segunda-feira, 2 de julho de 2007

QUEM NÃO DEVIA

Em absoluto silêncio cavalgo pelo
cosmo estelar...
Pensamento, meu tordilho negro,
solto ele a galopar!

Vai, meu cavalo,
por terras em que nunca pisei !
Além serras, além mar ...
Tu és alado, bem sei !

Cruza nessa amplidão,
sem tocares o chão na maior
das alturas a voar,
onde o homem procura um Deus,
para se confessar !

A minha insignificância, Senhor,
diante dessa amplidão que
jamais conquistarei...
Esta minha ingênua arrogância,
pensando ser rei!

Tombo aflito,
com todas as minhas dores !
Diante de Ti, Deus bendito,
o maior dos pecadores !

Não cobiçar a mulher alheia...
Ah, Senhor! Venceu-me a tentação!
A dor do outro causei,
entrego-me em tuas mãos!

Amei quem não devia,
quem não podia...
Guardei-a na alma e coração !
Existe para mim qualquer consolo,
em meu pedido de perdão ?

Mesmo que eu pague
com a mesma moeda e seja breve !
Da mesma forma outro homem chega
e a carregue ?

Que eu sofra a mesma dor
e desengano?
Quem manda eu amar,
como amo?

Seria um consolo,
ou um pedido de um tolo, o perdão?
Arrancá-la aqui de dentro, não
posso...
Abrir o coração!

Queimaremos no fogo do inferno
no pior dos horrores?
Descumprimos os seus mandamentos...
Ah, Deus , tende piedade de nós,
pecadores!

Em absoluto silêncio,
dobro meus joelhos!
Feri, na alma, um irmão!
Busco um consolo em ti,
nesta triste confissão!

Amei quem não devia,
quem não podia...
Guardei-a na alma e coração !
Existe para mim qualquer consolo,
em meu pedido de perdão?

O amor basta
para o ato que pratiquei ?
Entrego-me a ti, cumpra-se a tua lei !


Amei quem não devia,
quem não podia, eu bem sei...
Sem nada ver!
Apenas amei!

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