trabalho:
O egoísmo explora o que acha.
O orgulho oprime o que vê
O bem produz incessantemente.

Na equipe:
O egoísmo atrai para si.
O orgulho pensa em si.
O bem serve a todos.

Na amizade:
O egoísmo utiliza as situações.
O orgulho clama por privilégios.
O bem renuncia ao próprio bem.

Na fé:
O egoísmo aparenta.
O orgulho reclama.
O bem ouve.

Na responsabilidade:
O egoísmo foge.
O orgulho tiraniza.
O bem colabora.

Na dor alheia:
O egoísmo esquece.
O orgulho condena.
O bem ampara.

No estudo:
O egoísmo finge que sabe.
O orgulho não busca saber.
O bem aprende sempre, para realizar o melhor.

Considerando essas três atitudes, você poderá avaliar qual é a que mais se
destaca nas suas ações diárias.
Fazendo essa análise você poderá responder se é uma pessoa egoísta,
orgulhosa ou que age de acordo com o bem.
Com a avaliação em mãos, considere o seguinte:
O egoísmo e o orgulho são dois corredores sombrios que conduzem ao vício, à
delinqüência, à desgraça.
O bem é ampla e iluminada avenida que nos leva à conquista das virtudes
sublimes e à felicidade suprema que tanto desejamos.
Mas para isso não basta apenas admirar o bem ou divulgá-lo; é preciso, acima
de tudo, praticá-lo com todas as forças da alma.
E a decisão entre uma atitude e outra, cabe exclusivamente a cada um de nós.

VEM

Vem! Eu quero naufragar-me nos teus beijos,
Afogar-me nas ondas do teu corpo...
Vem! Naveguemos o mesmo mar,
Sigamos a mesma rota,
Em busca dos mesmos sonhos,
A procura do sentido da vida,
Da essência da paz
E do néctar da felicidade.
Vem! Vençamos as ondas,
Para encontrarmos o arco-íris do "entregar-se",
Levados por essa balsa de sonhos,
Até aportarmos-nos à ilha dos carinhos,
Para deixarmos nossas marcas de paixão,
Na areia dos desejos,
Onde o vento do amor sopra bem forte.

]VENCENDO[

Cada dia é uma excelente oportunidade para refazer nossos conceitos sobre a felicidade. Descobrir onde estamos colocando essa felicidade que andamos buscando feito loucos é
fundamental para entender o porque de nossas tristezas, angústias e decepções. Como eternos insatisfeitos que somos, na maioria das vezes colocamos nossos sonhos tão longe de nós mesmos que parece que não gostamos de nós, ou que temos medo de alcançar o sonho. Na verdade, essa nossa maneira de agir é outra defesa, isso mesmo, nós nos defendemos do mundo
aumentando o nosso medo, o nosso orgulho, a nosso melindre, nossas preocupações. Percebe que tudo que é nosso é maior?
[]
O maior problema, o maior defeito, a maior dor, a maior angústia, o melhor carro, nós bebemos socialmente, nós fumamos por puro stress... não é vício não, vício é dos outros...
Não se acanhe em admitir que tem exagerado em algumas coisas, que o seu medo de sair às ruas é pura defesa, que a sua carência afetiva é outra forma de se defender das pessoas,
sua solidão é apenas medo de relacionar-se e quebrar a cara, como se todos os relacionamentos acabassem mal.
[]
Não, não se julgue, estou te afirmando que isso é natural em todos os seres humanos, de todos os países, de todas as tribos, não é uma coisa sua, é de todo mundo. Quando nascemos, recebemos de fábrica o medo que é uma maneira de preservar nossa vida, a ansiedade, que é para não nos contentarmos com o pouco, o orgulho para que não nos deixemos escravizar, a inveja para buscarmos o progresso sempre, e outros sentimentos que necessitamos para viver. Só que cada um de nós escolhe um
desses sentimentos e abusa um pouquinho mais para nos defendermos do mundo. Então aquela pessoa de nariz empinado que você julga ser a mais orgulhosa do mundo, é apenas uma pessoa que escolheu essa capa de orgulho, essa fantasia para se defender dos outros, é puro medo, por isso não julgue, conquiste-a...
[]
Por isso, aproveite o dia para analisar qual o sentimento que você tem abusadoe usado como escudo contra as pessoas e contra o mundo que você julga querer te devorar. Quando você descobre que está abusando de um sentimento, seja ele o medo, a inveja ou o orgulho, você pode ir trabalhando para diminuir a importância desse sentimento na sua vida e assim as pessoas passam a te enxergar de outra maneira, mais alegre e menos fechada. O importante é você aproveitar cada dia como se estivesse ganhando um prêmio na loteria. Não sofra com o futuro, antecipando dores, nem com o passado, remoendo feridas.

Verdadeiro Amor

Um amor envolvente
Desperta meu coração
Que se encontra dormente
A espera de uma grande paixão

O vento que sopra
Transforma-se em doce canção
Anunciando sua volta
Trazendo sonhos e uma noite de verão

Por hoje e pra sempre
Verei imagens de um grande Amor
Feito de versos, banhado por juras
Entre linhas sinceras e curtas
Que insistem em dizer

O que apenas um olhar
Puro é sincero
É capaz de entender.

Saudades de você.....

Aprende a pensar em termos de eternidade para que o internato no corpo físico não te empane a visão da vida. Uma existência na Terra constitui precioso, mas, breve aprendizado, em que sob a ficha de certo reduto familiar, conquistas o privilégio de avançar para diante nas sendas evolutivas ou a permissão de recapitular as próprias experiências.

Não te esqueças, porém de que a morte se incumbirá de interromper-te o usufruto das regalias humanas, na aferição dos valores ou dos prejuízos que hajas angariado em favor ou desfavor de ti próprio, a fim de que não percas a necessária renovação para o grande amanhã.

Assevera a ciência terrena que herdaste, em função da
genética, os caracteres dos próprios antepassados, próximos ou longínquos, entretanto, no fundo, não recolhes dos outros a riqueza das qualidades nobres ou o fardo dos sofrimentos, mas sim de ti mesmo, das próprias obras semeadas, vividas
e revividas, de vez que somos, quase sempre, na ribalta do mundo, os mesmo intérpretes do drama redentor, guardando conosco as bênçãos ou as dores que amealhamos dentro da luta, embora ostentando máscaras diferentes.

Hoje, pagamos dívidas de ontem, mas é possível venhamos a solver amanhã compromissos pesados que deixamos em distante pretérito, exigindo-nos atenção.

Recebe a aflição e a dificuldade, aliviando as aflições e as dificuldades alheias; pede auxílio, auxiliando; roga o socorro do Céu, socorrendo aos que te rodeiam na Terra, porque entre os panos do berço e os panos do túmulo, desfrutas simplesmente um dia curto no tempo ilimitado, dentro da vida imperecível, baseada na justiça perfeita e no amor sem fim.

Você é sonho ou realidade?

Você surgiu de um sonho
Que eu sempre quis para mim
Deixando meu mundo mais risonho
Como eu pude ficar assim

Esse carinho transformou-se em amor
Não sei se você também me ama
Porém dizem que sou um sonhador
Pois busco somente aquilo que meu coração clama

Se isso foi uma armadilha do destino
Adorei ter caído facilmente
Esse amor foi repentino
Mas me atingiu suavemente

Meus dias agora passam como uma doce melodia
Melodias suaves quando estou ao seu lado
E melodias agitadas quando não a vejo por um dia
Deixando meu coração incontrolado

Sua presença para mim é essencial
Sendo uma questão existencial
Eu agora fico aqui somente esperando.....

AMÔ FINGIDU

Quandu um amô num dá certu,
Num dianta lastimá.
É mió longi qui perto
Quem num sábi li amá.
Juntu é qui neim dizertu,
Num teim cuma alimentá.

Num arrecrame dessa sina,
Pruqui Deus sabi u qui fáiz.
Quandu u respeitu tremina
U restu fica pra tráis,
Amá é coiza beim fina,
Nem todu mundu é capáiz.

Si u coração tá duído
I a carga muntu pezada,
Merece sê insquicido,
Dêxi na bêra da istrada,
Pruqui tê amô fingido,
É mêrmu qui num tê nada.

Nóis sábi qui é ruim danadu
Assonhá dispois perdê.
Máis cum us tempu passadu
Ocê vai cumpriendê
Qui é mais mió separadu
Du qui juntu pra sofrê.

VÔO SENSUAL

Qual fêmea no cio,

vôo além de mim.

Largo meu corpo

sedento de você.

Me deixo pra trás.

Me abandono no vazio

dos meus desejos

infinitamente insaciáveis.

Me procuro em você.

Me quero em seu corpo.

Me sonho impregnada

de seu cheiro,

molhada de seu suor.

Me sinto desejada

em seus gemidos, que,

apenas em meus sonhos,

me fazem mais alto voar.

VOLTE PRA MIM

Não construa muros.
Me mostre caminhos.
Não me jogue em abismos.
Me deixe pedras para
alcançar a margem.
Não busque motivos.
Me entregue seus carinhos.
Não se esconda de mim.
Me dê sem receio.
Me deixe entrar.
Não fuja de mim.
Me leve em seu colo.
Cuide de mim.

Você Tem

Quando alguém lhe busca com frio, é
porque você tem o cobertor.

Se a tristeza empurra alguém para
perto de você, é porque você tem o sorriso.

Se alguém chega com lágrimas, é porque você tem o lenço.

Se a dor impulsiona alguém na sua direção, é porque você tem o curativo.

Quando alguém se acerca com fome, é porque você tem o alimento.

E se o desânimo lhe aproxima um ser, é porque você tem o estímulo necessário.

Quando alguém chega em
desespero, é porque você tem a serenidade.

Se alguém foge do tumulto e lhe busca a presença, é porque você tem a tranqüilidade.

Quando alguém lhe procura com medo, é porque você tem a segurança.

Quando vem ao seu encontro um
coração aflito, é porque você tem a calma.

E se alguém lhe busca com palavras,
é porque você tem a capacidade de ouvir.

Quando lhe chega uma alma em
conflitos, é porque você tem a temperança.

Se alguém se aproxima com ódio,
é porque você tem o amor.

Se alguém lhe confidencia segredos,
é porque você possui a discrição.


Quando lhe estendem
as mãos sangrando,
é porque você tem o remédio.

Quando alguém lhe chega com a
indecisão, é porque você conhece o rumo certo.

Quando alguém lhe chega com carências,
é porque você tem a ternura.

E se alguém lhe busca com dúvidas, é porque você tem a fé.

Quando alguém se aproxima com passSe a mágoa lhe traz alguém, é
porque você tem o perdão.

Se lhe apresentam a fantasia,
é porque você tem a realidade.

Quando lhe trazem versos,
é porque você tem a melodia.
os vacilantes, é porque você tem a firmeza.

Se alguém se apresenta com a vontade paralisada, é porque você tem o dinamismo.

Quando alguém chega com a mente confusa, é porque você tem a lucidez.

E se alguém se aproxima com os braços abertos, é porque você tem o abraço.

E, por fim, quando alguém lhe apresenta
um frasco vazio, é porque você tem o perfume.

Por todas essas razões, nunca deixe alguém que lhe busca partir sem uma resposta, pois ninguém chega até você por acaso.

Ainda que você pense que nada possui para oferecer, isso não é verdade.
Se alguém lhe apresenta uma necessidade qualquer, mesmo que velada, é porque você tem algo para oferecer.

VOCÊ SABE AMAR?

Eu estou aprendendo. Estou aprendendo a aceitar as pessoas, mesmo quando elas me desapontam, quando fogem do ideal que tenho para elas, quando me ferem com palavras ásperas ou ações impensadas. Não é fácil aceitar as pessoas assim como elas são, não como eu desejo que elas sejam, mas como elas são! É difícil, muito difícil, mas estou aprendendo. Estou aprendendo a amar. Estou aprendendo a escutar, escutar com os olhos e ouvidos, escutar com a alma e com todos os sentidos.

Escutar o que diz o coração, o que dizem os ombros caídos, os olhos, as mãos irrequietas. Escutar a mensagem que se esconde por entre as palavras corriqueiras, superficiais. Descobrir a angústia disfarçada, a insegurança mascarada, a solidão encoberta. Penetrar o sorriso fingido, a alegria simulada, a vanglória exagerada Descobrir a dor de cada coração. Aos poucos, estou aprendendo a amar. Estou aprendendo a perdoar pois o amor perdoa, lança fora as mágoas, e apaga as cicatrizes que a incompreensão e insensibilidade gravaram no coração ferido.

O amor não alimenta mágoas com pensamentos dolorosos. Não cultiva ofensas com lástimas e autocomiseração. O amor perdoa, esquece, extingue todos os traços de dor no coração. Passo a passo, estou aprendendo a perdoar, a amar. Estou aprendendo a descobrir o valor que se encontra dentro de cada vida, de todas as vida, valor soterrado pela rejeição, pela falta de compreensão, carinho e aceitação, pelas experiências duras vividas ao longo dos anos.

Estou aprendendo a ver nas pessoas a sua alma, e as possibilidades que Deus lhes deu. Estou aprendendo, mas como é lenta a aprendizagem! Como, é difícil amar, amar como Cristo amou! Todavia, tropeçando, errando, estou aprendendo... Aprendendo a pôr de lado as minhas próprias dores, meus interesses, minha ambição, meu orgulho quando estes impedem o bem-estar e a felicidade de alguém. Como é duro amar!
***

Você tem muito a dar.

Pelo pensamento, você maneja as suas forças para mais ou para menos.
Você ajuda ou é ajudado, sobe aos céus ou se atira aos abismos.
Se imagina ter pouco a dar, por si mesmo reduz a sua competência e o seu
contentamento. Se pensa ter muito, desamarra-se de negatividades, satisfaz o coração e aprende a viver bem.
Pense elevado.
Deus alegra-se com a sua disposição de dar, de elevar-se e proporcionar-lhe alegrias.
Para que você dê mais, Deus lhe dá mais.
Quanto mais você dá de si aos outros, mais Deus dá a você.

QUANDO VIVIA SEM TI

Sem você os dias eram diferentes

Não sentia-me amada,

Ilusões vividas levavam-me ao nada!

A felicidade bateu em minha porta.

Sem saber que era a chegada do amor...

Agora calor na alma, coração dispara,

Ao saber que sou sua, sou amada!

Construindo nossos sonhos...

Vamos sempre mais além!

Quem ganha nesse amor puro e sincero,

Somos nós, depois de longo e triste inverno.

Promessas e juras de amor agora selamos,

E por certo concretizamos!

QUEM ÉS ?

"Há só um Legislador e um Juiz que pode salvar e destruir.

Tu, porém, quem és, que julgas a outrem?" - (TIAGO, 4:12.)




Deveria existir, por parte do homem, grande cautela em emitir opiniões relativamente à incorreção alheia.

Um parecer inconsciente ou leviano pode gerar desastres muito maiores que o erro dos outros, convertido em objeto de exame.

Naturalmente existem determinadas responsabilidades que exigem observações acuradas e pacientes daqueles a quem foram conferidas.

Um administrador necessita analisar os elementos de composição humana que lhe integram a máquina de serviços.

Um magistrado, pago pelas economias do povo, é obrigado a examinar os problemas da paz ou da saúde sociais, deliberando com serenidade e justiça na defesa do bem coletivo.

Entretanto, importa compreender que homens, como esses, entendendo a extensão e a delicadeza dos seus encargos espirituais, muito sofrem, quando compelidos ao serviço de regeneração das peças vivas, desviadas ou enfermiças, encaminhadas à sua responsabilidade.

Na estrada comum, no entanto, verifica-se grande excesso de pessoas viciadas na precipitação e na leviandade.

Cremos seja útil a cada discípulo, quando assediado pelas considerações insensatas, lembrar o papel exato que está representando no campo da vida presente, interrogando a si próprio, antes de responder às indagações tentadoras: "Será este assunto de meu interesse? Quem sou? Estarei, de fato, em condições de julgar alguém?"

DEFICIÊNCIAS

"Deficiente" é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino.
"Louco" é quem não procura ser feliz com o que possui..
"Cego" é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores.
"Surdo" é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês.
"Mudo" é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.
"Paralítico" é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda.
"Diabético" é quem não consegue ser doce.
"Anão" é quem não sabe deixar o amor crescer. E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois:
"Miseráveis" são todos que não conseguem falar com Deus.

"A amizade é um amor que nunca morre. "

EM VERSO E ROSA

Flores não murcham por falta de água apenas...
Empalidecem quando não são cheiradas,
quando os olhos não cobiçam tê-las para si,
quando a beleza das pétalas,
já tanto faz se um dia o fez...
Perdeu a vez!
Como um velho cancioneiro, jaz
num canto qualquer das boas lembranças...
E lá vem o poeta,
choramingar, gotas de orvalho
num despertar sem graça da alma...
Não vê poeta tolo?
Choveu toda a madrugada!
Orvalhar, só deixará a esperança enrugada!
Entorna a viola no saco,
sai de mansinho
enquanto dorme o jardim...
Ninguém te ouviu,
nem viu,
talvez a flor mais sensível sentiu...
Verá depois,
saberá mais tarde
se em algum peito o amor ainda arde...
PERSEVERA!
Amor não combina com investimento,
vê, lá se isso tem jeito?
Não tem rima, nem cabimento!
Amor, é amor e pronto!
Tonto
é quem não acredita
na força de um amor
cantado em prosa
e no encanto tão simples de uma rosa!

Deixe-o entrar!

Não, por favor,

não fale mal do vento!

Ele que me deu carinho, me deu alento,

quando ao chão fui por pura falta de amor!



Ele realmente insiste, teima,

quer se chegar,

à alguém estirado na areia,

sem forças para se levantar!



Mas observe, amiga

ele não vem com dedo em riste,

vem suave, vem macio,

vem nos confortar..



Não fale mal do vento,

ele entende a dor, quem sabe seu lamento?

Deixe-o entrar!!

O vento lá fora

O barulho do vento castigando lá fora,

exige atenção,

quer entrar.





Desconhece a calma que a noite reclama,

ignora a razão,

quer ficar.





Invade uma fresta , num assovio aflito,

invade o silêncio,

quer anarquia.





Faz um papel querer se soltar,

uma pena trocar de lugar,

a luz de uma vela dançar.





Ele quer anarquia, quer entrar,

sozinho lá fora não fica.





Só vai acalmar com a insônia,

se ela lhe fizer companhia!

Apetite

Poemas esperam
nas minhas mãos
enquanto
desenho meu desejo
em teu corpo
e o cubro de estrelas e luar.
Deixa que
eu teça os contornos
desta minha fome
e me alimente
de teus sucos
enquanto esta
vontade durar...

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

"Velha eu?"...

Por que guardo no corpo e nas fotos amareladas um passado bem vivido?
Por que corri atrás dos sonhos e os fiz realidade?
Por que sempre soube perder para aprender a ganhar?
Por que saí de onde não me queriam e fui buscar meu próprio lugar?

Por que "lutei" contra a inveja, a cara feia de "jovens" pré-fracassados?
Por que usei de experiência diplomática,
do charme da maturidade,
da cara limpa e da falta de medo de qualquer verdade?

Por que não escondo as ruguinhas que o tempo me presenteou de tanto que eu soube sorrir?
Por que nunca me esquivei das propostas que a vida me ofereceu?
Por que nunca tive medo de fracassar e ser obrigada a recomeçar?

Por que tenho nome, endereço e telefone sem receios?
Por que tenho um rosto, meu próprio gosto?
Por que o coração ainda sabe bater forte por uma boa emoção?
Por que o corpo maduro ainda sente tesão?

