segunda-feira, 2 de julho de 2007

AGORA

A chuva chora de mansinho,
bate na vidraça que embaça.
Soluça baixinho no sopro do vento,
que nos rastros do tempotoda dor passa.
Se ora me desfaço, amanhã renasço
faceira e sem embaraço.
Sei... Um dia também passo,
que eterna não é esta minha pele
e enquanto a partida não se revele,
esta alma infinita sonha
com a magia do amor,mesmo se finito for.
Que venha ungido de sons,
tons e gemidose acorde meus sentidos
com beijos adocicados,de juras impuras
selados nos corpos colados, suados...
No cantarolar da fina garoa que agora
cai lá fora,entrego-me em seus braços
solta e nua,nesta tardia hora.
Esqueço a falsa moralidade
E a covardia da minha casta metade.
Sou sua...Prenha de liberta felicidade,
possua-me de mansinho,vá tecendo rendas
de carinho por todos os caminhosdos
meus cantos e recantos,revestindo-os de encanto.
Conceda-me seu prazer para assim preencheras
lacunas deste meu querer.
Quero o agora sem demora e por inteiro...
Saborear cada gota do instantecompleto,
ardente e sem correntes.
Preciso aplacar o frio da solidão
antes que amanheça desencanto,
pois ao findar da noite a escuridão
e a lucidez do sol raiarclareando a
realidade,sei que vou chorar
por sonhar em vão...

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