segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

OLHO POR OLHO

Por quê?



Porque o que tanto quero não faço

e o que não quero realizo?

Porque, se quero tanto a paz

não a bendigo?

Mas a guerra que tanto temo,

a faço sem aviso e não a maldigo?



Por quê?



Porque o bem que é santo,

a mim mesmo não imponho,

e o mal que é tão somente mau,

o faço como a realização de

um belo sonho?



Por quê?



Porque o caminho tortuoso

é o que escolho?

Porque o talião no coração?

Porque não o perdão?



Dizes-me tu, que és tão consciente!

Porque olho por olho?

Porque dente por dente?



Porque, alma desvalida!

Porque procuras nas guerras

a dor tão sentida?

Porque és do amor,

tão desprovida?



Porque não queres a paz,

que à alma é tão sublime?

Porque não te redimes?



Por quê?



Por que a vida subtrai sem dó?

Vê e observa, um dia andarás perdida

e só.

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