Foge de si nas mesmas voltas ao mundo
despedaçando a opaca luz da redoma,
colhe de si o culto agreste e beija a lona
em silêncio oprimindo os ermos segundos.
Foge de si no exato círculo tão infiel,
palavras alagando essa despedida
num choro sem graça às flores esmaecidas,
brotando o adeus ao espinhoso silêncio cruel.
Foge o sol anoitecendo o dia cinzento,
apagando a chama, verte da lacrimal
a decomposição dum enxerto mortal
quebrando a confissão às secreções e ungüentos.
Foge a lua do azul, não há mais firmamento,
e sem chão ou espinhos agrestes, beija ninguém
e foge de si num choro apontando o além,
e o sol colhe o culto de um mundo cinzento.
Sem comentários:
Enviar um comentário