segunda-feira, 30 de julho de 2007

uma luz que vem do sótão

Arfante meu coração aflito busca tocar meu senso
e desvia meu pensamento para que
o meu olhar de modo intenso,
posssa focar o facho de luz...
É lá que te escondes musa minha?
É lá que por mim clamas?

Viandante inveterado,
será que o sem rumo em mim se assumiu?
A inspiração fugiu?
Por que somente ouço o som, e não sinto o toque?
Por que apesar de conseguir
- mesmo que em modo opaco -
mirar o foco de luz,
eu voz ralentada, fico meio que perdido na calçada,
feito almenara gasta que não reluz?

Sinto que teu respirar arfante molha o rosto meu...
És posta, próxima...
Aprofundas em mim de tal forma,
que dividido, visualizo meu eu.

Por que não consigo fazer-te dormir?
Por que no nó que trava minha viagem
marca-me tua visagem,
mas eu não consigo meu amor traduzir?

Um sótão...
Um eco.
Um remoer de esperanças
que dança, rítmo completo
e esparge encantada nuança
onde espoca, fulgurante reflexo.

Mas descobrir-te, já descobri.
Necessidade de te seguir eu senti.
No teu amor me consumi.
Basta esperar o dia...
Basta esperar que minhas asas sequem
e eu, pássaro renovado,
possa ganhar altura mesmo em céu nublado,
e onde moras,
poder mansamente pousar...
E modo sereno,
te amar...

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