sexta-feira, 9 de julho de 2010

MEU RIO

Nas águas tranquilas do meu rio,
eu levantava velas, navegava,
e adormecia a contar estrelas
na ilha onde sempre acampava.


Das suas cristalinas correntezas
fluíam melodias que embalavam
os meus pequenos sonhos de bravura:
ali estava meu país de equidade.



Nas peregrinações de minha mente,
somente seres bons as habitavam,
inofensivos ao mundo como eu,
uma criança sempre deslumbrada!



Vários foram meus anos de ausência,
e hoje encontro o meu rio diferente,
abandonado, estreito, maltratado...
também envelheci, naturalmente.



Aqui estou a contemplar nosso cansaço,
nosso ocaso refletido em suas águas,
onde o tempo já mostra suas cinzas
na solitária noite dos meus passos.

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