sábado, 14 de agosto de 2010

PRESO NO MEU CORPO

Preso de movimentos
vejo meu corpo obsoleto
sem reacção nem ânimo
qualquer tipo de interacção.

Tenho o secreto desejo
que tudo ainda possa mudar
mas os indícios não são
favoráveis a essa mudança.

Sofro as dores no corpo
e não tenho nada que me
valha para mudar esta
situação assaz atroz.

Não dá para entender este
organismo que rejeita tudo
mesmo o que lhe é essencial
deixando-me quedo e mudo.

Não tenho mais onde recorrer
já esgotei todas as valias
e meu corpo ressente-se
de tão infame má sorte.

Perdi a alegria e nada me
contém na brusca revolta
de tudo o que se passa
e me deixa atónito de surpresa.

Acabou-se estou destinado
a sofrer as ânsias e as dores
que meu corpo em sofreguidão
sofre por arrasto sentido.

Melhor fora desaparecer
e acordar outro homem
que estivesse em sincronia
com meu organismo vil.

Estou só novamente
sem remédios para a minha
cura que não tem fim nem
principio só a ausência de nada.

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