sexta-feira, 6 de julho de 2007

quem sabe da sementeira conhece a colheita

Em verdade,
a luz procura o belo,
assim como a poesia,
busca o momento singelo.

Os seres vivos
absorvem o que de puro
pode tornar-lhes ativos,
e faze-los
sem desvelos,
entregar-se no sentido lato
ao fato, ao ato,
de serem abençoados
pela divina vida
cristalina e colorida.

Quem sabe da sementeira,
por certo prevê a colheita.

E no momento certo,
após o sol dar vida às sementes
e o sal do rosto
inundar o solo,
vê-se que o quê se fará concreto
é a força do arraste, o lastro silente,
que deixa exposto
a vida consciente.
O milagre posto.

Sol, sal,
são da terra,
os elos.
Do céu,
a luz.
E da energia,
o tom de cores fortes
que traduzem a sorte,
de sermos o que somos...

Por mais que as tempestades
nos assustem.
Por mais que as inverdades
nos achaquem de forma covarde.
Por mais enfim,
que se busque inutilmente o fim
para o que de fato,
se fará eternidade...

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