Olha é ela!
A mulher que desfez-se
da imagem da janela,
e ganhou a rua...
É ela!
A mulher que passou a construir sonhos
e inserida em projetos risonhos,
fêz-se dona, fêz-se dela...
Mas por que não riem mais daquela donzela?
Por que os que transitavam em percalços
pelas pedras das vielas,
hoje postam-se nos parapeitos de suas janelas?
Uma realidade se fez, se desenhou e hoje arde
naquela cidade onde faziam alarde,
quando aquela mulher
contava em transe a sua verdade,
através dos seus sonhos que voavam
e que hoje, fincam no solo, os seus pés.
Sim é ela!
Aquela mulher bela
que insistia em desenhar em sua poesia,
toda a inebriante força que nela se fazia dia
e de forma coerente dividia,
a opacidade e a magia.
Hoje todos a assistem...
Hoje todos queriam construir sonhos
feito os dela...
Mas coitados, embruteceram-se tanto
num perdido e vicioso encanto
de que o mundo não suportava mais
os sussurros dos quais, advinham as coisas belas,
que de tanto duvidar, perderam-se...
Hoje imersos em lembranças amargas
em meio a envilecidas donzelas,
suspiram por não terem sido que nem ela.
Aquela moça bela
que construia sonhos em sua janela...
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