quinta-feira, 5 de agosto de 2010

MINHA MEDIOCRIDADE

Talvez eu seja alguém medíocre, com certa diferença entre eu e outras pessoas. Digo medíocre porque com certeza eu não compreenda esse amor que a maioria dos seres humanos diz ter.

Talvez eu não entenda de amor ou talvez eu não aceite a maneira de amar da maioria das pessoas porque eu seja realmente medíocre, sem raciocínio e sentimentos semelhantes.

Por exemplo, eu não entendo o amor que alguém sente por quem ama quando tira a vida do seu “amor”, baseado na justificativa da defesa da honra, ou do chamado crime passional.

Defesa da honra e crime passional uma ova! Mais desonrado ficará a pessoa que o cometer certamente, porque quem ama não mata, pelo contrário, dá a vida. Será que a justiça não tem uma parcela de culpa sobre os chamados crimes pela defesa da honra e crimes passionais, quando um júri absolve o criminoso nessas circunstâncias?

A vida é direito sagrado, e todos, inclusive a justiça, deveria vê-la por esse prisma. Eu entendo que a única situação em que uma vida pode ser tirada é quando o crime é praticado em defesa de outra vida, sua ou de outrem, e da própria sociedade.

Voltando aquela parte do amor, eu não sei se sou eu que jamais soube amar ou será o jeito diferente de amar de certas pessoas. Amar no meu entender medíocre, não é ter direito de posse a quem se diz amar. Eu entendo que quem ama dá a necessária liberdade ao outro, para que possa também ter a mesma liberdade. Ou será que Francisco de Assis também era ou estava medíocre quando citou em sua prece, é dando que se recebe?

Os jornais e telejornais estão lotados de notícias de crimes praticados em defesa da honra e crimes passionais, principalmente contra as mulheres, certamente porque a maioria dos réus foram absolvidos. No dia em que os juristas entenderem que esses crimes também devem ser classificados como hediondos quem sabe com a condenação do réu, se não terminarem, pelo menos irão ter com certeza uma grande regressão, ou a minha mediocridade uma acentuada progressão.

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