Sou José de Jesus, Beneditino
De clausura sou monge e devotado
Aos alvores recito as Laudes, acordado
E à tardinha o oficio vespertino
Medito e depois rezo a Missa Santa
Antes d’anunciarem o almoço
Quando é noitinha nenhum alvoroço
Me tira um som saído da garganta
São as regras do nosso Convento
Eu e os meus irmãos as respeitamos
Passam por nós os meses e os anos
E o penhor é o mesmo; a S. Bento
Às vezes há visitas ao Santuário
Um bispo ou um vigário que cá vem
E mostramos então o entretém
Que cada um de nós tem d’usuário
Fora disso o nosso irmão Trindade
Amassa o pão que nos é alimento
Pois a vida monástica é de rudimento
E o nosso hábito, de frugalidade
E sem segredo conto que fazemos
Algumas travessuras aos noviços
E ficamos a ver seus reboliços
À procura dos terços que escondemos
Por hoje disse tudo o que queria
Em confissão de amigo pra qu’entenda
Que aqui a vida é bela e sem contenda
Ao contrário da sua, que eu não queria!
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