E houve um período, em que a dor
falava mais alto do que o amor.
Era um período sombrio,
onde se ouvia o estridente estampido
das mágoas guardadas...
Das lembranças remoídas,
qual trincheiras exaltadas...
Mas a vontade de sorrir
dominou o instante do pranto...
E por mais que o acalanto
teimasse em calar...
o ressoar da poesia
voltou a vingar...
E, por isso, tanta coisa calada,
tanta tristeza pausada...
Sem nada adiantar...
Quantos abraços poderiam ser dados,
quantos cantos entoados...
Em nome da paz!
Se se olhar para trás,
veremos um terreno plantado,
esperando a chuva cair...
Chuva abundante de lágrimas quentes,
que mostra a tristeza, descendo borbulhante...
Chuva em cataratas escondidas,
descendo das lágrimas de nossos olhos,
qual abrolhos,
que não têm onde fixar a dor...
Fala o amor existencial...
Fala a fraternidade universal!
Mais importantes que a individualidade
escorregadia de uma tristeza calada...
Em nome da paz, eu escrevo este poema,
que amadureceu todo o meu tema,
porque simplesmente pensei...
E meditei e compreendi
que o Universal predomina sobre o Individual...
Que o amor maior sempre vence o egoísmo
e que o civismo é mais importante,
do que as conquistas dos palanques,
que não obstante
se instalam em nosso viver...
Nada pretendo,
além deste abraço,
unindo qual laço
os corações das almas tristes,
das almas distantes,
porque magoadas sem poder se abraçarem...
se estreitarem,
em virtude de tanto desengano...
de tanto amor fracassado,
simplesmente por ter estado
em regime de solidão...
Demos vivas ao coração,
que bate forte como um tambor,
convidando a todos, para nos reunirmos
em volta de um banquete de amor,
cujas batucadas apenas propaguem
este canto, que agora faço,
para dizer a toda gente
que das mágoas me desfaço,
para que possamos nos abraçar_
todos juntos_ em nome simplesmente da Paz!
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