Por que sei sorrir,
sem me preocupar com o que estar por vir?
Por que sei cuidar dos amores e amigos, deixando a vida alheia seguir seu rumo?
Por que sozinha sempre me coloco de novo no prumo?

Ainda sei também abraçar o velho ursinho,
ainda sei também fazer beicinho e muito charminho!

Fruta verde azeda a boca...
a madura é doce e de ótimo gosto!
Velha eu?

Por que tudo eu vi, fiz e consegui?
Concluo então que ser jovem é não saber viver!

Velha eu?????????????????

HOJE...

Não procuro alguém.
Olhei-me na verdade, na Luz, na espiral da eternidade...
E, como a Lua que me reconhece como guardiã sua...
Enchi-me numa fase de branca saudade.
Não, não procuro mais alguém...
Sou unidade, não metade.
E ele, se tem a memória completa de mim...
ele virá, sim!

O SOL E SEUS GIRASSÓIS

Mal chegaste
e eu me vi nascendo
como a lua azul
que de tempos em tempos
se faz brilhar.

Mal chegaste e eu me percebi
tomando gosto pelo vento
e seus arabescos,
pelo sol e seus girassóis.
Me vi tão menina e tão contente,
buscando o alento
que nunca pensei
ter em algum momento.

Não quero mais
dias vazios e assustadores.
Quero poemas,
longas conversas,
bombons,
batatas fritas,
mãos reconfortantes.
Quero laços de fita
quero amores,
nem que sejam tardios
mas que sejam,
oh, sim,
que sejam
além deste mundo frio.

A Natureza e Sua Mensagem de Beleza

Quando empregamos a palavra "verdade", queremos significar um conhecimento do universo, em todas as suas manifestações, visíveis e invisíveis. Essas manifestações, quando refletidas em nossa consciência, dão origem à percepção de uma lei.

A Verdade, realmente, não é fruto das descobertas dos investigadores; a Verdade existe, porque o universo existe.

Ora, esta Verdade somos nós, pois o homem, uma parte infinitesimal do Todo, é, não obstante e de modo misterioso, aquele Todo. Além do mais, de um modo que parece incrível, qualquer verdade referente ao Todo é encontrada algures, em qualquer fração do Todo. Portanto, as verdades referentes a Deus; à natureza, e à ascensão do homem rumo à Divindade, existem no próprio homem. Os tesouros de sabedoria, amor e beleza do Todo existem nos mais íntimos recessos da alma humana. Se um homem investigar corretamente, poderá encontrar toda a Verdade.

Há dois processos adequados para a descoberta da verdade. Um é pelo emprego de Manas, a mente; outro é pelo emprego de Buddhi, a intuição. No presente estágio de evolução, o método da descoberta da verdade por meio de Buddhi, excluindo-se Manas, é possível apenas a poucos homens; devemos, portanto, eliminar Buddhi nesse sentido. A mente, contudo, já foi muito bem desenvolvida pelos Egos adiantados da nossa Humanidade, e muito já nos tem servido para descobrir a verdade. Os fatores para a descoberta são: a matemática, a ciência e a filosofia.

Porém, o que a mente até agora revelou é incompleto, porque deixou de incluir no problema um aspecto da natureza. Esse aspecto é aquele em que a natureza se revela como Beleza. Enquanto a natureza for considerada como demonstrando somente Lei e não Beleza, nosso vislumbre da verdade permanece parcial.

Um fato é evidente: embora o atributo essencial da natureza seja a beleza, tal beleza está baseada na geometria. A velha máxima dos estóicos, "Deus geometriza", revela profunda verdade, à proporção que a ciência penetra cada vez mais os mistérios da natureza.

Todos nós sabemos que a natureza constrói geometricamente em todos os minerais. Sabemos que o gelo é um cristal, mas quem poderia sonhar que a água, transformando-se em gelo, poderia formar uma maravilha geométrica, quando por exemplo observamos uma foto da estrutura interna do gelo? "Mas este fíníssimo desenho devia ter sido traçado e amoldado por um grande artista, certamente" -, diríamos nós, de a fotografia fosse a de um forro com desenhos sem relevo. Mas trata-se de uma fotografia de cristais de gelo.

Em toda parte a natureza constrói com beleza. Donde vem a beleza do pássaro Lira da Austrália ou a beleza da curva dorsal do gato? Como poderia a natureza, "mecanicamente", sempre elaborar uma estrutura de ossos e músculos de molde a tornar bela a pose do gato? Examinando qualquer pássaro em pleno vôo, verificamos que a natureza revela não somente suas mãos de artista primorosa como também a poesia do movimento.

E quando chegamos ao domínio da cor, como aparece nos pássaros e peixe, que nosso sentimento de admiração pelas criações artísticas da natureza se torna mais profundo. Nenhuma teoria de uma seleção mecânica dos genes no cromossomo nem a de uma estrutura geométrica inerente à natureza poderão explicar a esplêndida inspiração de um mestre artista que coloriu os pássaros e os peixes. Somente aquele que é um verdadeiro artista (isto é, aquele que durante longos anos treinou olhos e mãos, desenvolveu a imaginação para sentir aquele princípio inefável que é "Arte") é que reconhece que a natureza não pode ser mecânica nem simplesmente o produto de um "simples geômetra". A vida da natureza palpita com arte, embora a geometria possa também ser observada, se por ela nos interessarmos.

É essencial ao nosso entendimento da verdade um agudo senso de beleza da Natureza como ela trabalha, porque a mente que cataloga fatos e deduz leis pode levar-nos apenas até certo ponto, e não além. A vida tem mais mistérios do que nossa mente pode imaginar e é por entre os estudos esotéricos, por entre os estudos das "ciências ocultas", que pode o homem melhor compreender estas e outras realidades.

Em mim também

Em mim também, que descuidado vistes,
Encantado e aumentando o próprio encanto,
Tereis notado que outras cousas canto
Muito diversas das que outrora ouvistes.

Mas amastes, sem dúvida ... Portanto,
Meditai nas tristezas que sentistes:
Que eu, por mim, não conheço cousas tristes,
Que mais aflijam, que torturem tanto.

Quem ama inventa as penas em que vive;
E, em lugar de acalmar as penas, antes
Busca novo pesar com que as avive.

Pois sabei que é por isso que assim ando:
Que é dos loucos somente e dos amantes
Na maior alegria andar chorando.

PRANTO

Quero a noite com todo seu manto ...
Para acolher-me sem que veja a lua,
trago o rosto lavado por sentido pranto
e expostas feridas de minh'alma nua !

Quero da noite todo o seu manto
Para dar razão a meus tolos medos,
e na escuridão, sem qualquer encanto,
choro comigo todos os segredos !

Quero a noite com todo seu manto,
quando a natureza até morre um pouco
e por ela oferto este meu pranto ...

Quero a noite com todo seu manto,
sepultar, em sono, este pensar louco
e só acordar ter cessado o pranto !

Queira o bem dos outros

Queira o bem dos outros

Dê importante lugar aos outros na sua vida. Não deseje a eles o que não quer para si, faça como ensinou Jesus.

Os outros são pontos de apoio, observação e trabalho para você progredir e ser feliz. Quando você lhes deseja um bem, esse bem passa a existir primeiro dentro de você e, depois, neles. Por isso, os que mais desejam o bem aos outros são os mais felizes.

Não meça esforços para ser útil. O seu esforço é agradável a Deus, pois estão interligados a você, os outros e Deus.

O que você faz aos outros a si mesmo faz.

O CORAÇÃO RECONCILIADO

Certa vez alguém, aproximando-se do Mestre, perguntou-lhe como fazer para ser agradável a Deus.


Jesus lhe disse que se tivesse uma oferta a colocar no altar, mas, tendo atrás de si uma inimizade qualquer, que voltasse, se reconciliasse com o seu desafeto e, só depois, entregasse a oferta a Deus.


Isso quer dizer que o melhor ofertório não é o das prendas materiais e; sim, o do amor no coração, o do perdão, o da paz.


Reconciliar-se é sempre um caminho mais curto para se chegar a Deus.

O presente do papai

O menino fazia aniversário. Após o tradicional "parabéns a você" e o apagar de seis velinhas, a surpresa dos presentes. Pacotes de todas as cores e tamanhos. O último a ser aberto parecia o melhor. Era o de seu pai. Uma série de camadas de papel superpostas escondia o presente. Era apenas um papel que dizia: Meu filho, este ano lhe darei 365 horas do meu tempo, uma hora por dia. Esta hora, em geral após o jantar, poderá ser diferente em dias especiais, e é inteiramente sua. Vamos aonde você quiser, podemos brincar do que você quiser brincar ou ficar simplesmente conversando sobre suas aulas, sobre seus amigos, sobre suas descobertas e dúvidas.
O presente foi tão gostoso que teve de ser renovado nos anos seguintes. Foi o melhor presente de minha vida, avaliou o filho, anos mais tarde. Não há dúvidas de que a autoridade paterna está em declínio. Sua influência foi substituída pelos amigos, pela televisão e até mesmo pelos colegas da mesma idade.
O saudoso padre Eugéne Charboneau escreveu um dia uma meditação para os pais:
- Só uma vez nosso filho terá três anos e estará doido para sentar em nosso colo.
- Só uma vez ele terá cinco anos e quererá brincar conosco.
- Só uma vez terá dez anos e desejará estar conosco em nosso trabalho.
- Só uma vez será adolescente e verá em nós um amigo com quem conversar.
- Só uma vez estará na universidade e quererá trocar idéias conosco.
- Se nós perdermos essas oportunidades, nós perderemos nosso filho para sempre e ele não terá pai.

A morte

Aprendi do amor
O que do provei.
Entendi da dor quando cicatrizei.
Resolvi do sonho o que jamais sonhei
E dos olhos turvos
O que não calei.
Viajei por mundos que imaginei,
E então fizeram profundos
Os mares que naufraguei
Refiz-me na guerra
Nela me forjei,
Naveguei na estrela
No céu que encantei.
E era de sussurros
A musica que cantei
E nos braços suaves do que amei,
Encontrei a morte que não procurei!

ANTES DE TUDO

Antes de ser o mais bonito,
Seja autêntico e irradiará beleza interior...

Antes de ser o mais inteligente,
Esforce-se mais e você também será destaque...

Antes de ser o mais bem vestido,
Seja natural em sua simplicidade, os outros verão o verdadeiro bom gosto...

Antes de colecionar amores,
Procure o verdadeiro e você colecionará realizações...

Antes de se consumir diante de um amor perdido,
Valorize-se, goste mais de você e a perda ficará menor...

Antes de mostrar que você é gênio,
Mostre que é capaz de fazer as coisas simples ou que os outros desdenham em
fazer, e você vencerá qualquer desafio...

Antes de sentir-se derrotado,
Pense que muitos desistem antes mesmo de começar e,
Se você chegou onde está e não conseguir o desejado, não desanime...
Afinal, a vida é uma luta e um buscar contínuo.

Lembre-se:
Deus fez as profundezas do abismo, para que o homem melhor admirasse a
altura e a beleza das montanhas...
Fez o fogo para que o homem valorizasse a importância vital das águas...
E fez você para que, com ele, descobrisse que as pessoas são únicas e
especiais e que todos nascemos para a luz, harmonia e felicidade.
Portanto, solte-se, irradie harmonia, seja solidário, amigo.
Aceite você e os outros como são e seja muito, muito Feliz!!!

Fácil

Falar é completamente fácil.
Quando se tem palavra que expressem sua opinião.
Difícil é expressar por gestos e atitudes
o que realmente queremos dizer, ou quanto queremos dizer,
antes que a pessoa se vá.
Fácil é julgar pessoas que estão sendo expostas pelas circunstâncias.
Difícil é encontrar e refletir sobre os seus erros.
Ou tentar fazer diferente algo que já fez muito errado.
Fácil é ser colega, fazer companhia a alguém, dizer o que ele deseja ouvir.
Difícil é ser amigo para todas as horas
e dizer sempre a verdade quando for preciso.
E com confiança no que diz.
Fácil é analisar a situação alheia
e poder aconselhar sobre esta situação.
Difícil é vivenciar esta situação e saber o que fazer.
Fácil é demonstrar raiva e impaciência
quando algo o deixa irritado.
Difícil é expressar o seu amor a alguém que realmente te conhece,
te respeita e te entende.
E é assim que perdemos pessoas especiais.
Fácil é mentir aos quadro ventos o que tentamos camuflar.
Difícil é saber que nos iludimos com o que achávamos ter visto.
Admitir que nos deixamos levar, mais uma vez, isso é difícil.
Fácil é dizer um "oi" ou "como vai?"
Difícil é dizer "adeus".
Principalmente quando somos culpados
pela partida de alguém em nossas vidas...
Fácil é abraçar, apertar as mãos,
beijar de olhos fechados.
Difícil é sentir a energia que é transmitida.
Aquela que toma do corpo como uma corrente elétrica
quando tocamos a pessoa certa.
Fácil é querer ser amado.
Difícil é amar completamente só.
Amar de verdade, sem medo de viver, sem medo do depois.
Amar e se entregar.
E aprender a dar valor somente a quem te ama.
Fácil é ouvir a musica que toca.
Difícil é ouvir a sua consciência.
Acenando o tempo todo, mostrando nossas escolhas erradas.
Fácil é ditar regras.
Difícil é segui-las.
Ter a noção exata de nossas próprias vidas,
ao invés de ter noção das vidas dos outros.
Fácil é perguntar o que deseja saber.
Difícil é estar preparado para escutar esta resposta.
Fácil é chorar ou sorrir quando der vontade.
Difícil é sorrir com vontade de chorar ou rir de alegria.
Fácil é dar um beijo.
Difícil é entregar a alma.
Sinceramente, por inteiro.
Fácil é sair com varias pessoas ao longo da vida.
Difícil é entender que pouquíssimas delas
vão te aceitar como você é e te fazer feliz por inteira.
Fácil é ocupar um lugar na caderneta telefônica.
Difícil é ocupar o coração de alguém.
Saber que se é realmente amado.
Fácil é sonhar todas as noites.
Difícil é lutar por um sonho.

MELHORAR SEMPRE

"Por isso também os que sofrem segundo a vontade de Deus

encomendem suas almas ao fiel Criador, na prática do bem."

— Pedro (I Pedro, 4:19.)



Justo lembrar que a Providência Divina nos endereça todos à paz e à felicidade, ao aperfeiçoamento e à vitória.

Entretanto, quantas vezes e quantos de nós, a meio caminho para o triunfo, nos motivamos para a frustração e marginalizamo-nos por tempo indeterminado em desânimo e pessimismo?

Prendemo-nos ao lado negativo de contratempos salvadores e costumamos dizer:

— Nada posso.

— Tudo é contra mim.

— Só vejo trevas.

— Sou um caso perdido.

— Moro no azar.

— Sou sempre infeliz.

— A vida é uma carga insuportável.

Na fieira de semelhantes condenações, esquecemo-nos de que cada qual de nós tem o seu mundo próprio, e, se induzimos o nosso próprio mundo ao fracasso, quem nos livrará do fracasso, se somos todos criaturas de Deus com a faculdade de criar os nossos próprios destinos?

Consideremos isso, selecionando expressões e afirmações compatíveis com a nossa condição de espíritos imortais, ante as Leis do Universo.

Uma frase estabelece determinada disposição.

Determinada disposição produz certa atividade específica.

Certa atividade específica gera circunstâncias.

E circunstâncias constroem a vida.

Em todos os lances da existência, procuremos palavras de esperança e fé, alegria e bênção para usá-las a benefício próprio, de vez que, ainda mesmo nos últimos degraus do sofrimento, dispomos nós todos, com o amparo de Deus, do privilégio de renovar e da felicidade de servir.

O Soldado do Bem

Sinto-me um soldado do bem.
Sou forte, energético, autoconfiante e positivo.
Na mão direita, porto a espada da verdade no nível em que a reconheço e, na mão esquerda, o estandarte da compaixão .

Sei dar um passo à frente e dois atrás, se necessário.
Sei sorrir em silêncio e chorar em público.
Sei impor meus pensamentos positivos nas bordas do mal e os defender em nome de Deus.
Sei amar a todos incondicionalmente, sem esperar gratidão.
Sei magoar, se preciso, e pedir perdão, se necessário.

Às vezes, é preciso ter coragem para falar duras palavras, duras para quem ironiza, quem deturpa e escarnece o bem e a verdade.
Defendo meus pontos de vista francamente, não me envergonho de errar, mas sei os reconhecer.

Sei ser discreto e silencioso ou extrovertido e ruidoso.
Sei que não sou perfeito, nem dono da verdade. Posso errar em qualquer coisa, a qualquer momento, mas sempre estou disponível a humildemente reconhecer que o bem e a verdade se manifestam de diversas formas, em lugares, tempos, ambientes e consciências diferentes.

Estou sempre disponível a servir, seja à noite, seja de dia, no corpo físico ou fora dele, em projeção astral, seja pelo esclarecimento, seja pela consolação, seja a apenas uma consciência, seja a várias delas.

Como filho de Deus, consciente e lúcido dos propósitos de meu Pai para comigo, sempre levo minha simpatia e meu sorriso para O representar da melhor forma que posso, independente de minha roupa ou do lugar em que me encontro.

Sou um soldado do bem, um sargento da paz e um general do amor.

Sei que a grandeza de um ser consiste em perceber a sua magnitude, perante a imensidão dos cosmos, de que nada somos, nada fazemos, criamos ou sentimos, se não for por origem de Deus.

Prá você...

Prá você...

Um mundo colorido...
um mundo feliz...
um mundo cheio de paz...
um mundo cheio de afeto...
um mundo cheio de serenidade...
um mundo cheio de esperança...
e um dia cheio de alegrias!

Que os Anjos possam colorir, aquecer e alegrar
um pouco mais seu coração!

EU VOS DEIXO O MEU AMOR

Se quiser a paz, não basta só quere-la, é necessário muito mais! Querer apenas, é como duvidar na porfia do tempo que há de vir, querer não é o suficiente para fazê-la acontecer.

Observa as ondas do mar, não se movem por que querem, mas por que são impelidas pela brisa que não se vê, mas se sente.

Veja o desabrochar das flores, não se abrem por que querem, mas pela força do amor que não se vê, mas se pode absorver na sua pureza, ou na sua plenitude.

Assim também é a paz almejada, querida e por muitos, apenas desejada.

Muitos dizem que querer é poder, mas aí não reside o seu contrário, então o poder não está no querer, mas sim no amor absoluto que tudo move.

Se queres a paz, então primeiro busca o amor que está em tudo, por conseguinte em ti mesmo, basta apenas aflorá-lo com sabedoria, sem querer compreende-lo, pois o amor se aflora, se absorve e se sente, mas não se compreende.

O tolo diz, eu sinto e compreendo o amor, mas o sábio silencia olhando para as flores, deixando seu coração pronunciar, o amor é o amor e ainda que o sinta em toda sua plenitude, jamais poderá entendê-lo, por que Deus o fez em amor e ninguém jamais poderá por ele falar ou por ele compreender, por que o amor tem a sua própria voz.

Assim também é a paz tanto querida e almejada, mas antes, primeiro o amor para obtê-la.

A paz sem amor não é possível, por que o amor é a própria paz. Eu vos dou a minha paz, Eu vos deixo a minha paz,

Assim Ele se pronunciou, em outras palavras:

Eu vos deixo o meu amor.

VIVER NÃO DÓI

Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas,
mas das coisas que foram sonhadas
e não se cumpriram.
Por que sofremos tanto por amor?

O certo seria a gente não sofrer,
apenas agradecer por termos conhecido
uma pessoa tão bacana,
que gerou em nós um sentimento intenso
e que nos fez companhia por um tempo razoável,
um tempo feliz.
Sofremos por quê?

