Diante do espelho
fico a me olhar...
não em adoração,
nem contemplação,
mas sim a meditar.
A procura de respostas.
A compreensão da vida
faz doer meu interior,
levo comigo a vida e ela
me leva nas mãos como
um frágil objeto,
fácil de se manipular.
Que se quebra num sopro
apenas...
Sinto que há um inferno
camuflado no meu céu.
Muitas armadilhas
montadas,muitas tentações
a minha espera.
E eu permaneço de olhos
vendados,para as verdades.
A realidade é tão transitória
como o tempo.
As armadilhas passeiam, soltas
há arames farpados por todos lados
camuflados de fios de seda.
Mas eu não sei ou não quero
distinguir a diferença.
È preciso muita coragem
para lutar contra os vilões.
Sei que não sou fraca,
muito impetuosa, teimosa,
preço caro da minha rendição
talvez!
Meu pecado é a falta de fé,a
falta de acreditar,de perseverar,
o medo das mudanças,o pavor
do novo, do desconhecido,tudo
me aterroriza,me inquieta.
No espelho, a imagem refletida
me choca...
olhar endurecido...distante, frio,
opacos, sem brilho.
Nem a maquiagem consegue
apagar as rugas do tempo,
nem disfarçar as inseguranças...
as seqüelas deixadas pelos anos.
Acendo a luz do abajur
sinto que preciso de luz...
para me enxergar melhor.
Mas,infelizmente não é dessa
luz que preciso,mas sim da luz
incandescente que ilumina a alma,
que me permita ver o meu
" eu" real e verdadeiro,
sem falsas expectativas.
Escorre em minha face
um pranto silencioso,dolorido
mal compreendido.
Oro pedindo paz no coração,
tento acalmar minha emoção.
A noite me encontra ali parada
pedindo por dias melhores,
por noites menos escuras...
permitindo que o entendimento
se faça clarear.
Um desejo grande de evoluir
de fazer a transição
entre o certo e o errado,
para quando chegar a hora de ir
eu vá sem tantos pecados...
deixando no limbo enterrado
sepultado, esse passado
tão mísero...tão atordoado...
tão atormentado,onde vivi só
atropelando os sentimentos,
matando as flores que coloriam e
emprestavam vida ao meu caminho.
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