quinta-feira, 5 de julho de 2007

SONETO XCIV

Já me vejo na reta de chegadada

centúria de versos que não mentem

mas nem tudo que cantam é o que sentem

porque às vezes a dor é observada.

Quem notar que falei pouco de saudade

é só porque a saudade não cultivo

sendo o maior e o mais mortal absinto

sortilégio que sufoca a realidade.

Amo a vida com tudo que ela me deu

onde posso ser nobre ou ser ralé

dependendo dos valores que eu tiver.

Não culparei a saudade pelo meu pranto

tampouco à sina incutirei as minhas perdas

ganhos maiores eu terei em outras veredas.

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