quinta-feira, 8 de julho de 2010

Morrer de amor

Digo-lhe da pouca vida de um homem,
que vivia um pedaço de dia de cada vez,
arrastava um carinho a espera do outro,
um pouco de lágrimas, mas sem despedidas.


Somente um homem comum sem amor,
sem lembranças e alguém pra desejar,
como a lua que nasce sozinha no céu,
ouvindo palavras, promessas e mais nada.


Por anos caminhou separado do mundo,
eram somente entardeceres,
nas noites viam-se apenas uma sombra,
triste a falar dos amores que jamais amou.


Não tinha paixões mal terminadas,
não tinham hora pra começar o sentimento,
então escrevia nomes com endereço qualquer
daquelas cartas que jamais enviou.


O silêncio era certo, o continuo silêncio,
não tinha amor, não amou ninguém,
a porta ficava aberta pra sair,
não era justo, não era vida, não era útil.


O tempo caminhava perdido e mais rápido,
não tinha deuses que cruzavam seu caminho,
o dia que conseguiu entender a sua tristeza,
morreu de amor, daquele que nunca provou.

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