segunda-feira, 23 de julho de 2007

DIVERTIDA BRINCADEIRA

Não importa que não saibam o que eu sei,
não importa que não sintam
tudo aquilo que eu sempre sentirei.
Não importa se eu me entreguei,
se a via de mão única que eu enfrentei
agora está interditada
e se não existe nenhuma estrada
que possa pra casa, de volta, me levar.
Não importa se errei de lugar,
de hora, de dia, de mês, de ano,
de proposta, de plano.
Nada mais tem importância,
que descanse na ausência e na distância
todos os enganos que eu cometi,
todos os delírios que eu vivi.
De que valeria, afinal, a vida
se não nos permitíssemos sonhar,
se ilusões não pudéssemos alimentar?
Não tem nada que, numa altura dessas,
eu deseje ou precise ratificar,
colocar no devido lugar ou apagar.
Se foi é porque era pra ter sido,
se aconteceu justo comigo
alguma razão deve ter tido.
Mas eu fui apenas personagem de uma história
que ninguém há de guardar na memória,
que ficará esquecida como livros em prateleiras
criando traças através de uma vida inteira.
Eu fui o brinquedo de uma divertida brincadeira
e errei quando cismei e ousei
que ela poderia se tornar uma situação verdadeira.

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