Porque automaticamente esquecemos
o que foi desfrutado e passamos a sofrer
pelas nossas projeções irrealizadas,
por todas as cidades que gostaríamos
de ter conhecido ao lado do nosso amor
e não conhecemos,
por todos os filhos que
gostaríamos de ter tido junto e não tivemos,
por todos os shows e livros e silêncios
que gostaríamos de ter compartilhado,
e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados,
pela eternidade.

Sofremos não porque
nosso trabalho é desgastante e paga pouco,
mas por todas as horas livres
que deixamos de ter para ir ao cinema,
para conversar com um amigo,
para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mãe
é impaciente conosco,
mas por todos os momentos em que
poderíamos estar confidenciando a ela
nossas mais profundas angústias
se ela estivesse interessada
em nos compreender.
Sofremos não porque nosso time perdeu,
mas pela euforia sufocada.

Sofremos não porque envelhecemos,
mas porque o futuro está sendo
confiscado de nós,
impedindo assim que mil aventuras
nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos e
nunca chegamos a experimentar.
Como aliviar a dor do que não foi vivido?
A resposta é simples como um verso:
Se iludindo menos e vivendo mais!!

A cada dia que vivo,
mais me convenço de que o
desperdício da vida
está no amor que não damos,
nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca,
e que, esquivando-se do sofrimento,
perdemos também a felicidade..

A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional.

Sobre o fim

Chegará o dia em que você se desinteressará por mim.
Nesse dia, meu rosto sumirá da sua memória e meu nome não fará diferença aos seus ouvidos.
Talvez até os fira, como uma melodia desafinada ou um barulho incômodo, e faça você levar as mãos aos ouvidos ao ouvir falar de mim. Você vai passar pelos lugares onde vivemos risos e lágrimas e nada vai chamar sua atenção, serão apenas bancos de praça e mesas de restaurante.
E nem mesmo as folhas amareladas na calçada ou a brisa salgada da praia farão com que eu apareça nos seus pensamentos.

Chegará o dia em que você vai acordar e eu não estarei mais ao seu lado na cama.
Você abrirá o armário da cozinha e colocará apenas um prato e uma xícara na mesa.
E quando você estiver mexendo o café, não sentirá a minha falta na cadeira em frente, lendo o jornal ou pedindo para que você passe manteiga em um pedaço de pão.
E quando você for trabalhar, não vai se importar se eu não lhe der um beijo no portão de casa ou no ponto de ônibus, desejando-lhe um bom dia no serviço.

Chegará o dia em que você vai sair com os seus amigos e nem vai notar que meu riso não está entre o das outras pessoas na mesa.
Você vai pedir ao garçom que lhe traga apenas um chopp e não dois, porque eu não estarei ao seu lado para brindar consigo.
E quando um daqueles meninos pobres de terno roto lhe abordar, pedindo-lhe que compre uma rosa, você vai sorrir e dizer que comprará em uma outra ocasião, e nem vai atinar para o fato de eu não estar ao seu lado para receber ou agradecer pelo presente.
Quando você chegar em casa e tirar os sapatos à beira da cama, deitar-se-á sem sentir saudades dos meus dedos afagando seus cabelos para que você pegue no sono.
E nesse dia, quando você acordar no meio da madrugada mordendo o canto do lábio inferior, nem vai se lembrar que um dia meu corpo já esteve ao lado do seu, ansioso pela sua febre, seu desejo e sua satisfação.

Até que esse dia chegue, tudo que peço é que você me ame o máximo que você puder.

Ledo de um riso esquecido

Eu vi escorrer da tua boca no riso o medo
como a fugir de um fantasma atormentado
Na estática visão paralisando o riso ledo
de uma imagem descolorada do passado


E vi nos olhos o teu medo como um apelo
da fome muda de um sonho amordaçado
Encobre o luto com tuas vestes num capelo
disfarçando em tua boca o riso amedrontado


Eu vi teu hoje expugnado por um fantasma
concebido na boca aflita do riso ensandecido
Perseguido é o teu presente da mente pasma
revirada no passado de um retorno adormecido


É o legado, triste passado com a tua sina
de lembranças em um tempo não esquecido
Permanecendo o medo que na boca desatina
traz o ontem nas mãos de um riso endurecido

Cuidar para amar...

No maltrates a quien gusta de ti
Ama a quién te ama
Cuida bien a quién amas
Debes dar cariño y cuidar
a quien esta contigo

Debes cuidar de su amor ,
para mantenerlo
Porque no existe un buen querer,
que no viva sin recibir amor
Pués el amor se cultiva con amor,
para florecer

La pasión sin calor, es como una débil llama
que se apaga en las águas del desamor
Así como el amor sin cuidados,
sin la debida atención
apaga al verdadero cariño.

Todo cambia, todo pasa
inclusive el amor sin motivación
Amar es principalmente dar
Y para ser siempre amado,
debes siempre amar...

Sin amor, el corazón muere de inanición
y sin los fuegos de la pasión,
y las caricias,
se apagan las llamas de la pasión
Sin el calor no perfuma la flor
Y sin cuidados nada perdura

El amor va unido con las caricias
y el afecto
Y el beso, es para el cariño
El abrazo, para el cuidado
La atracción, para el deseo
Y la pasión necesita atracción
Y la atencion, es para el respeto
El cuidado es para el cultivo
El sol para el calor
Y la felicidad reina, cuando hay reciprocidad
Hay que dar para perpetuar
Y recibir para florecer

Pués el amor se dá unicamente
de corazón a corazón !!!

Como dizer-te que te amo.

Como dizer-te que te amo com palavras
simples, claras e convincentes, que não
deixem dúvida alguma.

Como dizer-te que te amo, quando
meus olhos não sabem ver-te de outra
maneira, mais que amorosamente.

Como dizer-te que te amo, se sabes
que não sou capaz de ferir-te, nem demonstrar
minha perturbação diante de teu silêncio culpável.


Como dizer-te que te amo, adivinhes
que meu futuro não posso vislumbrar-lo sem ti
e meus passos são quase um eco dos teus.

Como dizer-te que te amo, quando sei
que sou prisioneiro de tuas promessas
e teus braços, de teu olhar e de teu sorriso.


Como dizer-te que te amo
quando minha vida faz muitos anos
consiste em formar parte com a tua
para sempre e por sempre.

Como dizer-te que te amo,
se constas que o simples
pensamento de perder-te
me tira a respiração.

Como dizer-te que te amo,
sem fazer-te prisioneira deste
sentimento e que minha força
reside em amarte como o faço.

Como dizer-te que te amo mais que a mim mesmo
que foste que pôs ese formoso sentimento
em meu peito, o qual sempre florecerá em meu
coração.

Sobra dizer-te que te amo porque...

Tu és minha lua e meu sol
o ar que respiro, parte de minha alma,
e o mais que agradeço a Deus.

Como dizer-te que te amo...

Quando tu és tudo que sou!

ACALME MEUS PASSOS SENHOR

Desacelere as batidas do meu coração, acalmando minha mente.



Diminua meu ritmo apressado com uma visão da eternidade do tempo.



Em meio às confusões do dia a dia, dê-me a tranqüilidade das montanhas.



Retire a tensão dos meus músculos e nervos com a música tranqüilizante dos rios de águas constantes que vivem em minhas lembranças.



Ajude-me a conhecer o poder mágico e reparador do sono.

Ensina-me a arte de tirar pequenas férias: reduzir o meu ritmo para contemplar uma flor, papear com um amigo, afagar uma criança, ler um poema, ouvir uma música preferida.

Acalme meu passo, Senhor, para que eu possa perceber no meio do incessante labor cotidiano dos ruídos, lutas, alegrias, cansaços ou desalentos, a Tua presença constante no meu coração.
Acalme meu passo, Senhor, para que eu possa entoar o cântico da esperança, sorrir para o meu próximo e calar-me para escutar a Tua voz.

Acalme meu passo, Senhor, e inspire-me a enterrar minhas raízes no solo dos valores duradouros da vida, para que eu possa crescer até as estrelas do meu destino maior.



Obrigado Senhor, pelo dia de hoje, pela família que me deste, meu trabalho,amigos, e sobretudo pela Tua presença em minha vida.

"Pessoa Nefasta"

Tu, pessoa nefasta
Vê se afasta teu mal
Teu astral que se arrasta tão baixo no chão

Tu, pessoa nefasta
Tens a aura da besta
Essa alma bissexta, essa cara de cão

Reza
Chama pelo teu guia
Ganha fé, sai a pé, vai até a Bahia
Cai aos pés do Senhor do Bonfim

Dobra
Teus joelhos cem vezes
Faz as pazes com os deuses
Carrega contigo uma figa de puro marfim

Pede
Que te façam propícia
Que retirem a cobiça, a preguiça, a malícia
A polícia de cima de ti

Basta
Ver-te em teu mundo interno
Pra sacar teu inferno
Teu inferno é aqui

Pessoa...nefasta

Tu, pessoa nefasta
Gasta um dia da vida
Tratando a ferida do teu coração

Tu, pessoa nefasta
Faz o espírito obeso
Correr, perder peso, curar, ficar são

Solta
Com a alma no espaço
Vagarás, vagarás, te tornarás bagaço
Pedaço de tábua no mar

Dia
Após dia boiando
Acabarás perdendo a ansiedade, a saudade
A vontade de ser e de estar

Livre
Das dentadas do mundo
Já não terás, no fundo, desejo profundo
Por nada que não seja bom

Não mais
Que um pedaço de tábua
A boiar sobre as águas
Sem destino nenhum

Pessoa... nefasta

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

UM VALSAR DE AMOR

Quando eu danço com você,

sinto minha alma elevar-se,

ir além da emoção...

Sinto alva ternura,

bem aqui neste apaixonado coração.



Quando eu danço com você,

nesse calmo valsar,

é recordar o que nunca acabou,

é um lindo despertar

do coração que sempre te amou.



Este belo valsar de amor,

é um passear num lindo jardim

onde só você é a mais linda flor.



Recordar esse passado,

é buscar nas brumas longínquas,

as mais belas recordações,

é ouvir sua voz pronunciando

o que falam tantos corações:

Meu terno e doce amado.

ESPIRAL DE SONETOS

Quem teve uma esperança como guia,
Adentra o mar imenso feito em luz,
O vento da mais pura poesia
Beleza de teus olhos reproduz.

De todo sonho, o bem que eu te propus,
Semblante extasiado em alegria,
O canto feito em glória me conduz
Aos braços deste amor que me enfim me queira.

Somemos nossos cantos, primavera,
Ergamos belas taças de cristal
Ao bem que se mostrando sem igual

Amor fazendo amor, prazeres gera.
Em minhas mãos contendo a maravilha
Um novo alvorecer, meu canto trilha.

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Um novo alvorecer meu canto trilha
Seguindo cada rastro que deixaste,
Abrindo no meu peito uma escotilha
Amor faz com tristezas um contraste,

Minha alma que antes fora uma andarilha
Bebendo esta esperança que legaste
Os uivos das saudades em matilha
Não rompem da alegria esta dura haste.

Eu vou seguindo a vida simplesmente,
Levado pela luz numa torrente
Chegando depois disso aos braços teus.

Encanto em profusão, nossa aliança
Entorna sobre nós rara esperança
Deixando à solidão, somente o adeus.

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Deixando à solidão somente o adeus
Vencemos nossos medos, simplesmente,
Tocado pela luz dos olhos teus
Meu rumo se transforma totalmente.

Não quero mais seguir rumos ateus,
Ao ver amor tão puro claramente
Não quero ser vassalo nem ser deus,
Vontade de te amar se faz urgente.

Sentindo o sol brilhando sobre nós,
Não temo o que virá depois, após,
Contendo em minhas mãos esta esperança;

Quem ama de verdade não se cansa
Sabendo transformar a dor em riso,
Adentro ao mais sublime paraíso.

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Adentro ao mais sublime paraíso,
Teu corpo iluminando a nossa cama.
Amor que veio vindo sem aviso
Acende em brasa imensa, a velha chama.

Meu verso se tornando mais conciso
A cada nova estrofe sempre exclama,
Falando deste amor calmo e preciso,
Negando a dor solene, amargo drama.

Tendo a minha sina nos teus passos,
O coração imerso em belos paços
Fartura de esperança e de emoção.

Toada de um caboclo enamorado,
Nos raios deste céu iluminado
Vivendo, com certeza esta paixão.

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Vivendo com certeza, esta paixão,
Eu sigo cada rastro que tu deixas,
Sentindo este perfume, sedução,
Não tenho mais na vida quaisquer queixas.

Tocado pelo amor, louco tufão,
Afago com carinho esta madeixas
Jamais em minha vida digo o não,
Decifro teus desejos, tuas deixas.

A par do sonho raro que vivemos,
O amor toma nas mãos o leme, os remos,
Levando para a praia o meu saveiro.

Quem tem dentro de si amor profundo,
Já sabe conquistar, decerto o mundo,
Olhares num só brilho, verdadeiro...

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Olhares num só brilho, verdadeiro,
Seguimos pareados pela vida;
Usando em mesma cor, nosso tinteiro
A sorte derradeira e prometida.

O mundo se mostrando alvissareiro
Percebo, neste amor, uma saída
Matando o medo algoz e feiticeiro
Entorno uma esperança tão querida.

Martírios que vivi já não concebo;
Carinhos mais gentis; dou e recebo
Vagando a noite, imerso nos teus braços,

Estrelas multiplicam farto brilho,
Não vendo mais sequer um empecilho
Entrego-me, cativo, nestes laços...

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Entrego-me, cativo, nestes laços,
Sentindo a brisa mansa me tomando,
Aos poucos, infinito penetrando
Bem firmes meus caminhos e meus passos.

Nos céus de nosso amor, claros espaços
Meu barco nos teus mares navegando,
Não quero e nem pergunto aonde e quando,
Só quero em minha noite os teus abraços.

Verdugo de meus dias, solidão,
Deixada para trás no rés do chão,
Jogada na gaveta do passado,

Numa esperança viva, ela agoniza,
Manhã vem renascendo em mansa brisa,
Sentindo esta presença aqui do lado.

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Sentindo esta presença aqui do lado,
O vento me levando para a areia
Ouvindo o canto belo, enamorado,
Percebo com clareza uma sereia

Pensara que já fora derrotado,
Ao ver a claridade em lua cheia
Amor vem devagar e me incendeia
Mostrando ao fim da estrada um raro prado

Enchentes de florais na primavera
Teu néctar vou sorvendo com vagar,
Agora que encontrei o bem de amar.

Esqueço a solidão, temível fera,
Já tendo uma esperança como guia,
Entrego-me a mais bela fantasia.

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Entrego-me a mais bela fantasia
Ao ter o teu perfume junto a mim,
O mundo num instante me diria
Do quanto é mavioso o meu jardim.

Nas mãos de quem adoro; a poesia
É meu princípio, trama, rumo e fim.
De tudo o que mais sinto; o que eu queria
Encontro aqui, contigo, amor enfim.

Uma esperança feita em fortaleza,
Derrama sobre nós farta beleza
Vagando nos meus sonhos, nos meus versos.

Atando nossos nós, irei contigo,
Recolho cada rastro que persigo,
Sentimentos perfeitos e diversos...

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Sentimentos perfeitos e diversos,
Um louco viajante encontra o lume
Depois de dias duros e perversos,
Adentra o infinito em seu perfume.

Não deixa que esperança assim se esfume
Em vagas ilusões, cantos dispersos,
Permite que meu passo, enfim se aprume
Trazendo algum sentido pr'os meus versos.

A dor que latejara no meu peito,
Ao ver o seu caminho contrafeito
Nos olhos da esperança vai vencida.

O frio em minhas mãos, tremores tantos,
Sintomas que demonstram tais encantos
Prenúncios de prazer em minha vida.

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Prenúncios de prazer em minha vida,
Deixados no caminho em que prossigo,
Quem sabe tanto amor nunca duvida,
Andando passo a passo, estou contigo.

A dor em esperança convertida
Prepara ao fim da noite o nosso abrigo,
Minha alma se encontrava, antes perdida
Agora até sorrir em paz, consigo.

Teu corpo a mais divina das molduras,
Repleto de prazeres e ternuras
Espelha esta beleza sem igual.

Tentáculos da sorte nos tocando,
O dia em alegria vem raiando
No lume deste amor fenomenal.

12

No lume deste amor fenomenal
Teus olhos espelhando a claridade,
Desejo mais profundo e sensual,
Recebo deste olhar, felicidade.

Uma esperança em paz, mansa e vestal
Promete para amor, fertilidade,
Subindo calmamente este degrau
Aos céus vai penetrando e logo invade.

Galopa em liberdade o meu corcel,
Bebendo nesta boca o doce mel,
Sentindo uma esperança aqui chegar,

Brindando à nossa glória fartamente,
Amor mudando o rumo, de repente,
Adentra num momento a praia e o mar.

13

Adentra num momento a praia e o mar
Quem faz da claridade o seu poema,
Sabendo quanto é bom, decerto amar,
Não vê mais no caminho algum problema,

Não tendo mais sequer qualquer algema
Recolhe cada fruto do pomar,
Mostrando em paz profunda um raro tema
Espreita esta alvorada a debruçar.

No sol que nos bendiz quando ilumina,
Felicidade imensa descortina
Uma esperança imersa em nosso peito.

Vivendo o nosso amor, raro e profundo,
Permito ao coração ser vagabundo
Fazendo do luar seu claro leito.

14

Fazendo do luar seu claro leito,
Espreito o teu sorriso de menina,
Vivendo plenamente satisfeito,
Beleza sem igual se descortina.

Adoro com certeza esse teu jeito
Rainha que tão mansa, me domina
A sina de ser teu; agora aceito
E bebo o meu prazer na doce mina.

No quanto que te quero e nunca nego,
Ao bem de tanto amor, eu já me entrego,
Não tendo em minha vida urze nem cruz

Minha esperança afeita ao teu abraço
Numa explosão extrema em cada passo,
Adentra o mar imenso feito em luz.

15

Adentra o mar imenso feito em luz
O sonho de quem ama e te deseja
A brisa da esperança é benfazeja,
No beijo que alegria reproduz.

Nos corpos que se tocam quando nus,
Felicidade e gozo, amor almeja
Não tendo vencedores na peleja
Ao bem supremo, amor sempre conduz.

No quanto nada somos sem amor,
Cerzindo um céu imenso em claridade
Negar o nosso amor, não há quem há-de

Em jade e diamante a se compor,
Unida solução feita em contraste
Seguindo cada rastro que deixaste.

16

Seguindo cada rastro que deixaste
Adentro ao paraíso num instante,
Teu canto; com encanto, me mostraste
Num doce seduzir inebriante

Desejo louco, insano, tu legaste
A quem se fez comparsa mais constante
O tempo não nos deu qualquer desgaste
A vida continua deslumbrante.

Meu mundo no teu mundo se entranhou
Tu vens comigo, amada aonde vou
Sabendo o que mais queres, claramente.

Unidos encontramos o infinito
Fazendo deste amor, divino rito,
Vencemos nossos medos, simplesmente.

17

Vencendo nossos medos, simplesmente
As dores se tornando mais escassas,
Persigo os rastros claros quando passas,
Estrela que domina plenamente.

De todo este prazer que a gente sente
Fluindo meu desejo enquanto abraças
Bebemos com prazer nas mesmas taças,
Vontade se fazendo mais urgente.

Estrelas, companheiras de viagem,
Ao ver tua nudez, uma miragem
Tomando em claridade, vem e chama

Num sonho delicado e mais profano,
Um astro que se mostra soberano,
Teu corpo iluminando a nossa cama.

