Se de fato me amas, não precisas
anunciar aos quatro ventos,
gritar pelas ruas,
escancarar janelas e porteiras.
Não precisas proclamar aos quatro cantos,
nem espalhar pelos quatro continentes
ou mergulhar nos quatro oceanos
para levar o teu amor, pelas correntes.
Se de fato tu me amas, não precisas
gritar pelos quadrantes da cidade,
nem ficar repetindo, repetindo,
em cada uma das quatro estações.
E nem por quatro semanas necessitas
por anúncios nos jornais dominicais...
Também não tens que, pelas quatro fases
da lua misteriosa, nos telhados,
subir a fim de anunciares, loucamente,
o teu amor por todo o firmamento.
Basta, amado, se de fato tu me amas,
entre as quatro paredes do meu quarto,
- as quatro mãos assim entrelaçadas
e quatro olhos a brilhar, na escuridão -
deixar que o amor, sem pejo, não se cale...
e que ele assim,
silenciosamente,
fale
.
.
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