segunda-feira, 23 de julho de 2007

MORA EM MIM UMA MENINA

Mora em mim uma menina desobediente,
atrevida e inconveniente,
com uma personalidade independente.
Uma menina que não cresce,
que me desafia e me aborrece.
Uma menina que é só emoção,
que destrói minha razão,
que se intromete no meu coração.
Mora em mim uma menina
com sentimentos só seus
e que não respeita os meus.
Mora em mim uma menina
que crê que tudo é perfeito
e não me dá o direito
de opinar, sofrer, desacreditar.
Mora em mim uma menina
que eu percebo pelo olhar
quando ela vai se manifestar
e é impossível controlar
seus ímpetos e vontades.
E é a mais absoluta verdade
que ela mora em mim
porque a vida quis assim.
Ela não cresce, não amadurece
e ela se esquece
que o corpo que padece
é sempre o meu.
Aliás, ela ainda não entendeu
que não podia entrar na minha vida
sem me consultar, sem me respeitar.
Mora em mim uma menina bondosa,
tolerante e carinhosa,
mas muito espaçosa.
Em diversas horas do dia
ela me impõe sua companhia,
me persegue e me guia
e me arrasta por caminhos
que pra ela são cobertos por flores,
mas pra mim são cobertos de espinhos.
Mora em mim uma menina
que remexe nos meus sentimentos,
que apaga meus ressentimentos,
que me deixa confusa em tantos momentos
por dominar com tanta habilidade
todas as minhas vontades.

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