18

Teu corpo iluminando a nossa cama
Estrela que surgiu em forma humana,
Fulgura divinal, perfeita chama,
Rainha de meus dias, soberana.

Tocado pelo brilho desta trama,
Amor quando em meu peito já se ufana
Permite vislumbrar divina e insana
Mulher que a fantasia sempre aclama.

Tua beleza rara, diamantina,
Decerto, esse cenário já domina,
Derrama sobre mim negras madeixas.

Qual fora um viandante sem destino,
No coração uma alma de menino,
Eu sigo cada rastro que tu deixas.

19

Eu sigo cada rastro que tu deixas
Estrela que se deita sobre o mar,
Nos sonhos que trouxeram outras gueixas
Mergulho, simplesmente, e quero amar.

Não ouço mais antigas, duras queixas
Pois tenho com quem possa já contar,
Entendo meu amor quando tu queixas
Se o pensamente eu deixo divagar

Mas volto a mais sublime realidade
E sei que em tanto amor que agora invade
Está decerto a sorte perseguida.

E vamos, sem temores mundo afora,
Já tendo uma alegria que se aflora
Seguimos pareados pela vida.

20

Seguimos pareados pela vida
Buscando a maravilha deste cais,
Percebo o quanto estás mais decidida
Sabendo que te quero assim, bem mais.

Por mais que a solidão peça guarida
No peito de quem ama os temporais
Aos poucos já se vão para jamais
Vencidos pela paz embevecida.

Eu quero estar contigo em plena chuva,
Amor que nos servindo feito luva
A cada amanhecer nos decorando,

Do vento que fez um furacão
Prevejo em calmaria esta emoção,
Sentindo a brisa mansa me tomando.

21

Sentindo a brisa mansa me tomando
Entrego-me à total felicidade.
O dia mansamente vem raiando
Trazendo o suave encanto, liberdade.

No céu as andorinhas formam bando
E o amor aos poucos chega e já me invade,
O sol que no horizonte vem raiando
Transborda a mais completa claridade.

Ser teu é o mais quero; o que pretendo,
Sentir o teu abraço me envolvendo,
Envolto com prazer em tua teia

Sereia que domina com encanto,
Tocado pelo belo do teu canto,
O vento me levando para a areia.

22

O vento me levando para a areia
Nas ondas mais sutis do sentimento,
Amor que em fogaréu, contigo ateia
Delícia me invadindo o pensamento.

Eu amo-te demais, por isso creia
Não deixo de querer um só momento
O manso acalentar que em minha veia
Transfunde esta emoção e toma assento.

Dos fardos que carrego do passado,
O medo de te amar, abandonado,
Agora que percebo amor sem fim,

Canteiro de esperanças vou aguando
E um novo amanhecer me transformando.
Ao ter o teu perfume junto a mim.

23

Ao ter o teu perfume junto a mim
Estendo o coração nesta varanda,
Na boca o mais suave carmesim,
Meu peito enamorado anda de banda.

O vento se espalhando traz em fim
Amor que em tanto amor já não desanda
Na dança mais sublime sinto enfim,
O gosto de dançar nossa ciranda.

Além do que quisera há tanto tempo,
Não tendo mais, na vida, um contratempo,
Não trago nem sequer algum queixume,

Na noite tão escura que enfrentara
Ao ver maravilhosa jóia, rara,
Um louco viajante encontra o lume.

24

Um louco viajante encontra o lume
Nos olhos de quem ama, o seu farol,
Amar, além de tudo, um bom costume,
Trazendo para tantos, belo sol,

Nos braços deste sonho atinjo o cume
Seguindo qual um manso girassol,
Não deixe que este encanto, enfim se esfume,
Pois trazes farta luz para arrebol,

Eu quero estar contigo, esteja certa,
A porta se mostrando sempre aberta,
Vislumbra a maravilha feita abrigo.

Persigo cada rastro que deixaste,
Nos brilhos com os quais iluminaste,
Deixados no caminho em que prossigo.

25

Deixados no caminho em que prossigo
Os passos de quem sinto ser além
Do simples desejar, do querer bem,
Seguindo o tempo inteiro aqui comigo.

O medo se esvaindo, sem abrigo,
Eu sinto que enfim, encontro alguém
E o vento da esperança, manso vem,
Felicidade imensa, eu já consigo.

Vislumbro na penumbra raro brilho,
Falena enamorada, agora eu trilho
Demonstro, num momento ansiedade.

Faróis iluminando o negro céu,
Das nuvens tenebrosas surge o véu,
Teus olhos espelhando a claridade.

26

Teus olhos espelhando a claridade
Refletem num lampejo uma esperança,
Amor que se moldando em liberdade,
Lega o gozo pleno como herança.

Tomado por hedônica vontade
Quem ama, com certeza não se cansa,
Contra o bem do amor não há quem nade,
Pois sabe imensidão que logo alcança

Aquele que se mostra decidido,
Deixando a solidão em triste ouvido.
Meu corpo te procura em piracema,

Desejo triunfante feito em glória
Já muda num momento a sua história
Quem faz da claridade o seu poema.

27

Quem faz da claridade o seu poema
Escreve com firmeza uma emoção,
Da pedra preciosa, rara gema
Transita no meu peito, a sedução.

No céu de nosso amor, um diadema
Nos brilhos constelares da paixão,
Amor é nosso sonho, um caro emblema
Portando em sua sina a redenção.

Afasto qualquer pedra e sem espinhos,
Deitando meu prazer em teus carinhos,
O amor que me conquista e me domina.

Olhando de soslaio, de tocaia,
Em meio a tantas luzes nesta praia.
Espreito o teu sorriso de menina

28

Espreito o teu sorriso de menina
Sentindo o bom bafejo da esperança,
De todos os meus sonhos, bela mina,
Na fonte desejosa, clara e mansa.

Esta alquimia chega e me domina,
Formata a vida feita em aliança
Sabendo ser só teu, a minha sina,
A perfeição completa enfim alcança.

Transmudo, num segundo o pensamento
E galgo eternidade no momento
Em que me entrego fundo à fantasia.

Sentindo-me tão manso a me roçar,
Em meio ao doce encanto do luar,
O vento da mais pura poesia.

29

O vento da mais pura poesia
Trazendo a sensação de liberdade,
O quanto e tanto bem que se queria,
Transforma toda dor em amizade.

A brisa matinal abranda o dia
Promessa de total tranqüilidade,
Tua alma de minha alma, senhoria,
Contigo vencerei a adversidade.

Saber quanto é possível ser feliz,
Tramando a luz suprema que se quis
Mudando num repente antiga trilha.

Depois da tempestade uma bonança.
E o vento bem mais forte da esperança
Abrindo no meu peito, uma escotilha

30

Abrindo no meu peito uma escotilha
Acendo da esperança, o fogo intenso.
Na sina que se fez uma andarilha,
No vago logo após às vezes penso,

Carrego dentro em mim tanta mobília,
Escombros do que fui. Mergulho tenso
E nada se percebe além da trilha
Vazia que sobrou de um mar imenso.

Erguendo um brinde à vida, morro aos poucos,
Os gritos incontidos saem roucos
Prenunciando apenas um adeus.

Porém ao ver de novo o meu porão,
Vislumbro a derradeira solidão,
Tocado pela luz dos olhos teus.

31

Tocado pela luz dos olhos teus
Penumbras adentrando noite afora,
Esqueço destas trevas, ganho os breus,
E o quanto desejei, o nada implora.

Preparo a cada instante o meu adeus,
Vontade de partir, seguir agora
Na busca dos anseios tolos meus,
Na areia movediça o pé se escora

Esvaio em cada verso que te faço,
Traçando o meu destino a cada passo
Soçobro em tempestades de granizo

Naufrago nesta luta tão inglória,
Mascando o meu revólver, muda a história
Amor que veio vindo sem aviso.

32

Amor que veio vindo sem aviso
Na lousa escreve a dor em claro giz,
Do quanto desejei e nada fiz,
Apenas um irônico sorriso.

Promessas se perdendo em solo liso
O chão caracachento corta e diz
Que o tempo que passamos impreciso
Não serve como apoio, é por um triz.

Veleja o pensamente e chega ao nada,
A praia dos meus sonhos isolada,
Repete o tempo inteiro a negação.

Mas sigo qual falena em plena luz,
Carrego em minhas costas, leda cruz
Sentindo este perfume, sedução.

33

Sentindo este perfume, sedução
Aproximo meus olhos de teus olhos,
Estendo o meu tapete em urze, abrolhos
E bebo o teu veneno, lambo o chão.

Às turras entre beijo e bofetão
Janelas arrombadas sem ferrolhos,
As flores e os insetos vêm nos molhos
Ferrenhas tais batalhas, turbilhão.

E somos duas faces da moeda,
Amparo enquanto empurro para a queda,
Tramamos a vingança o tempo inteiro.

Se eu somo e já divido, vários elos,
Seguimos nossos rumos paralelos
Usando em mesma cor, nosso tinteiro.

34

Usando em mesma cor, nosso tinteiro
Fazemos multicor uma esperança
No barco a se perder, o timoneiro
Durante a tempestade não avança;

Sorriso tantas vezes tão matreiro
Esconde no bornal uma aliança
E o tempo necessita temperança
Mas nada do que tive é verdadeiro.

No moto que perpétuo nunca morre,
Beijo sanguinolento não socorre
E segue dia-a-dia nos matando.

Se eu quero o que tu negas, vou em frente
E o passo que se busca, num repente,
Aos poucos, infinito penetrando.

35

Aos poucos, infinito penetrando
Rompendo a nossa carne expondo entranhas
Quem sabe e reconhece suas manhas
Não deixa mais o inverno vir chegando.

Amor quando em desordem segue em bando
E foge para terras mais estranhas,
Não quero nem saber se tu me ganhas,
Apenas não irei mais desabando.

Resíduos espalhados, meus escombros,
O peso que carrego nos meus ombros
Já deixo por aí, abandonado.

Esqueço vez em quando o meu destino,
E sigo enquanto amor eu descortino
Ouvindo o canto belo, enamorado.

36

Ouvindo o canto belo, enamorado
Escuto em tua voz um eco a mais
Do quanto percebi no meu passado
A ausência pura e simples deste cais.

O fardo que carrego é tão pesado
Nadando entre procelas, temporais,
Entendo e decifrando o teu recado
Percebo a liberdade do jamais.

Parceiros deste jogo, perco e ganho,
Não quero mais saber do bem tamanho
Vendido sempre à parte- fantasia.

Se amor é na verdade um ledo abismo
Forrado pelo fogo em fanatismo,
O mundo, num instante me diria.

37

O mundo num instante me diria
De todo o sentimento que represo,
A vida muitas vezes solta o peso,
E mata quem dourava a fantasia.

O medo se transforma em agonia,
Eu tento prosseguir, e vou ileso,
O fogo da esperança segue aceso
E nisso vou singrando um novo dia.

Mimetizando assim o sentimento,
Numa metamorfose o pensamento
Adentra por caminhos tão diversos.

Eu quero prosseguir de peito aberto,
Aguando de ilusões este deserto,
Depois de dias duros e perversos.

38

Depois de dias duros e perversos
Vagando pelas noites, botequins,
Aguando com saudade os meus jardins,
Sangrando plenamente em frios versos,

Olhares sem destino, vãos, dispersos,
Buscando dias calmos, noites cleans
Vestindo uma esperança feita jeans
Jazendo nos caminhos tão diversos

Eu calo a melodia que não fiz,
Meu pranto feito imenso chafariz
Banhando em sortilégio a nossa vida,

Amor que não se aprende no colégio,
Ditando o mais sublime privilégio,
Quem sabe tanto amor nunca duvida.

39

Quem sabe tanto amor nunca duvida
Do sentimento imerso em águas calmas,
Porém ao carregar antigos traumas,
Esboço nos teus braços, a saída.

Montando esta esperança tão querida,
Entrego o coração, buscando as almas
Saveiro que em tempesta logo acalmas,
Palavra entre remendos dividida.

Esgarça os meus olhares, firmamento,
No cálice dos sonhos, pensamento
Galgando espaço livre, sideral.

Tua nudez, delito insano e claro,
Sentindo o teu perfume, eu já disparo
Desejo mais profundo e sensual.

40

Desejo mais profundo e sensual
Roçando o nosso corpo, devagar,
Não tendo sequer pressa de chegar
Adentro este caminho sem igual.

Quem dera se pudesse um imortal
Tivesse eternidade a me tocar,
Voando em liberdade até chegar
O gozo mais perfeito, triunfal.

Sementes espalhadas pelo chão,
Causando ao reflorir, revolução,
Tomando num momento, céu e mar.

Arando com carinho cada lavra,
Usando o dom do sonho e da palavra
Sabendo quanto é bom, decerto, amar.

41

Sabendo quanto é bom, decerto, amar
Eu quero ter o gozo feito em glória,
Mudando novamente a minha história
Eu singro uma esperança com vagar.

Nas ondas que eu pretendo navegar
Esqueço do que fui, simples escória.
Amor virá pagando a promissória
Depois de tantos olhos a mirar.

As farpas que trocamos, corte fundo,
A bêbada esperança deste mundo
No canto em que me encanto, o mais perfeito.

Os ossos fraturados dos meus sonhos,
Em meio a risos francos e medonhos,
Vivendo plenamente satisfeito.

42

Vivendo plenamente satisfeito
Lambuzo com meu mel tua esperança
Não tendo solução nem mais fiança
Eu sigo o meu caminho do teu jeito.

Lembrando de teus olhos quando deito
Um fardo sem limites não me alcança,
Na mão carrego seta, flecha, e lança
E faço de um prazer, antigo pleito.

No canto cada ritmo se faz tétrico
Distante do que forma encanto métrico
O verso sem caminhos já me abduz

E mesmo que não saibas do que falo,
O gozo deste fogo em nosso embalo
Beleza de teus olhos reproduz.

43

Beleza de teus olhos reproduz
O encanto do divino amanhecer
Roubando da alvorada a plena luz
Espalhas no arrebol raro prazer.

O sonho duradouro que propus
Entranha em perfeição, meu bem querer,
Se a noite irá voltar, eu não me opus,
Apenas tua boca a me beber.

Não quero na verdade amor apático
Tampouco refletir um automático
Caminho que me leve a tal desgaste.

Somando cada passo, vamos longe
Bacante misturando-se com monge
Amor faz com tristezas um contraste.

44

Amor faz com tristezas um contraste
Reflui e volta sempre à mesma mesa;
Comendo no princípio a sobremesa
Já tem a força toda de um guindaste.

Na carta de alforria que negaste
Senti o gosto frio da incerteza
Amor que com saudade se reveza
Não preza e morre aos poucos, afunda a haste.

Afundaste meus barcos. Morto o cais,
Eu volto o meu olhar para o jamais
E vejo errôneo passo em minha frente.

Conhecendo de perto quem amei,
Perversamente sinto o quanto errei,
Meu rumo se transforma totalmente.

45

Meu rumo se transforma totalmente
Depois de cada chuva em tempestade,
O bêbado nas ruas da cidade
Vagando sem destino, qual demente,

Intrépida jornada pela mente,
No quanto que não tive e já me invade
A trama se perdeu em quantidade
E o fim do nosso caso se pressente.

Mas tendo o teu corpinho assim desnudo,
Chamando para a festa, vou com tudo,
Adentro o festival, macia a cama,

Os planctos e as sementes, plantas, gozo,
Do emaranhado louco e caprichoso,
Acende em brasa imensa, a velha chama.

46

Acende em brasa imensa, a velha chama,
Macabros versos solto em profusão,
Fazendo a mais completa confusão,
Na combustão dos sonhos, minha trama,

Não sendo teu escravo ou teu patrão,
Irmanado contigo, céu e lama,
Quem ama, na verdade não difama,
Nem mesmo que repita a negação.

Patrolas estas rotas podres, rotas,
Carinho que me dás em conta-gotas
Deixando vez em quando o que não deixas,

Soprando sobre nós o mesmo vento,
Usando esta cangalha, o sentimento,
Não tenho mais na vida, quaisquer queixas.

47

Não tenho mais na vida, quaisquer queixas
E cato os meus cavacos espalhados,
Carpindo os risos tolos, desfraldados,
Encontro em ti, à noite, divas, gueixas.

Soubesse te dizer, faria endechas
Em versos tão sutis, transfigurados,
Porém ao vislumbrar terríveis prados,
Recebo de teus olhos novas deixas.

Havendo o que não tive e sem tempero,
Acendes toda noite o meu isqueiro
Na chama da fornalha repartida.

Repatriando antigos firmamentos,
Eu sinto pelo menos por momentos
A sorte derradeira e prometida.

48

A sorte derradeira e prometida
Jogada nos beirais desta janela,
No suicídio salvo a minha vida,
E tramo uma esperança sem tramela.

Quem ama na verdade se congela,
Escravo desta inglória mais querida,
Acendo toda noite a mesma vela
Capaz de incendiar qualquer saída.

Marco o corpo inteiro em tatuagem,
Sorvendo com prazer qualquer bobagem
Capacho em garatujas; erros crassos,

Divido o que somei há tanto tempo,
E mesmo que me entregue ao contratempo,
Bem firmes meus caminhos e meus passos.

49

Bem firmes meus caminhos e meus passos,
Pegando uma carona no cometa,
Vagando por satélite e planeta
Arranco as maravilhas, risco os traços.

Prazeres na verdade são escassos,
A cada novo engano que eu cometa
Espero corrigir errônea seta
Juntando os cacarecos, meus pedaços.

Minha alma mergulhada no mecônio
Coração fustiga em tanto hormônio
Vai preso e necessita desta teia.

Num instantâneo mar, qual mergulhão
Parido pelo bom da tentação.
Percebo com clareza uma sereia.

50

Percebo com clareza uma sereia
Alcoólatra e sedenta de prazeres,
Desnuda nessa cama me incendeia
E como este banquete em mil talheres.

Sorrisos derramando a lua cheia
Divindades em forma de mulheres,
Quem vaga pelas tramas não receia
E sabe na verdade o que mais queres.

Em todos os momentos magistrais
Roubando o bom perfume dos rosais
Eu sinto uma explosão de amor em mim.

No rum que tu destilas todo dia,
Respostas à pergunta que sabia
Do quanto é mavioso o meu jardim.

51

Do quanto é mavioso o meu jardim
Em pétalas diversas, coloridas,
Recebo o benfazejo vento em mim,
E as horas sempre passam distraídas.

As cordas se rompendo até o fim,
Farturas em palavras decididas,
Nas cores tão diversas, vou assim,
Somando as nossas contas divididas.

E esboças num sorriso com fartura,
Um gesto em sincronia, uma ternura,
Fazendo com que a vida, enfim, se arrume.

No cume deste olhar tão emblemático,
O gozo do prazer cego e temático
Adentra o infinito em teu perfume.

52

Adentra o infinito em teu perfume
O quanto decidira no passado,
Não tendo a vaidade por costume,
Eu sinto o vento imenso, adocicado,

De tudo o que transporto do passado,
Ainda levo aqui, teu claro lume
E mesmo que se perca de ciúme
Caminho o tempo inteiro lado a lado.

Esgarço os meus lençóis, rasgo o meu peito,
E vamos prosseguindo desse jeito
Sabendo que virá qualquer perigo.

Minha alma que é da tua siamesa,
Refoga com tempero uma tristeza,
Andando passo a passo, estou contigo.

53

Andando passo a passo, estou contigo
E venço um medo arcaico, envelhecido.
Toando a fantasia num sentido
Diverso do que fora o que persigo,

Dizendo o que deveras nunca digo
Eu vejo o meu futuro descabido.
Sorriso por ventura desabrido
Não mostra o quanto eu quero, tão antigo.

