Palavras soltas, loucas, roucas,
em versos feridos, paridos espremidos.
Frases estranhas arranham as entranhas
e ecoam ardidas, contidas, doídas,
abrindo feridas para o resto da vida.
Lágrimas reclusas, choradas pra dentro,
denunciam querências e constrangimentos,
um quero e não devo, ainda te espero,
um ainda te amo, apesar dos enganos.
Um quê de feitiço, não seja por isto!
Lembranças dos dias de encanto e magia,
dos meus vinte anos e dos muitos poemas
e eu os mantenho intocados, no armário;
palavras aprisionadas em versos profusos.
Chegou o inverno, faz frio e chove,
o teu telefone não atende o meu grito
e quando atende... lamento é engano!
Ainda guardo a lágrima chorada pra dentro,
cristalizada na memória, fossilizada no tempo.
Queria poder esquecer o teu cheiro,
queria poder encontrar o remédio,
queria poder deixar o cigarro,
queria poder pintar mais um quadro,
um que retratasse o teu sorriso suave,
um que te aprisionasse para sempre ao meu lado.
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