Um sol ardente me envolve em réstia
Pela encosta do horror que escalei
E se dissolve ao redor da inércia
Para focar o ponto crítico onde parei.
Fico aturdida interpelando a vaidade
Nos alabastros dos anos que já trilhei
Ressalto em mim o alvor da claridade
Pra ressurgir como a Santa que adorei.
São tantos os pecados que carrego
Vendo o astro no céu que me conduz
Me confundo e pelo súbito me entrego
Absolvendo em reverência a sua luz.
Se durmo em pastos por amores embalada
Acordo com matilhas a me agredir
Preciso expor risos em boca silenciada
Pra não tombar quando a fraqueza permitir.
Agora que pressinto a escuridão
Esmaecida pela força desse raio
Sou mais anjo, ou sou poeta em mansidão
curvada pelo suplício onde me esvaio.
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