Partimos para o nada, o tempo inteiro,
Apenas não vou ser mais corriqueiro,
Querendo a tão sublime variedade

Não sentes o que eu sinto e nem percebes,
No jeito como miras estas sebes,
Recebo deste olhar, felicidade.

54

Recebo deste olhar, felicidade,
Eclipsando os temores que eu sentia,
Na prática esperando um novo dia
Que mostre ser plausível liberdade.

Saprófita ilusão vaga a cidade
Nas barbas da cruel melancolia.
À noite embriagado em falsidade
Estendo o meu tapete da ironia.

Capacho que derruba, de tocaia,
Olhando para cima sob a saia
Encontro um diamante em rara gema.

E a mesa quando posta não se nega,
A fome de prazer falsária e cega
Não vê mais no caminho algum problema.

55

Não vê mais no caminho algum problema
Quem teve um par de esporas como guia.
O merencório gozo de uma orgia
Transforma-se decerto num emblema.

Amor que se inundou em piracema,
Vagando pelos mares da agonia
Espera transformar o que eu queria
Em algo que não seja um velho tema.

Só sei que te tocando com carinho,
O medo não faz troça nem quer ninho,
Apenas bebe o riso da menina,

E sabe que a nudez traz evidências
E envolta nas suaves transparências,
Beleza sem igual se descortina.

56

Beleza sem igual se descortina.
Fazendo reboliço em minha mente,
Não tendo na verdade uma semente
Não posso mais plantar, eis minha sina.

O quanto que se quer quem extermina
O vergalhão penetra de repente
E corta o pé mais frágil, nada sente
Quem tem estupidez como cortina.

Assim não adiantam mais palavras
Esqueces o que fiz de antigas lavras,
Escorre em tua boca um doce pus.

Desconhecendo um gesto de amizade,
Ignoras com total sinceridade,
De todo sonho, o bem que eu te propus.

57

De todo sonho, o bem que eu te propus
Ferrenhas emoções vão me inundando,
Não tendo mais sentido quanto e quando
Eu sigo os rastros teus e chego à luz.

Fartura que ao divino amor conduz
Faturas de esperanças vêm cobrando,
Fraturam estruturas, desabando
O canto mais audaz se reproduz.

Acácias espalhadas na alameda
Dos sonhos, um divino bulevar
Almíscares invadem, ganham o ar

Permitem que alegria então se ceda
Mostrando em tons sutis tal maravilha.
Minha alma que antes fora uma andarilha

58

Minha alma que antes fora uma andarilha
Vagando bar em bar pela cidade,
No grito solitário da novilha
Espreita o fim da tarde com saudade.

O par que se perdeu renova a trilha
E vence com carinho, a tempestade.
Andando nos espaços cada milha
Seguindo busca a tal felicidade.

Parceira dos detalhes que negaste,
Entalhes nestas pedras, no desgaste
Diário molda a noite em vários breus.

Depois de ser vencido, sigo só,
Voltando novamente ao ledo pó
Não quero mais seguir rumos ateus.

59

Não quero mais seguir rumos ateus
Que façam das mentiras, a bandeira,
Deitando uma ilusão sobre a liteira
Escondo os meus olhares já dos teus.

Nos arremedos todos, teus e meus,
Vendidos em barracas nesta feira
A morte talvez seja corriqueira
Ribeiras encarnando nosso adeus.

Barrancas de minha alma desabando
Enchentes inundando em turbilhão,
O parto em que geraste foi em vão

Os olhos da esperança, o mesmo bando
Tocando na ferida mais preciso,
Meu verso se tornando mais conciso.

60

Meu verso se tornando mais conciso
Batuca no teu peito sem parar,
Vertendo em nossa cama traz luar
Na manta feita em puro paraíso.

Eu quero cada gota e sempre biso
Bebendo a vida em goles, farto mar,
Serpentes vão chegando devagar
Venenos em fartura sem aviso.

Vou ávido de ti prazer insano,
Transformo a brisa calma em minuano,
E a tempestade vira furacão.

Cabelos esvoaçam, cavalgadas,
Vagando mil estrelas, madrugadas,
Tocado pelo amor, louco tufão.

61

Tocado pelo amor, louco tufão,
Meu barco segue em mar tempestuoso
Às vezes malfadado e belicoso,
Vagando segue o rumo da paixão.

No peito um berimbau dá a marcação
E o porto mais distante e perigoso,
Olhar se mostra quase bilioso
E volta assim depressa pro porão

Porém ao porem freio nos meus sonhos,
Os dias talvez sejam mais risonhos,
E o tempo enfim se acalme mais ligeiro.

Na caça em que me faço tua presa,
Ao fim deste safári, com surpresa,
O mundo se mostrando alvissareiro

62

O mundo se mostrando alvissareiro
Traz em tabaco e álcool risos tantos,
Quadris multiplicando os teus encantos
Transfundem para o peito cada cheiro.

Dos sonhos mais sutis, gentil parteiro
Espalha a fantasia pelos cantos,
Não vejo mais peçonhas ou quebrantos.
Amor que é da alegria o meu viveiro.

Um peito tartamudo não se cansa
De ver ao fim da curva uma esperança
Cigarros, vou tragando em fartos maços,

Prazeres que me encharcam em monções
Sublimes temporais, revoluções,
Nos céus de nosso amor, claros espaços

63

Nos céus de nosso amor, claros espaços
Abrindo em leque imenso, as esperanças.
Nos olhos penetrantes, frios aços,
Licores inebriam. Festas, danças.

As penitências geram feras mansas,
Os olhos se tornando bem mais baços,
Enquanto os altos cumes; cedo alcanças
Os corpos remoídos deitam; lassos.

Os laços que nos unem sendo frágeis,
Embora em plena fuga sejam ágeis,
Rompendo no momento mais azado,

Permitem que eu me esgueire pelas ruas,
E vendo estas paredes negras, nuas,
Pensara que já fora derrotado.

64

Pensara que já fora derrotado
Depois da luta intensa, resta o nada,
O vaso em que esperança foi plantada
Está em algum canto, abandonado.

Não quero descobrir se no meu fado
Estrela se tomou em derrocada,
No tumor que cultivo, uma tragada
Espelha o rio inerte do passado.

Nos cárceres privados dos meus sonhos,
Olhares que me miram são bisonhos
Matando uma alvorada em agonia.

Um resto de esperança soerguida
Permite vislumbrar alguma vida
Nas mãos de quem adoro; a poesia

65

Nas mãos de quem adoro; a poesia
Exprime a mais fantástica emoção,
Guardada fielmente a proporção
É nela que se entranha, estrela guia.

Numa partenogênese, a magia
Explode num momento, evolução,
Erguendo o patamar, retorna ao chão
Revolta o mar em plena fantasia.

Meu desjejum é feito nos teus lábios,
Marujo; encontro em ti meus astrolábios
E bebo cada gota de perfume.

A força tão feroz e delicada,
Tramando um intenso, na alvorada
Não deixa que esperança assim se esfume

66

Não deixa que esperança assim se esfume
Bafejo de teus sonhos sobre mim,
À parte coletando o teu perfume
Recebo estas essências de jasmim,

Voando em liberdade um vaga-lume
Holofote entranhado no jardim.
Os sons da noite aumentam seu volume
E a vida se derrama sempre assim.

As térmitas formando mil casais,
A terra já molhada e acolhedora,
Nos jogos sedutores, sensuais,

Renovação à vista segue a vida,
E sinto neste instante, desde agora,
A dor em esperança convertida

67

A dor em esperanças convertida
Batalha por um riso mais audaz,
O vento que nos toca e satisfaz
Permite vislumbrar a nova vida.

Levando a solidão já de vencida
O quanto te desejo a noite traz
Caminho repartido volta atrás
O jogo decidido de saída.

Mas tenho uma reserva de alegria,
Jogando para longe a fantasia,
O prazo não se vence, é sempre igual.

Teimosa, vai seguindo sem cansaço
No verso em desafio logo traço
Uma esperança em paz, mansa e vestal

68

Uma esperança em paz, mansa e vestal
Apascentando a fera que me doma,
Renascendo alegria outrora em coma,
Eu vejo depois disso, o carnaval

Dos sonhos que cultivo, sol e sal,
Quebrando o que já fora uma redoma,
Colando nossos corpos nesta goma
Trazendo mil estrelas no embornal.

Assim, a liberdade vem e toma,
Fazendo de dois corpos mais que soma,
Reverso da medalha é nosso tema.

Depois de aprisionados pelos sonhos
Futuros com certeza mais risonhos,
Não tendo mais sequer qualquer algema

69

Não tendo mais sequer qualquer algema
Iremos mais libertos pelas ruas,
Enquanto tantas vezes já flutuas
Distante da mentira e sem problema

Eu faço da alegria o meu emblema
Estendo na varanda várias luas,
Estrelas vão surgindo belas; nuas
Não há nem mais fantasmas que se tema.

Tu és de toda a glória, a responsável
No amor que é muito mais que imaginável
Sabendo da esperança o seu trejeito.

Feitio deste terno? Desde cedo
Guardado sob a forma de segredo:
Adoro com certeza esse teu jeito.

70

Adoro com certeza esse teu jeito
Fazendo tempestade em copo d'água,
Felicidade imensa quando trago-a
Expondo sem temores, o meu peito.

O que vier de ti, decerto aceito,
Não guardo mais a dor sequer a mágoa
Meu lago se inundando com tanta água
O rio ultrapassando qualquer leito.

E nesse temporal meu barco segue,
Minha alma transparente já consegue
Saber vencer o medo e a agonia.

Depois de tanta luta; braços lassos,
A vida rememora em mansos traços,
Semblante extasiado em alegria

71

Semblante extasiado em alegria
Esplêndida explosão que assim nos toca,
A maquiagem da alma se retoca
Esconde a corriqueira fantasia.

Nos olhos lagrimados a agonia
Uma esperança viva não se estoca,
Saudade vai saindo de uma toca
E espalha sobre nós a noite fria.

Imagem que ficou no meu passado,
O tempo ganha o jogo, lança o dado
Mostrando em meu olhar, duro contraste,

Restando tua foto na parede,
Eu mato vez em quando a minha sede
Bebendo esta esperança que legaste.

72

Bebendo esta esperança que legaste
Entorno os sentimentos aos teus pés,
Atado com prazer, doces galés,
Colhendo o que decerto semeaste.

Não quero ser somente qual um traste
Pesado que tu levas de viés,
Enfrento qualquer forma de revés
Fazendo na alegria o meu contraste.

O jeito de te amar me faz assim,
Metade te adorando até o fim
Enquanto outra metade já reclama,

Disparatado jeito de querer,
A vontade final de poder ter
A cada nova estrofe sempre exclama

73

A cada nova estrofe sempre exclama
O coração decerto doentio,
Ao suportar o duro e forte frio
Procura no teu corpo, acesa chama.

Cobrindo minha pele com a lama
Na chuva que anuncia um novo estio,
Não vejo nosso amor mais por um fio,
Sabendo que o carinho já nos chama.

Mergulho cada beijo em tua pele,
A sensação do gozo me compele
A ter o teu amor mais plenamente.

O rumo se extravia, mas retorna
Meu coração de ti nunca se entorna
Ao ver amor tão puro, claramente.

74

Ao ver amor tão puro, claramente
Esboço um movimento de defesa
Por mais que não consiga e sempre tente
Eu quero esta nudez de sobremesa.

Carcaças que me invadem, corpo e mente,
Contrastam plenamente com pureza,
O parto em que se fez farta torpeza
Merece um novo rumo, mais contente.

Dementes caminheiros, noite afora,
Sem hora de saber ou ir embora,
Não ouvem mais delitos nem tais queixas

Preâmbulo da festa continua,
Enquanto aguardo a pele inteira e nua,
Afago com carinho estas madeixas

75

Afago com carinho estas madeixas,
Ronronas como gata em pleno cio,
Olhar bem mais guloso, até vadio,
Enquanto se acarinho e nada queixas.

Prometo de mansinho, mas não deixas.
A noite vai passando em pleno frio,
O amor que a gente sente por um fio,
Prometes e me negas, ninfas, gueixas.

A roupa transparente chama à festa,
Maldosa, tu me fechas qualquer fresta
Fingindo, tudo mostra; distraída.

Eu quero ter prazer; a gata mia,
E num momento feito em poesia
Percebo, neste amor, uma saída.

76

Percebo neste amor, uma saída
Que possa permitir sobrevivência,
Não tendo nesta vida coincidência,
Minha alma já não segue distraída.

Invado tua praia mais querida
E bebo tua boca em transparência,
Amor que represando uma demência
Fascina enquanto trama a despedida.

Às vezes me pergunto sem respostas,
Se as mesas do banquete foram postas
Ao ver tua presença iluminando.

Por mares nunca dantes explorados,
Com olhos e sorrisos mais safados,
Meu barco nos teus mares navegando.

77

Meu barco nos teus mares navegando
Enfrenta os temporais com gargalhadas,
As mãos que foram sempre bem atadas
Agora em liberdade acarinhando.

Às vezes pelos cantos hibernando
Esqueço que possuo tais escadas
E perco o rumo em meio a barricadas
Enquanto a solidão vem nos tocando.

Marchando para os braços de quem amo,
Do quanto que perdi já não reclamo,
Pois sinto o teu amor em minha veia.

Assim se a noite chega amarga e fria,
O coração depressa já se estia
Ao ver a claridade em lua cheia

78

Ao ver a claridade em lua cheia
Serpenteando brilhos na calçada,
Quem veio de um vazio e traz o nada,
Ao ver tanta beleza se incendeia.

Eu quero ter o verso em que se creia
Deixando a solidão ali, jogada,
Porém uma saudade disfarçada
Invade em ondas tantas, minha areia.

Matando o que não fora proveitoso,
O céu se mostra menos tenebroso,
O tempo passará em vinho e gim.

E tendo o que pretendo e sempre penso
Amor que se mostrando forte e denso
É meu princípio, trama, rumo e fim.

79

É meu princípio, trama, rumo e fim
O muito que transportas num olhar,
O quanto te desejo, sempre assim,
Divina transparência a nos tocar.

Artemísias, gerânios, meu jardim
Na febre que transtorna a se entregar
Bailando uma esperança sobre mim
Em ondas gigantescas, belo mar.

Navego tua pele, solto as velas,
Desenho o paraíso em aquarelas
E traço a fantasia com meus versos,

Jogado em tempestade o meu saveiro,
Percebe o sonho livre e derradeiro,
Em vagas ilusões, cantos dispersos.

80

Em vagas ilusões, cantos dispersos
Galgando a liberdade sem igual,
Na cama, um verdadeiro festival
Permite estrelas tantas. Universos...

Desejos em desejos quando imersos
Transbordam num divino ritual
Sem ter um vencedor, a triunfal
Beleza contagia assim os versos.

Românticas sonatas noite afora,
O corpo que se entrega e me decora
Fartura de emoções vivo contigo.

E o gozo repetido em glória insana,
Na voz uma deidade soberana,
Prepara ao fim da noite o nosso abrigo.

81

Prepara ao fim da noite o nosso abrigo
O gozo da alegria sem limites.
Eu peço meu amor, jamais evites
O franco riso intenso que persigo.

Às vezes quando negas, nada eu digo,
Apenas aceitando os teus palpites
Embora a culpa inteira me debites
Não vejo neste jogo mais perigo.

Transformas brisa em forte tempestade,
Distante da mais pura realidade,
Suporto, com certeza, a falsidade.

Deixando para trás fatalidade,
Eu sinto que este riso, na verdade
Promete para amor, fertilidade.

82

Promete para amor, fertilidade
A mansidão gentil de quem afaga,
Não pedindo carinho como paga
Estende sua mão, dá liberdade

Usando de total sinceridade
Não quero a tua boca feita em draga,
Água demais? A planta já se estraga
E morre sem saber felicidade.

Porém quem se mostrando eficiente
Não teme a chuva forte ou inclemente
Depois de certo tempo é desfrutar

A mão que acaricia e nunca cobra,
Não tendo uma procela, não soçobra,
Recolhe cada fruto do pomar.

83

Recolhe cada fruto do pomar
Quem sabe cultivar com maestria,
Um jeito agricultor trama alegria,
Decerto colherá o bem de amar.

Arando então a terra com vagar,
Cevando pouco a pouco e todo dia,
Usando de toda arte que sabia
Chegaste à minha vida, devagar.

Depois de certo tempo eu percebi
O quanto eu necessito assim de ti,
De todos os prazeres, bela mina.

Redimes com carinho, os erros tolos,
Nos gestos sempre calmos, aras solos,
Rainha que tão mansa, me domina

84

Rainha que tão mansa me domina
Já sabe conquistar, não necessita
Da força muitas vezes mais maldita
Na qual todo o prazer se desatina.

Numa alma transparente e feminina
Beleza sem igual, rara pepita
No olhar que mansamente assim me fita
Uma certeza firme determina

O rumo que se busca em nossa vida,
A cada novo dia, uma saída,
Trazendo à tempestade, calmaria.

Apascentando enfim, qualquer batalha,
Bafeja em calma brisa que não falha,

85

O vento da mais pura poesia
Tocando a minha face faz a festa,
De tudo o que já tive nada resta
Senão alguma gota de ironia.

Quem sabe e reconhece não confia,
Fugindo o mais depressa da floresta,
Se a queda agora corta, amor testa
E mente muito bem: eu não queria.

Depois que foste embora, que partiste,
Eu juro não fiquei tampouco triste
A vida transformada em maravilha.

Porém se a lua vem em noite bruta
Ao longe, bem de longe, inda se escuta
Os uivos das saudades em matilha

86

Os uivos das saudades em matilha
Adentram minha casa invadem quarto
Mesmo que eu tente, deles não me aparto
Entranham cada cômodo ou mobília.

A noite preparando uma armadilha,
Deixando quem amou decerto farto,
Refaz em agonia, antigo parto
Um fugitivo busca nova trilha...

Cansado de viver tanta tristeza,
Distante de uma fera nego a presa,
Apenas vou tentando sem adeus

Amor que seja leve e companheiro,
Sabendo deste sonho, por inteiro:
Não quero ser vassalo nem ser deus!

87

Não quero ser vassalo nem ser deus,
Apenas navegarmos lado a lado,
Reflexos que se espelham teus e meus,
Num sonho que se faça delicado.

Não posso mais ouvir falar de adeus,
Já tendo aqui comigo um raro fado
Carinhos desfrutados, todos teus,
No olhar que é pelo amor abençoado.

A melodia invade a nossa casa,
Saudade, nunca mais. A vida abrasa
E mostra ser mais crível, paraíso.

Eu tenho que dizer quanto eu te quero
No canto mais sublime que venero,
Falando deste amor calmo e preciso.

88

Falando deste amor calmo e preciso.
Não quero me perder sem teu carinho,
Aguardo cada gota deste vinho
E bebo em calmaria o paraíso.

Amor que tocou fundo e sem aviso
Fez do meu peito agora, rumo e ninho,
Chegando toda noite de mansinho,
Eu dele quero sempre e até repriso.

Cevando a vida inteira, na colheita
A vida em harmonia quando é feita
Provoca a mais suave convulsão.

Eu quero recolher felicidades
E mesmo que inda venham tempestades,
Jamais em minha vida digo o não.

89

Jamais em minha vida digo o não
E caço a noite inteira estrela e lua,
Deitando em minha cama a deusa nua,
Provoca a mais completa perdição.

O vento que se faz em turbilhão
Abrindo uma janela expõe a rua,
Minha alma transparente assim flutua
E bebe a tempestade, o furacão.

