segunda-feira, 19 de julho de 2010

A roupa

Vista-te, vá embora de uma vez,
solta meus abraços do teu corpo,
enrola-ti em tuas vestes protetoras.


Não pedirei que me agasalhe,
meu nu tem fogo de desejo,
teu frio é prazer que necessita de vestes.


Não volte teus olhos aos meus,
cubra-te de vontades, mas siga,
vista-te de alma até que aqueça teu sexo.


Deixa sobre a cama a roupa molhada de desejo,
do teu gozo virgem de amor,
do sem cor, sem cumplicidade, sem paz.


A nudez também te despe à carne,
não são roupas penduradas que fazem amor,
nem o ouro que te cobre, nem o brilho que te aquece.


Espalhe teus pedidos pelos caminhos que segue,
acalma tua nudez, não te ofereça,
quando acordar, antes, te vista de uma alma amante.

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