quinta-feira, 28 de junho de 2007

Voto de minerva

Vomita os sonhos irritadiços na mesma medíocre exatidão,
e tão ressequido de sentimento quão fora a vida enganosa,
assovia a desatenção insistente, bragal desta face ardilosa,
fingindo um não sei, na opaca febre dos olhos em derrisão.


O que dizer àquelas mãos que embalaram o velho menino?
Amores diferenciados de Minerva, teu voto errado é o certo;
o aposto recolhe o sereno das lágrimas fazendo um deserto
no leito onde transpira o sal do veneno em insano desatino.


O ódio tomba um cego se na queda alguém sangra até o fim.
Querer enxergar a rotina da fumaça que começa e já termina
na transparência infiel de uma verdade que agora descortina,
mostrando a herança vadia e a cólera embriagada em motim.


Ebriedade e dó? À hora da pena chegou rompida em toda ira
restando somente o mais nada no montante rígido de pedras,
e uma gota manchando o chão onde o voto do amor se nega
a beber deste cálice, e ver Minerva mãe, na vinha da mentira.

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