Chegando de mansinho, fez estrago
O turbilhão tomando o calmo lago
Promete um gosto bom, queima o cinzeiro.

Chacoalham-se quadris, louco balanço
Prazer vem galopante quando avanço,
Matando o medo algoz e feiticeiro

90
Matando o medo algoz e feiticeiro
Apegos bem mais firmes, nosso jogo,
Queimando sem juízo, acende o fogo
E mostra este desejo por inteiro.

Do quanto que te quero, sinto o cheiro
E tramo esta ventura em que me jogo,
Da forma mais sutil quando me afogo
Eu vejo que este amor é verdadeiro.

Penetro tais defesas, abro frestas,
Aparam-se sutis velhas arestas
E o tempo sem limites, vai passando.

Na rua, na calçada ou no motel,
Ao desvendar vestígios deste céu,
Não quero e nem pergunto aonde e quando.

91

Não quero e nem pergunto aonde e quando
Somente vou mais fundo no mergulho,
Não temo mais espinho ou pedregulho,
As matas deste amor, sigo explorando.

Se a terra vai depressa desabando
Apenas vou falar do meu orgulho
De ter bem junto a mim concha e marulho
Delicias que eu prossigo desvendando.

No mote repetido muitas vezes,
Os olhos caçadores viram reses
No pão bela fornada que se anseia.

Chegando à minha cama, soberana
No vento que depressa a chama abana
Amor vem devagar e me incendeia

92

Amor vem devagar e me incendeia
Não deixa mais sobrar sequer defesa,
Comendo com vontade a sobremesa,
Aranha decidida faz a teia.

A lua que nos cobre sempre é cheia,
Maré que inunda e cala esta tristeza,
O bem do amor em forte correnteza
Adentra em reboliço minha veia.

Na cheia destes rios piracema,
Deixando para trás qualquer problema
Nas mãos da timoneira poesia,

O barco de meus sonhos se repete
Sabendo navegar já se acomete
De tudo o que mais sinto; o que eu queria

93

De tudo o que mais sinto; o que eu queria
É ter o teu sorriso aqui comigo,
O resto na verdade, nem mais ligo,
Apenas eu desejo uma alforria

Libertação se faz a cada dia
Cevando a poesia joio e trigo
Misturas que demonstram que o perigo
Às vezes bem mais perto que podia.

Persisto com meu passo, sem descanso,
Não me importando, juro, se eu alcanço
Ou perco a flor, matando o seu perfume,

Porém ao pôr meu peito mais exposto
O esgar que se demonstra no meu rosto
Permite que meu passo, enfim se aprume.

94

Permite que meu passo, enfim se aprume,
O verso mais liberto e sem conchavos,
Mil mares naveguei, calmos e bravos,
Se eu tenho ou se não trago mais queixume

Não me deixo levar por teu ciúme,
Apenas coletando estes centavos
Carrego em minha morte, lírios, cravos
Até que com meu cheiro se acostume

Aquela que se fez a companheira,
Legando a solidão mais corriqueira,
Sabendo o quanto livre é minha vida.

Agora que encontrei mais claro o rumo,
Os erros cometidos eu assumo:
Minha alma se encontrava, antes perdida

95

Minha alma se encontrava, antes perdida
Beijando qualquer boca no caminho,
Bebendo com vontade amargo vinho,
Vencido pela sorte distraída

De toda esta ilusão foi abstraída
Até morrer sem dó, ledo e sozinho.
Chicote me cortando de mansinho,
A noite sem vigia está perdida.

No pé de manacá eu me estrepei,
Verrugas quando estrelas apontei,
Amor deu seu sorriso mais boçal.

Despido dos desejos meu prazer
Agora é tão somente já me ver
Subindo calmamente este degrau.

96

Subindo calmamente este degrau
Eu vejo que encontrei a cobertura,
Na boca feita em mel, uma amargura
Fazendo a gente sempre passar mal.

Da tua capoeira o berimbau,
O manto que te cobre não me cura,
Volumes de um compêndio sem brochura
Gaivota disfarçada em bacurau.

No matagal de versos me perdi,
Em incontáveis vezes abstrai
E vi o quanto a vida é ruim sem lema

Na cama uma donzela em reboliço,
Acende o coração renova o viço,
Mostrando em paz profunda um raro tema.

97

Mostrando em paz profunda um raro tema.
A fonte não se esgota e traz de novo,
Veneno tão gostoso quando provo
Uma ambrosia rara, bela gema.

Querida; só te peço: nunca trema,
Senão a gente quebra a casca do ovo
E o verso que sair trazendo estorvo
Decerto causará qualquer problema.

Não quero baboseiras tão românticas,
Nem teorias tolas, meras, quânticas,
Apenas o que sirva ao meu proveito.

Demônios recebidos fui Mefisto,
Sabendo que ao amor nunca resisto,
A sina de ser teu; agora aceito.

98

A sina de ser teu; agora aceito
E falo da vontade de te ter,
Recendes à ventura e ao bel prazer
Deitando bela e nua sobre o leito.

O jogo que começa a ser refeito
Regido pelas fontes do querer
Somando não concebe mais perder
E vive sem limites dá seu jeito.

Depois das ratoeiras espalhadas,
As caças passam ser ludibriadas
Jogando para as traças, fantasia.

Não sendo mais sequer um velho príncipe
Apenas me entregando, um vil partícipe,
Aos braços deste amor que me queria.

99

Aos braços deste amor que me queria
Que fazem do meu corpo o seu joguete,
Não quero nesta vida mais confete
Apenas destruir esta agonia.

A noite vai passando em mão vazia
E o tempo ao qual amor já me arremete
Fazendo o que bem quer logo promete
Manhã que tão distante não viria.

Aborto de ilusões, a noite vaga,
A boca que me morde enquanto afaga,
Uma draga pedindo que eu me afaste,

Mas mesmo com sarcasmos, sigo rindo
Nem mesmo as tempestades prosseguindo
Não rompem da alegria esta dura haste

100

Não rompem da alegria esta dura haste
As dores e as tristezas reunidas.
Andando sem tropeço, nossas vidas
Não têm, eu te garanto, mais desgaste.

Amor quando se mostra num contraste
Revela e não releva mais saídas,
Num toque delicado, um novo Midas
Não deixa que de ti eu já me afaste.

Barganhas que fizemos no passado,
Jogadas neste canto malfadado
Não são sequer problemas para gente.

Eu vejo que nasci quando te vi
Ao matar a memória eu percebi:
Vontade de te amar se faz urgente.

101

Vontade de te amar se faz urgente
E forma rara plêiade de sonhos,
Repartem pensamentos mais risonhos
E ganham todo o espaço num repente.

O quanto em puro amor já se pressente
Dias melhores onde houve tristonhos,
Não quero perseguir gozos bisonhos,
Apenas que prossiga o amor da gente.

Um velho caminheiro sem descanso,
Fazendo da esperança o seu remanso
Num ato benfazejo, sempre exclama

E mostra ser possível liberdade
Enquanto cultivar felicidade,
Negando a dor solene, amargo drama.

102

Negando a dor solene, amargo drama
Avanço sem temores, ganho o cais,
Estrelas derramadas, sensuais,
Decoram todo o quarto, nossa cama.

Desejo que atendamos quando chama
Em movimentos loucos, divinais,
Não quero te perder, amor, jamais,
À noite uma vontade nos inflama

E o jogo continua sem descanso,
Depois a calmaria de um remanso
Sentindo o bom perfume das madeixas

Que tocam o meu rosto- tentação,
E entregue a tais desígnos da paixão,
Decifro teus desejos, tuas deixas.

103

Decifro teus desejos, tuas deixas
E sigo em noite insana. Madrugada
Em meio a tempestades, velhas queixas,
Já deixam perceber uma alvorada

Além do quanto queres, mas não deixas.
Ao ter em sol imenso nossa estada,
Rainha se desnuda invoca as gueixas
E molda uma vontade disfarçada.

Nos seixos espalhados, mesmo rio,
Encontro em cachoeiras, desafio
E sigo peneirando o bem da vida.

E tendo esta nudez maravilhosa,
Ao perceber perfumes desta rosa
Entorno uma esperança tão querida.

104

Entorno uma esperança tão querida,
Caminho entre estas fontes deslumbrantes
E penso em paraísos por instantes,
Minha alma enamorada e distraída...

Há tanto que buscara nesta vida
E nunca percebera interessantes
Momentos sensuais e provocantes,
Na força desta sanha concebida

Açoda-me a alegria, eu alço os céus
E a noite derramando raros véus,
Estende-se em luar, regendo os passos

De um venho caminheiro apaixonado,
E agora que te tenho aqui do lado,
Só quero em minha noite os teus abraços.

105

Só quero em minha noite os teus abraços.
Que servem de acalanto e proteção,
Vencido pela força em sedução
De quem eu procurei seguir os passos.

Recolho minhas luzes nos teus braços
E vejo ao fim do túnel, redenção.
Agora que encontrei a solução,
Não quero cometer mais erros crassos.

Sou teu e tudo eu faço para ter
Felicidade boa de beber
Seguindo cada rastro abençoado

Que deixas quando passas por aqui
Sentindo o puro amor que descobri,
Mostrando ao fim da estrada um raro prado

106

Mostrando ao fim da estrada um raro prado
Prossegue a companheira de viagem,
Amar é uma eterna aprendizagem,
Às vezes é melhor ficar calado.

Enfrento a calmaria e mesmo o enfado
Sabendo que virá em nova aragem
O dia desejoso e tão sonhado,
Prazer tendo em teu corpo uma estalagem.

Se díspares buscamos mesmo senso,
Diverso do que queres quando penso,
Procuro coordenar até o fim

Sabendo ser possível a unidade
Vivendo plenamente em amizade,
Encontro aqui, contigo, amor enfim.

107

Encontro aqui, contigo, amor enfim.
E bebendo desta água eu não me canso,
O vento vem trazendo em seu balanço
O jeito de viver gostoso assim.

Tu és o que melhor existe em mim,
Certeza que apascenta o meu remanso
E traz em gesto alegre, vivo e manso
O cheiro da esperança. Quero assim

A vida que se dá pra quem se deu,
Estrela em fantasia se verteu
E trama em minha noite os universos

Longínquos de meus olhos, mas à mão.
No amor que é todo nosso, a comunhão
Trazendo algum sentido pr'os meus versos.

108

Trazendo algum sentido pr'os meus versos
Enfrento vigorosas tempestades,
Ouvindo plenamente tais verdades
Os dias com certeza vão dispersos...

De todos os meus sonhos, os seus berços
Cobertos pelas flores das saudades
Promete ao final, tranqüilidades,
Em gozos e prazeres mais diversos.

Nas mãos eu trago espinhos, pedregulhos,
Mas tendo a sensação de outros mergulhos
Afasto qualquer forma de perigo.

Depois que conheci amor perfeito
Matando a tempestade, e desse jeito,
Agora até sorrir em paz, consigo.

109

Agora até sorrir em paz, consigo,
Sabendo que enfrentei revoluções,
Os duros temporais, mil furacões,
Dormindo em mais completo desabrigo.

Colhendo bem mais joio do que trigo
Deixando para trás as plantações.
Nos olhos do amanhã, feras, leões
Na curva sempre em forma de perigo.

Amiga, amante, irmã e companheira,
Na mão que agora ampara mais ligeira
A paz toma lugar da tempestade.

A brisa costumeira que me acalma
Tomando num momento o corpo e a alma,
Aos céus vai penetrando e logo invade.

110

Aos céus vai penetrando e logo invade
Tomando cada rua e cada beco,
Arrebenta as represas e ganha eco
Espalha-se depressa na cidade.

Toando em explosão, felicidade,
Alaga um coração outrora seco,
E neste emaranhado, eu quero e peco
Bebendo até total saciedade.

No intenso fogaréu, uma esperança
Avança e não se cansa desta andança
Que trama um gosto raro; adentra o mar

Derrama no infinito tanta luz,
E o sol que farto brilho reproduz,
Espreita esta alvorada a debruçar.

111

Espreita esta alvorada a debruçar
Por sobre as flores todas do jardim,
O sol ao ver beleza, vai enfim
Deitar a maravilha sobre o mar.

Em cores tão diversas, decorar
O mundo que guardei dentro de mim,
Na tela que se mostra, sigo assim,
Sentindo o quanto é raro e belo amar.

Quarando uma esperança no varal,
O riso delicado e sensual
Convida e a festa, eu sei, nunca termina.

Na dança que se faz revolução
Eu verto sobre ti, com devoção
E bebo o meu prazer na doce mina.

112

E bebo o meu prazer na doce mina
Depois da dura seca que passei,
Agora que este oásis encontrei
Vontade de um mergulho me domina

E sigo no teu corpo a minha sina
De ter farto prazer que eu já busquei
Em terras tão diversas, só eu sei...
A lua em fantasias me alucina

E mostra novamente as nossas flores
Com pétalas diversas, multicores,
Suave melodia, sonhos gera.

O quanto eu te desejo, assim confesso
Emoldurado em luz, em versos peço:
Somemos nossos cantos, primavera,

113

Somemos nossos cantos, primavera,
Estrela que se fez em céu e mar.
Ao aprender o gosto de te amar,
Apascentei a dor, temível fera.

De tudo o que sonhei, em farta espera,
Percebo que encontrei sob o luar
O brilho que me embebe devagar
E em louca sedução vem e tempera.

Tocado por estrelas tão diversas,
Vagando pelo mar luzes dispersas
Sentindo uma alegria qual torrente.

Do céu aos mais profundos abissais,
Do mar aos infinitos sóis astrais,
Eu vou seguindo a vida simplesmente.

114

Eu vou seguindo a vida simplesmente.
Fazendo meus repentes sobre amor,
O coração se mostra sonhador
E deita sobre um sonho inconseqüente.

Aos borbotões palavras em torrente
Nadando neste mar: computador,
Às vezes passam ágeis, com vigor,
Brotando em turbilhão desta vertente.

Nascentes e cascatas, fontes tantas,
Palavras são profanas, mesmo santas
E fazem deste amor, caminho e foz.

As frases vão girando na ciranda,
Deitando o meu lirismo na varanda,
Sentindo o sol brilhando sobre nós.

115

Sentindo o sol brilhando sobre nós
Percebo quanto é boa a nossa vida.
Na boca sinto o gosto da bebida
Roubada num desejo mais feroz.

Mantendo bem distante a dor algoz,
A solidão há tempos esquecida
Jogada n'algum canto, envelhecida,
Autofágica morre em frios nós.

Assim, dois andarilhos tão unidos,
Destinos e desejos parecidos,
Tramando nesta vida comuns traços

Já sabem do prazer de tanto amar,
Eclipsando o meu sol em teu luar
Tendo a minha sina nos teus passos.

116

Tendo a minha sina nos teus passos
Esqueço o que passei, ergo a cabeça,
O sonho de viver já recomeça
Deixando os medos pálidos e lassos.

Respeito teus caminhos, teus espaços,
Mas peço, meu amor nunca me esqueça
Não tendo mais na vida tanta pressa
Caminho par a par; estreitos laços.

Somando o que nós somos, eu vejo um,
Não quero te perder de jeito algum
No barco da existência nossos remos

Unidos demonstrando que união
Permite que se encontre a solução
A par do sonho raro que vivemos.

117

A par do sonho raro que vivemos
Sentindo todo o visgo deste amor,
Percebo este poder transformador
E vago pelo rumo que escolhemos.

De toda a luz que em glória recebemos,
Mosaico de alegrias a compor
Um mundo mais sublime ao meu dispor
Além do céu imenso que nós vemos.

Ao ter nos olhos brilho da esperança
A gente vai dançando a mesma dança
No brilho que te entrego e que recebo

Dos olhos desta bela namorada,
História que passei; abandonada,
Martírios que vivi; já não concebo.

118

Martírios que vivi; já não concebo
Nem deixo mais a dor me conquistar,
Tristezas vão em bando, volto ao mar,
No fogo do prazer que ora recebo.

Um novo amanhecer, enfim percebo
Depois de tanto tempo a divagar,
Aflora no meu peito o bem de amar,
Teu néctar mavioso; agora bebo.

Quem fora simplesmente um sonhador,
Ao ver amanhecer a recompor
Estrada que trazia o mesmo não,

Não pode mais deixar de agradecer
Ao ver em belos dias perecer,
Verdugo de meus dias, solidão.

119

Verdugo de meus dias, solidão
Do sofrimento faz sua alegria,
Matando pouco a pouco, a cada dia
Impede que se veja a redenção.

Repete eternamente o mesmo não,
Trazendo a tão voraz melancolia,
Não tendo do meu lado quem queria
O vento transformado em furacão.

Porém ao ter comigo esta presença
Que traz nas mãos consigo a recompensa
Depois de tanto tempo assim de espera.

Teus olhos me remetem ao futuro
E sinto que virão do céu escuro,
Enchentes de florais na primavera.

120

Enchentes de florais na primavera
Certeza de um perfume inesquecível,
Amor quando se mostra indivisível
Já torna bem mais mansa a louca fera.

Deitando o seu luar sobre a tapera
A lua traz no amor o seu fusível
E mostra, na verdade ser possível
O sonho que se quer e que se espera.

Temperos que encontrei nos lábios teus,
Adoçam ilusões, matam adeus
E põem tal fartura em nossa mesa.

De tanto que te quis e te esperei
Agora grito ao mundo que encontrei
Uma esperança feita em fortaleza.

121

Uma esperança feita em fortaleza
Não pode ser calada ou destruída,
Pois sendo a cada dia, construída
Expressa com vigor, farta beleza.

Nos olhos de quem amo tal grandeza
Ao ver uma esperança refletida,
Percebo que encontrei em minha vida
Depois da negação, esta certeza

De ter já concebido o meu futuro
Moldado em sentimento bem mais puro,
Depois da dura queda estou refeito;

Ao ter uma alegria como cais
Eu sinto que se foi pra nunca mais
A dor que latejara no meu peito.

122

A dor que latejara no meu peito
Aos poucos se esvaindo lentamente,
Ao ver que posso amor tão plenamente
O meu prazer em ti; querida, eu deito.

Vanglória que me ufana a cada feito,
Invade com desejos minha mente,
Entorno esta vontade que é da gente
E tudo o que fizeres é perfeito.

Na sílfide divina e colossal,
O riso desejado e sensual
Encharca de vontades e ternuras...

Uma escultura rara em puro encanto
Permite-me dizer que eu quero tanto
Teu corpo; a mais divina das molduras.

123

Teu corpo; a mais divina das molduras
Espalha em minha cama mil prazeres,
Ao ter a mais perfeita das mulheres
Esqueço antigas dores, amarguras.

Enquanto a noite é plena de ternuras
Marcada pelo gozo dos quereres
Misturas que se fazem de dois seres
Promessas mais sublimes de loucuras.

No encanto que irradias; sol profano,
O tempo de viver vai soberano,
Permite vislumbrar, da terra o Céu.

E sinto o quanto quero o teu querer,
Enovelando os corpos, posso ver:
Galopa em liberdade o meu corcel!

124

Galopa em liberdade o meu corcel
Sentindo este bafejo da esperança,
Nas mãos que se procuram já se alcança
O gozo da ventura em carrossel.

Vertendo em tua boca puro mel,
A noite vaga intensa em louca dança,
A dor ludibriada enfim se cansa
A fantasia cumpre o seu papel.

E vejo, depois disso, renascer
O dia claro, envolto no prazer
Que a cada novo toque em gozo mina.

Imerso na beleza desta trama
A vida em profusão; sinto, se inflama
No sol que nos bendiz quando ilumina.

125

No sol que nos bendiz quando ilumina
Persigo cada rastro que deixaste,
O brilho que eu bem sei, tu entornaste
Há tempos com certeza, me fascina.

