Estico, girafa, o meu pescoço
na direção do teu rosto...
Espreito, atenta águia,
a imensidão azul do teu olhar,
pouso, leve borboleta,
na flor entreaberta dos teus lábios...
Retiro, abelha, o mel da tua língua
e teço, aranha, o fio dos meus sonhos
no dorso nu
mural dos meus sentidos.
Arrepio-me, pássaro friorento,
sob as tuas asas-tendas...
Ronrono, gata preguiçosa,
no macio novelo do teu peito.
Marcho, formiga diligente
pelas intermináveis e floridas
trilhas do teu corpo.
Enrosco-me, cobra sibilante
em tuas pernas...
ao encontro de outra cobra,
que me espera...
1 comentário:
ADOREI ESTE POEMA, MUITO SIGNIFICATIVO.
Gilberta
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