Desfilas o sorriso de menina
Que traz tanta pureza por contraste,
Sabendo das ternuras que encontraste
No amor em perfeição, sublime mina.

Perdoe se te falo num soneto
Que em ti, e tão somente eu me completo,
Não quero caminhar sozinho e cego.

Apenas que me escutes, eu te quero
Desejo tresloucado mostra esmero
No quanto que te quero e nunca nego.

126

No quanto que te quero e nunca nego
Eu moldo o meu futuro antes incerto,
Pois tendo o teu carinho aqui por perto
Um mar de imensos sonhos eu navego.

À vida refazendo antigo apego
Trazendo uma esperança em meu deserto
Carinhos e desejos que eu te oferto
E a cada poesia; amor, entrego.

Eu tento disfarçar, mas não consigo,
No quanto eu te desejo e tenho abrigo
Apenas no teu corpo sensual.

Numa homenagem justa ao deus amor,
Num brinde à poesia a te propor
Ergamos belas taças de cristal.

127

Ergamos belas taças de cristal
Iremos, depois disso ao infinito,
Fazendo da emoção o nosso rito,
Navego espaço aberto, sideral.

O beijo que transforma, sem igual,
Ao ter o teu carinho, o céu eu fito,
Derretes a dureza do granito,
Tu és da minha vida, sol e sal.

Eu tenho os olhos tristes de quem teve
A vida num inverno feito em neve,
Porém a primaveras se pressente

Ao ver nos olhos claros, meu farol,
Tocado dentro da alma, um girassol
Levado pela luz numa torrente

128

Levado pela luz numa torrente
Invado o amanhecer de uma esperança.
Traçando o meu futuro, na lembrança
Passado vai morrendo, felizmente.

Por mais que a solidão, audaz, já tente,
Eu tenho uma alma livre de criança
Fazendo com meus sonhos a aliança
Que sempre me permite estar contente.

Farrapos esquecidos, nem resquícios,
Consigo ultrapassar os precipícios,
Pois tenho o pensamento mais veloz

Saltando simplesmente, ignoro o muro
Trazendo o coração sincero e puro
Não temo o que virá depois, após.

129

Não temo o que virá depois, após
O tempo em que passamos tão distantes,
O rio se perdendo em variantes
Diversas do que fora, outrora, a foz.

O pensamento livre é mais veloz,
Mas segue por caminhos inconstantes.
Alvoreceres vários já garantes,
Porém a solidão se torna algoz.

Revendo os erros todos cometidos
Vontades vão roçando os meus sentidos
E entrego-me na força de teus braços

Sabendo que depois de tanto tempo
Encara novamente um contratempo,
O coração imerso em belos paços

130

O coração imerso em belos paços
Invade qualquer rua ou quarteirão,
Nos jogos tão difíceis da paixão
Errando, muitas vezes, perco os passos.

Desejos e prazeres mais devassos
Enfurnam-se no fogo em sedução,
Causando enfim, em nós, revolução,
Adentra as nossas carnes. Firmes aços.

Partindo do que fomos – seres sós,
Nas asas deste sonho, mais veloz,
No intenso vendaval que recebemos;

Depois de conhecermos o naufrágio,
Qual velho timoneiro, sábio e ágil,
O amor toma nas mãos o leme, os remos.

131

O amor toma nas mãos o leme, os remos
Enfrenta os vendavais, cabeça erguida.
Mudando assim o norte em nossa vida
No quanto em dor, prazer; nós recebemos.

Nos céus quando nublados, percebemos
A luz que, eu sei, virá mais decidida
A dor em esperança convertida
E nela, amanhecer que inda teremos.

Vagando em turbilhão, nos apascenta,
Na calmaria plena e violenta
De um gêiser refrescante aguardo e bebo

Ancoro uma alegria em turbulência
Tomado pelo doce efervescência
Carinhos mais gentis; dou e recebo.

132

Carinhos mais gentis; dou e recebo
Embora muitas vezes tenha o não
Como resposta a tal proposição,
Um dia bem melhor, sempre concebo.

Do imenso sentimento eu já percebo
O seu poder maior: transformação.
E mesmo quando encontro a negação,
O gozo da esperança eu quero e bebo.

Nos olhos de um amigo, de um amor,
Eu creio em outro dia a se compor
Deixando no passado, a solidão.

Querendo deste bem à saciedade
Amor vem soerguendo a liberdade
Deixada para trás no rés do chão.

133

Deixada para trás no rés do chão
Rasteja pela casa a vil serpente,
Do quanto que se fez tão envolvente,
Morrendo pouco a pouco, a solidão.

Ao ter em novo amor, a redenção,
Um dia mais feliz já se pressente
E o corpo entregue ao lume incandescente
Do fogaréu imenso da paixão.

Sentindo em teu perfume esta evidência,
Na tua tez morena, a transparência
Do gozo sem limites, desfrutar.

Qual colibri que voa enamorado,
Chegando mansamente do teu lado,
Teu néctar; vou sorvendo com vagar.

134

Teu néctar; vou sorvendo com vagar
Até sentir-me pleno e saciado,
Do amor que tu me entregas, lambuzado,
Vontade de invadir e de ficar

Posseiro de teu corpo a me embrenhar,
Meu barco nos teus portos, ancorado
No mar do amor imenso, naufragado
Viagem sem limites e sem par.

Sem cercas ou fronteiras, somos um,
No gozo que se explode, um bem comum,
Não tendo qualquer forma de defesa

A lua dos amantes, sem juízo,
Ao pratear insano paraíso
Derrama sobre nós farta beleza,

135

Derrama sobre nós farta beleza
Constelação de cores mais diversas,
Unindo sensações antes dispersas,
Traz raras iguarias para a mesa.

E o quarto se transborda em correnteza,
Voando o pensamento em belos persas
Tapetes maviosos, gozos versas
E deitas fabulosa uma certeza

De ter as soluções nos frágeis frascos
Quebrando dos temores os seus cascos,
Eu sigo em tal magia, satisfeito,

A solidão distante e já sem prumo,
Sem norte ou direção, perdendo o rumo
Ao ver o seu caminho contrafeito

136

Ao ver o seu caminho contrafeito,
A dor em solidão nos abandona,
De todos os desejos és a dona,
Domando a rebeldia que em meu peito

Tornara em rumo incerto e insatisfeito
O vago que voltando sempre à tona
Enquanto a fantasia inda ressona
Incorpora a tristeza enquanto deito.

As farpas que trocamos vez em quando
Deixaram cicatrizes. Mas voltando
Os olhos para estrelas bem mais puras

Pudemos vislumbrar, com alegria
Um novo amanhecer que enfim seria
Repleto de prazeres e ternuras.

137

Repleto de prazeres e ternuras.
Que encontro tão somente em ti, querida,
Alvíssaras invadem nossa vida
Tramando o doce alento das loucuras.

Cerzindo com belezas emolduras
Em nós a maravilha pressentida
No quanto a luz se fez e foi vertida
Nas plêiades, fantásticas molduras.

Qual fora um beija-flor enamorado,
Vagando flor em flor, sinto ao meu lado
Depois de tanto vôo, cego, ao léu

Permito-me dizer do quanto é belo
Este mundo noviço que revelo,
Bebendo nesta boca o doce mel.

138

Bebendo nesta boca o doce mel
Que traz uma fartura feita em gozo,
O tempo de viver é caprichoso
E às vezes nos parece mais cruel.

Sentindo esta vontade em fogaréu,
No mar que se faz farto e melindroso
De uma tranqüilidade sou esposo
Galgando em tua pele ascendo ao céu.

A vida prosseguindo assim, suave
Não tendo mais tristeza que me entrave
Embarco nos teus sonhos de menina

Castelos que criamos. Fantasias,
E um mundo todo pleno em alegrias,
Felicidade imensa descortina.

139

Felicidade imensa descortina
Sorvendo cada gota de prazer,
O canto em que me sinto embevecer,
A cada novo instante determina

O rumo ao qual amor já nos destina,
Um deslumbrante e clara alvorecer.
No corpo enlanguescido eu posso ver
Beleza sem igual, diamantina.

Decifro os teus sinais e sigo os rastros,
No amor que me extasia tenho os lastros
E com toda certeza, assim trafego

Sem medo de encarar quaisquer tempestas,
Sabedor dos caminhos – curvas, frestas,
Ao bem de tanto amor, eu já me entrego.

140

Amor fazendo amor, prazeres gera
E nisso se refaz nova esperança,
No trilho que prossigo a cada andança
Acalmo toda dor, esmago a fera.

No peito de quem sofre; uma cratera
Destrói em solidão a confiança
Apenas no amor, tenho a fiança
De ver nascer mais forte a primavera.

Entrego cada passo, rumo certo,
Aguando em alegria o meu deserto,
Tocado pelo intenso vendaval.

Felicidade imensa se revela
Quando minha alma calma já se atrela
Ao bem que se mostrando sem igual.

141

Ao bem que se mostrando sem igual
O coração se faz doce e cativo,
Nas tramas deste sonho eu sobrevivo
E bebo cada gota, triunfal

O amor faz da alegria um ritual,
Do quanto sou feliz jamais me privo,
Erguendo o meu olhar, prossigo altivo
Já sei desta aventura o seu final.

Após perambular a vida inteira
Na busca sem limites, verdadeira
Cansado da mesmice de um adeus,

Depois de conhecer o duro inverno,
Atravessei os pórticos do inferno,
Chegando depois disso aos braços teus.

142

Chegando depois disso aos braços teus
Após os erros todos cometidos,
Enganos que já foram esquecidos
Percebo o quanto é triste um vago adeus.

Alegrias se dão em himeneus
Deixando os meus terrores destruídos,
Os dias mais felizes pressentidos
Invadem os sentidos, nossos, meus...

A par do que sentimos nada temo,
Nem toda a aleivosia, nem o Demo,
O mal adormecido não me alcança.

Ao ter tanta certeza aqui comigo,
No passo mais audaz sempre prossigo
Contendo em minhas mãos esta esperança.

143

Contendo em minhas mãos esta esperança
Menina bem travessa faz a festa,
O quanto que eu já tive, a vida gesta
Deixando o bom sabor de uma festança.

Uma esperança a mais amor alcança
E adentra qualquer pântano ou floresta
Loucuras de prazer, amor atesta
E a noite se permite vir mais mansa.

Joguete dos sentidos, riso e pranto,
Do quanto necessito, eu não me espanto
Escravo consciente da paixão.

Na força imorredoura deste sonho,
A cada novo verso eu te proponho
Fartura de esperança e de emoção.

144

Fartura de esperança e de emoção
Coloco a fantasia em cada verso,
Não quero mais saber de andar disperso,
Encontro finalmente a direção

Cansado de enfrentar o mesmo não
Eu quero abrir o peito ao universo,
Nos braços de quem quero, vou imerso,
E a vida agora mostra a perfeição.

Depois de tanto tempo, sendo frágil,
Após colecionar queda e naufrágio,
Encontro o meu destino verdadeiro.

Singrando os oceanos da loucura
Percebo o fim de toda esta procura
Levando para a praia o meu saveiro.

145

Levando para a praia o meu saveiro
Encontro no teu corpo, ancoradouro,
O derradeiro porto, o meu tesouro,
Meu sol de intenso brilho, alvissareiro.

Muito além de um prazer mais corriqueiro
Nas ondas de teus mares eu me douro,
E sinto finalmente o bom agouro
Roçando os meus lençóis, meu travesseiro.

Estampas num sorriso o quanto queres
Além deste desejo que conferes
A quem se fez cativo destes laços

Eternidade feita em atitude
Eu sinto renovar-me em juventude,
Vagando a noite, imerso nos teus braços.

146

Vagando a noite, imerso nos teus braços
Adentro pelas praias da loucura,
Estendo o meu navio na procura
De ter a plenitude dos espaços

Deixados no caminho, sigo os passos
De quem se fez distante da amargura,
Numa explosão sem par, farta ternura
Amenizando a vida, cala os aços.

Não quero mais amor em solilóquio
Seja em Paris, em Roma, Rio ou Tóquio
Eu quero estar contigo lado a lado.

Melancolia outrora uma vizinha,
Abandonada morre tão sozinha
Jogada na gaveta do passado.

147

Jogada na gaveta do passado
Lembrança que se fez um duro algoz,
A noite vem trazendo a sua voz
Deixando o coração desesperado.

O grito da esperança em alto brado
Socorre o pensamento e vem veloz,
De novo uma promessa traz os nós
Do amor que em pleno se fez atado.

De sentimentos frios e servis,
Marcando em ferro frio, a cicatriz
Não deixa uma alegria transbordar.

Porém ao ter aqui tua presença
Espero finalmente a recompensa
Agora que encontrei o bem de amar.

148

Agora que encontrei o bem de amar
A par do que sentimos vou em frente.
Meu peito ao se mostrar assim contente
Já sabe do prazer que irá chegar.

Partilha tão gostosa de tramar
Ao ter quem com carinho nos alente
Num toque mais suave a gente sente
O mundo em esperanças mergulhar.

Na dança a contradança se garante
E tudo se transforma ao mesmo instante
Em que nossos sentidos vão imersos

Trazendo à flor da pele a sensação
De quem já descobriu a direção
Vagando nos meus sonhos, nos meus versos.

149

Vagando nos meus sonhos, nos meus versos
Palavras multiplicam sensações,
Estrelas mergulhando aos borbotões
Medos vagalumeiam, vãos, dispersos.

Não quero mais rancores tão perversos
Nem mesmo em minha vida os turbilhões,
Bebendo da alegria tais poções
Adentro os mais incríveis universos

A sorte está lançada nestes dados,
Mudando com certeza, velhos Fados,
Prenúncios de alegria em minha vida.

Tristeza tão amarga de tragar,
Sumindo no horizonte devagar,
Nos olhos da esperança vai vencida.

150

Nos olhos da esperança vai vencida
Amarga solidão, temível fera.
Ao ter quem tanto quis em larga espera
Percebo um novo tom em minha vida.

Por mais que a noite venha a ser doída
Tua presença agora me libera
Ao mesmo tempo a luz se regenera
Aponta ao fim de tudo, uma saída.

Olhando o meu reflexo no teu rosto
Eu vejo o quanto quero estar exposto
Nesta vitrine imensa e magistral.

Reluzes com raríssima ternura
E a vida ao se mostrar plena ternura
Espelha esta beleza sem igual.

151

Espelha esta beleza sem igual
O rosto da mulher que me encantou,
Reflete num sorriso angelical
Aquilo que o amor proporcionou.

Na boca tão carnuda e sensual
O beijo da alegria se entornou,
Bebendo o teu prazer suor e sal
Concebo o que meu sonho em ti buscou.

Na tua morenice mais matreira
Explorador perfaz sua bandeira
E sabe o que deseja desbravar.

Amor que não permite uma fronteira
Percebe uma alegria verdadeira
Sentindo uma esperança aqui chegar.

152

Sentindo uma esperança aqui chegar
Eu faço de meu verso um estandarte
Podendo mansamente enfim, amar-te
Tocado pelo sonho, invado o mar

E sinto que é preciso navegar
Além de um infinito irei buscar-te
Teus rastros; espalhaste em toda parte,
Pressinto a imensidão a me tocar.

Não temo mais batalhas, labirintos,
Vulcões da solidão eu sei extintos,
E sinto a calmaria quando deito

Trazendo em nosso amor esta certeza,
Vencendo em destemor qualquer surpresa:
Uma esperança imersa em nosso peito.

153

Uma esperança imersa em nosso peito
Aos poucos vai mudando o meu caminho,
Pois quando em teu amor eu já me alinho
Felicidade mostra-se um direito.

O rumo para a glória é bem estreito,
Não permite sequer sonhar sozinho.
Arranco com firmeza cada espinho
Enquanto o meu destino, agora aceito.

Luzindo no vigor de uma manhã
Encaro com destreza cada afã
E a doce fantasia amor conduz.

Vencendo os temporais que eu encontrar
A vida com certeza irá brilhar
Não tendo em minha vida urze nem cruz.

154

Não tendo em minha vida urze nem cruz
Estendo o coração neste varal,
Enfrento qualquer medo ou temporal,
Sabendo que contenho imensa luz.

Ao vento da saudade eu já me opus,
E desta luta insana, triunfal,
Fazendo do teu corpo a catedral
Que imensa fantasia reproduz.

Ao ver depois de tudo, um horizonte,
A vida vai cessando o seu desmonte
Depois de tanto tempo em dura espera

Renasço e vou feliz, sabendo disto.
Repito novamente – sempre insisto-
Amor fazendo amor, prazeres gera.

155

Amor fazendo amor, prazeres gera
Círculo vicioso e benfazejo,
Extrema sensação, louco desejo,
Aflora a insanidade da pantera.

Rasgando no meu peito a primavera
Entranha as maravilhas que eu almejo,
Floradas sem igual; quero e prevejo,
Sem ter o sofrimento feito espera.

Felicidade é feita a cada dia,
Tocando pelo vento que queria
Transforma a tempestade em brisa mansa.

Alucinadamente, eu me inebrio,
Vertendo em doce insânia, este pavio,
Encanto em profusão, nossa aliança

156

Encanto em profusão, nossa aliança
Pressupõe risos francos, fartos gozos,
Trafego por espaços prazerosos
E à terna fantasia, amor alcança.

Olhar enamorado por léguas trança
Invade os arvoredos mais frondosos
Grileiro enfrenta os riscos tenebrosos
Até chegar à senda bela e mansa.

Caminhos que desvendam meus segredos
Permitem vislumbrar novos enredos,
Pujantes esplendores da esperança.

Envolto pela luz em que tu brilhas,
Por mais que sejam duras nossas trilhas
Quem ama de verdade não se cansa.

157

Quem ama de verdade não se cansa
Decifra todos os signos que encontrar,
Não teme mais distância, enfrenta o mar
E segue, peito aberto, com pujança.

Nas ruas e luares, a lembrança
Permite o que se quer rememorar,
Fazendo de teu porto o meu altar,
Numa alegria imensa de criança.

O coração de um triste sertanejo,
Entregue à sensação – calmo desejo,
Escuta um canto amargo do passado,

Mas tendo o plenilúnio de um amor,
Compõe num verso breve e sonhador,
Toada de um caboclo enamorado.

158

Toada de um caboclo enamorado
Espalha no sertão um canto leve,
A lua extasiada já se atreve
E chega com fulgores ao seu lado.

Distante de outro verso rebuscado
Espalha uma emoção sincera e breve,
A cada novo acorde já descreve
O quanto é bom estar apaixonado.

Na lírica explosão dos sentimentos,
O coração liberto exposto aos ventos
Encarna a divindade num segundo,

O simples sertanejo sabe bem
Que todo este universo já contém
Quem tem dentro de si amor profundo.

159

Quem tem dentro de si amor profundo
É quase um semideus, conhece a glória,
Não sabe mais da dor tão merencória,
Permite-se num sonho, novo mundo.

De toda esta alegria eu já me inundo
E sinto vir no vento uma vitória,
Estrada antes deserta, agora é flórea
Secando o pantanal, outrora imundo.

A lúdica emoção de ser criança
Na qual a fantasia enfim descansa,
Amor não mais se perde, um andarilho.

E tendo o raro lume que me invade,
Numa bonança após a tempestade,
Estrelas multiplicam farto brilho.

160

Estrelas multiplicam farto brilho
Espalham sobre a Terra diademas
Nos olhos sonhadores, seus emblemas
Vencendo qualquer forma de empecilho.

Atalho meus caminhos, sigo o trilho
Deixando bem distantes os problemas,
Querida, não há nada que tu temas
Nas sendas deste amor que eu engatilho.

A solidão que fora duro algoz,
Ao ter a percepção dos nossos nós
Aos poucos se apascenta e vira brisa.

Varrida para sempre dos caminhos,
Vencida pela força dos carinhos,
Numa esperança viva, ela agoniza.

161

Numa esperança viva, ela agoniza,
E morre pouco a pouco, lentamente,
Quem fora sempre sórdida, inclemente,
Transforma-se num vento manso, em brisa.

Às vezes um sorriso mimetiza,
Retrato que se mostra opalescente,
Porém amor já deixa transparente
E o sentimento em paz à glória visa.

Ao vê-la padecendo, eu regozijo
De todos os temores já me alijo,
Recebo o bom frescor da primavera.

Ao ter do manso amor clara certeza,
Levado por divina correnteza,
Esqueço a solidão, temível fera

162

Esqueço a solidão, temível fera
Ao ter tua presença aqui, comigo,
O quanto que passara em desabrigo
Na espreita, de tocaia, numa espera.

Aberta no meu peito, uma cratera
Exposta a qualquer forma de perigo,
O sentimento amargo e tão antigo
Durante a vida inteira me tempera.

Porém ao perceber tua atitude
Vencendo assim qualquer vicissitude
Recebo o vento amável que persigo.

Refazes com carinho a juventude,
Desta alegria imensa, faz-se açude.
Atando nossos nós, irei contigo.

163

Atando nossos nós, irei contigo
Cercado pelos brilhos deste sonho,
O quanto eu te desejo e te proponho
Um mundo mais feliz; quero e consigo.

Teus passos pela vida, agora eu sigo
E vejo amanhecer calmo e risonho,
Não tendo mais segredo vil, medonho
Enfronho meu destino em nosso abrigo.

Durante o duro inverno que passamos,
Frondosas esperanças, fortes ramos
Mostraram mais possíveis tais encantos,

Mudando num momento esta estação
Aquece-se na força de um verão
O frio em minhas mãos, tremores tantos...

164

O frio em minhas mãos, tremores tantos,
Enrijece meus dedos, corta fundo.
Atravessando o tempo num segundo
Eu busco a primavera em seus encantos.

Procuro os teus sinais vasculho os cantos,
Vagando sem descanso pelo mundo.
Em vértices diversos me aprofundo
E colho tão somente, dores, prantos.

Quisera poder ter a claridade
De ter sempre comigo a liberdade
E nela o pleno amor já se entranhando.

E quando sinto enfim o teu sorriso,
Percebo como fora algum aviso
Tentáculos da sorte nos tocando.

165

Tentáculos da sorte nos tocando
Exprimem o que sempre desejei,
Fazendo deste sonho a nossa lei,
Eu sinto o nosso amor me libertando.

As dores e tristezas sempre em bando
Depois de certo tempo, naveguei,
Porém no amor imenso eu me entreguei
E o mundo de repente foi mudando.

Mundanas fantasias, fátuo fogo,
Agora em luz sublime já me afogo
E vejo um claro dia, de repente.

Fazendo a ti, querida, uma homenagem,
Meu peito vai se abrindo em nova aragem,
Brindando à nossa glória fartamente.

166

Brindando à nossa glória fartamente
Inebriado sonho ao qual me entrego,
Prazer que em fonte rara não renego,
Expressa o que desejo plenamente.

O quanto é necessário que contente
Um coração outrora vago e cego,
Permite-se dizer que em raro apego
A vida transbordada em tal torrente.

Sagrando cada verso que eu te faço
Ao novo amanhecer sem embaraço,
Nas águas da monção do amor me inundo.

Na bela alegoria em claro véu,
Eu toco num momento imenso céu,
Vivendo o nosso amor, raro e profundo.

167

Vivendo o nosso amor raro e profundo
Estendo as minhas mãos ao infinito,
Amolecendo em paz, duro granito,
O tempo vai mudando, giramundo.

Um coração que outrora vagabundo
Não tinha uma esperança como rito,
Ao ter o teu sorriso tão bonito
Transforma a sua sina em um segundo.

Agora ao perceber rara ventura,
A noite que virá não mais escura
Trará a eternidade a cada passo.

O vento transformado em mansa brisa
Audaz e com certeza mais precisa,
Minha esperança afeita ao teu abraço.

168

Minha esperança afeita ao teu abraço
Não quer desvincular-se nunca mais,
Agora que encontrou seu manso cais
Recebe o vento calmo a cada passo.

Atados lado a lado não desfaço
Os nós que nos uniram, magistrais,
Vencendo os precipícios abismais
Um novo alvorecer contigo, contigo eu traço.

Qual fora um privilégio inesquecível
A força que nos une, indestrutível
Impérios constelares segue e trilha.

Sentindo finalmente esta magia:
O quanto a vida em paz já se anuncia
Em minhas mãos contendo a maravilha.

169

Em minhas mãos contendo a maravilha
De um dia mais feliz que procurara
Deixando bem distante a senda amara,
Adentro o puro amor, e sigo a trilha

Da luz que tantas vezes, andarilha
A minha redenção desamparara.
Cortando bem mais fundo, em dura escara,
Fechando dos meus sonhos a escotilha.

Em cântaros meus olhos se verteram,
Até que finalmente perceberam
Estrela matutina que se alcança

Apenas num segundo, em pensamento,
E o brilho desta estrela num momento,
Entorna sobre nós rara esperança

170

Entorna sobre nós rara esperança
O brilho em carrossel do amor que trazes,
Não tendo mais palavras sequer frases,
Apenas este amor que agora alcança

Minha alma que guardara na lembrança
Distantes ilusões, longínquas fases
De dias tão doridos quanto audazes
Matando o que restou de uma criança.

Das farpas que trazia em ironia,
A mansidão na voz demonstraria
A força deste amor, claro e preciso.

Mulher maravilhosa, bela e sábia
Trazendo na doçura, tanta lábia,
Sabendo transformar a dor em riso.

171

Sabendo transformar a dor em riso
As tuas mãos mitigam sofrimento,
A vida vai tomando enfim assento
Trafego esta ilusão, vou sem aviso.

Metamorfoseado eu me matizo,
Seguindo até o fim, nego o tormento,
Enquanto estou contigo eu me apascento
E em cada novo dia, mais conciso.

Por vezes me escondera e numa espreita
Sentindo uma alma livre e satisfeita,
Eu quis estar contigo lado a lado,

Sorvendo cada gota da esperança
Que imerso em pleno amor, a glória alcança
Nos raios deste céu iluminado.

172

Nos raios deste céu iluminado
Eu vejo refletido um raro sol,
Inunda em claridades o arrebol
Deixando um rastro imenso e bem traçado.

O pensamento audaz prossegue alado,
Seguindo cada brilho, girassol,
Refém da magnitude do farol
De toda esta beleza, enamorado.

Quem sente a maravilha de poder
Decifrar os enigmas do prazer
Adentrando o nirvana num segundo,

Ao ter a força imensa de um amor
Não é mais tão somente um sonhador,
Já sabe conquistar, decerto o mundo.

173

Já sabe conquistar, decerto o mundo
Aquele que se mostra por inteiro,
Amor que é benfazejo e verdadeiro,
Um sentimento raro e tão profundo.

Nos braços deste sonho eu me aprofundo
E sinto o vento manso e lisonjeiro
Que trama num sorriso, mais matreiro,
Atando um coração que é vagabundo.

Adentro as doces sendas da emoção,
Tocado pelo lume em sedução,
Amor dispara assim, o seu gatilho.

E tendo a claridade que sonhara,
Meu passo com firmeza já se ampara,
Não vendo mais sequer um empecilho.

174

Não vendo mais sequer um empecilho
Afasto os pedregulhos do caminho,
Adorno em fantasias este trilho,
Priorizando a rosa, mato o espinho.

Não quero a solidão de um triste exílio,
Por isso no teu colo – amor – me aninho
Das tramas da esperança, como um filho
Eu bebo cada gota, esgoto o vinho.

Meus olhos procurando o firmamento
Percebem nos teus olhos este ungüento,
E a sorte num momento já me avisa

Do quanto eu sou feliz em te querer
Raiando em bela aurora – eu posso ver -
Manhã vem renascendo em mansa brisa.

175

Manhã vem renascendo em mansa brisa
Depois da tempestade que passamos.
Das árvores do amor, quebrando ramos,
O sol que agora nasce nos avisa

Do quanto é necessária a mão precisa
Na qual, felicidades encontramos,
Ao mesmo tempo em que nos aparamos
A dor vai fugidia, assim desliza

Por entre os descaminhos; solitária,
Palavra benfazeja é necessária
E mostra ser possível novo dia.

Assim iremos juntos, solidários
Decerto não seremos solitários
Já tendo uma esperança como guia.

176

Já tendo uma esperança como guia
Enfrento a solidão com destemor,
O quanto se faz claro que este amor
Derrama sobre nós a poesia.

Da voz que tanto tempo me dizia
Que a cada novo obstáculo a transpor
O sentimento encontra mais vigor,
Mostrando em plena paz tanta alegria

Eu sinto o toque calmo e soberano,
Cerrando para sempre o desengano,
Condenado ao eterno desabrigo.

Qual lavrador que um sonho cultivara,
Numa colheita amena, bela e rara
Recolho cada rastro que persigo.

177

Recolho cada rastro que persigo
Deixado pelos cantos da cidade.
Separo na colheita joio e trigo,
Encontro o que mais quero; a liberdade.

Partilha que se faz leva consigo
Princípios da total fertilidade,
Além de simplesmente ser amigo
Eu quero o teu amor, eis a verdade.

Num átimo percorre o pensamento,
Levando para longe num momento,
Invade sem porteiras, outros cantos,

Nas mãos frias, suadas, passo a ter,
E aos poucos já começo a perceber
Sintomas que demonstram tais encantos.

178

Sintomas que demonstram tais encantos
Diagnosticam amores incontidos,
Sussurros misturados com gemidos,
Sorrisos invadindo calam prantos.

Dos corpos que se buscam feitos mantos
Temores são deveras já vencidos
Numa explosão sem par, nossos sentidos
Entregues à loucura sem espantos.

Numa explosão divina, pois atômica,
A intensa confusão se faz harmônica
Revolução do gozo, insano bando.

E em meio a tanta insânia, alucinante,
Surgindo em claridade deslumbrante,
O dia em alegria vem raiando.

179

O dia em alegria vem raiando
Invade com seus brilhos nossa casa,
Fagulhas antevendo intensa brasa
Que aos poucos todo o sonho vem tomando.

Sinais que amor nos mostra, decifrando
A sorte nos sorri e não se atrasa
O pensamento, enfim vai criando asa
E não pergunta mais aonde e quando.

Apenas se deixando navegar,
O velho timoneiro adentra o mar
E o gozo da alegria já pressente.

Captando a luz intensa deste sol,
Seguindo o brilho insano de um farol,
Amor mudando o rumo, de repente.

180

Amor mudando o rumo, de repente
Por mares poucas vezes navegados,
Recebe da alegria os seus recados
E sabe convergir completamente.

Atalha por um rumo diferente
E imerso em maravilhas, calmos prados
Olvida num momento os duros brados
E o vento em mansidão, agora sente.

Liberto das algemas que trouxera,
Refaço a mais sublime primavera
De toda a calmaria enfim, me inundo.

Ao ter tal percepção, águo o deserto
Depois de tanto tempo e já liberto,
Permito ao coração ser vagabundo.

181

Permito ao coração ser vagabundo
Vagando, colhe estrelas, rasga o céu,
Galopa sem limites meu corcel
Persegue em pensamentos, novo mundo.

Destinos tão diversos que confundo
Estradas sem destino, vou ao léu,
A vida vai girando em carrossel,
E a cada nova volta me aprofundo.

Invado as negritudes abissais,
Em meio a teus carinhos sensuais
Desenho o meu desejo traço a traço,

Minha rosa dos ventos eu perdi,
Mas bebo do prazer que achei em ti
Numa explosão extrema em cada passo.

182

Numa explosão extrema em cada passo
Caminho entre os espinhos, pedregulhos,
Ouvindo nas marés, loucos marulhos,
Meu peito vai se abrindo e cede espaço

Um novo amanhecer, agora eu traço,
Deixando para trás velhos entulhos,
Enterro o que guardara, meus orgulhos
Fortalecendo assim, os nossos laços.

Aprendo estas lições que me ensinaste,
Contendo uma erosão, cessa o desgaste,
Atada em nossos pés a mesma anilha.

Fomento uma alegria renovada,
Depois da dura e fria madrugada,
Um novo alvorecer, meu canto trilha.

183

Um novo alvorecer, meu canto trilha
E espalha além do amor, boa vontade,
Chegando a cada canto da cidade
Na voz da poesia, uma andarilha.

Depois de consertar, do barco, a quilha,
O pensamento abarca e agora invade
O quanto eu desejara em liberdade,
Não quero ser na vida, simples ilha.

Unindo nossos versos, companheira,
Da vida, a mais perfeita mensageira
Formada pelos brados, teus e meus.

Na força da amizade, amor se insere
Portando amanhecer que um sonho gere,
Deixando à solidão, somente o adeus.

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Deixando à solidão, somente o adeus
Estendo o meu olhar ao infinito,
Alçando em liberdade, solto o grito
E encontro os teus sorrisos sobre os meus.

Nos sonhos embolados, dois Morfeus,
Decifram cada sonho já descrito
Toando em comunhão, no mesmo rito
Do amor que nos transporta e leva a Deus.

Nas mãos entrelaçadas, igual prece,
Aos meandros do amor já se obedece
E nisso o caminhar se faz preciso,

Pareado contigo eu não me canso,
E enquanto a cada dia assim avanço,
Adentro ao mais sublime paraíso.

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Adentro ao mais sublime paraíso,
Constelações; encontro a cada passo
O pensamento alçando o livre espaço
Espalha em meu caminho, o teu sorriso.

A sorte que se fez sem um aviso
Espelha no teu rosto cada traço
E a cada amanhecer de novo eu faço
Andanças tão fantásticas que biso.

Com toda esta esperança, aberto o peito,
Felicidade plena, agora espreito,
Prossigo sempre nesta direção.

Recolhendo as estrelas que espalhaste
Percebo quanto em mim tu perfumaste
Vivendo, com certeza esta paixão.

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Vivendo, com certeza esta paixão
Eu sinto que terei num novo dia
O bem que na verdade já queria
Trazendo à nossa vida uma emoção.

Cansado de encontrar a negação
Pensara tão distante uma alegria,
Porém ao me embrenhar na fantasia
Percebo a mais total transformação.

Uniformes vontades junto iremos
Chegando ao que sonhamos e queremos,
Nas tramas deste amor que é feiticeiro

Vislumbro um belo e claro amanhecer,
No espelho da esperança eu posso ver
Olhares num só brilho, verdadeiro...

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Olhares num só brilho, verdadeiro
Norteiam com amor a direção
Além do que prediz uma ilusão,
Recolho raras flores no canteiro

Recebo o teu perfume, sei teu cheiro
Afago os teus cabelos, tentação.
Mergulho no teu corpo em cada vão,
Persigo cada rastro, vou inteiro.

Enquanto a noite chega e a vida passa
A lua com seus raios nos abraça
E eu sinto o teu calor, quero teus braços.

Unidos adentramos madrugada,
Durante esta fantástica caçada
Entrego-me, cativo, nestes laços...

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Entrego-me, cativo, nestes laços
Qual fora na caçada, a tua presa,
Sem medos, sem pudores ou defesa
O peito exposto aos loucos, firmes aços

Recolho cada qual dos meus pedaços
Hipnotizado, imerso em tal beleza;
Quem sabe desta sorte sempre a preza
E deixa-se prender pelos teus braços.

Uma alegria é rara nesta vida,
A sorte se mostrando decidida
Permite um novo tempo, renovado

Felicidade plena agora vejo
Sorvendo cada gota do desejo
Sentindo esta presença aqui do lado.

189

Sentindo esta presença aqui do lado
De quem eu procurei a vida inteira,
Eu sinto uma alegria alvissareira
E deixo bem distante o meu passado.

Um dia que se faz iluminado
Ao ter o puro amor como bandeira
Ao ver esta alegria verdadeira
Encontra o rumo certo e procurado.

Sabendo desta glória, agora sigo
Aberto o coração junto contigo,
Recebo o doce alento em poesia

E tendo esta certeza vou em paz
Vivendo esta ilusão que amor nos traz
Entrego-me a mais bela fantasia.

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Entrego-me a mais bela fantasia
Deixando-me levar, caminho ao léu
Conheço em teus carinhos claro céu
Vislumbro a maravilha em novo dia.

A vida vai rodando em carrossel
Às vezes com tristeza ou alegria
Renova-se decerto com magia
Por vezes benfazeja ou mais cruel.

Quem ama na verdade sente medos,
Conhece dos prazeres os segredos
E perde-se em caminhos mais dispersos.

Se a nada ou a ninguém ele obedece
Amor velho travesso sempre tece
Sentimentos perfeitos e diversos...

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Sentimentos perfeitos e diversos
Dominam minha vida de poeta,
Escrevo de maneira mais direta,
Sem ter mirabolantes, raros versos.

Adentro os mais distantes universos
Andando em linha quase nunca reta,
Felicidade plena é minha meta
Porém os meus caminhos são dispersos.

Amor faz molecagem com meu peito
Às vezes vou feliz e satisfeito,
Mas vendo uma palavra distraída

Num vício que me fez ser trovador
Eu sinto nestas letras, MEU AMOR,
Prenúncios de prazer em minha vida.

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Prenúncios de prazer em minha vida
Encontro nas manhãs de primavera,
O vento que me toca vem e gera
De todo labirinto, uma saída

A mão que se permite decidida
Enfrenta em destemor amarga fera,
Se eu tenho uma alegria que tempera
A dor de vez em quando, já duvida.

Fazendo um reboliço sem limites,
Às vezes não quer mais quaisquer palpites
E bate na janela, em temporal.

Porém escuridão não mete medo,
Sabendo usufruir, sei o segredo
No lume deste amor fenomenal.

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No lume deste amor fenomenal
Vejo tuas pegadas, sigo cada.
Depois de perceber a derrocada
Enfrentei mais temível vendaval.

Às vezes me estrepei fui muito mal
Em outras a vitória anunciada
Não deu depois de tudo, quase em nada.
Porém agora eu sigo; triunfal,

Os rastros dos teus olhos fonte rara
Da luz de uma esperança, forte e clara,
Capaz de toda história transformar,

Meu barco que se fez sem timoneiro,
Tocado pelo vento mais ligeiro,
Adentra num momento a praia e o mar.

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Adentra num momento a praia e o mar
Saveiro dos meus sonhos, triunfante,
Caminha por um rumo mais constante
Até que em manso cais possa chegar.

Eu quero em calmaria naufragar
Ao ver tanta beleza num instante,
Vencer a correnteza provocante
Beber até o dia clarear.

Chamando para a festa esta incansável
Parceira que se mostra mais amável
Deitando o seu carinho no meu peito.

O rio que decerto me convinha
No peito sonhador, logo se aninha
Fazendo do luar seu claro leito.

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Fazendo do luar seu claro leito,
Meu verso se entregou a tanto encanto,
Ouvindo em espiral o belo canto,
De todos os meus sonhos, satisfeito.

A cada novo dia eu me deleito
E vejo o claro amor por todo canto,
Se assim, somente assim, agora eu canto
Encontro rara estrela quando deito

No teu sorriso manso de criança
Um acalento eterno da esperança
Em toda magnitude reproduz

O brilho deste amor que nos inflama,
Causa revolução enquanto em chama
Adentra o mar imenso feito em luz.