quarta-feira, 4 de julho de 2007

LÁGRIMAS

Ó lágrima! Por que não te aquietas no teu lugar?
Por que te alvoroças quando o coração quer amar?
Tu não és mais que pureza de meus sentimentos;
Tu não és mais que a taça dos meus sentidos lamentos.
Aquieta-te, pois, dorme teu sono!...
Deixa-me assim no meu dolente abandono, assim quero estar,
ou deixa-me vestindo alegrias, assim quero amar.
Alvoroça-te na minha felicidade, inunda de pureza minha face!
Esta é minha noite de amor!...
Em meu coração o tão sonhado enlace.
Alvoroça-te, cobre-me o rosto de alegrias,
assim como fazias em minhas tristezas e nostalgias.
Anda, apressa-te umedece meus olhos!
Bem sei que nos caminhos do amor não se colhe somente flores,
mas também espinhos.
Ah lágrima, como és sentida,
como te fazes ocasião tão querida!
Quem ama e é feliz, não se aparta de ti.
Pois és o enxaguar do amor,
o orvalho da dor.
Tu és saudade, felicidade também,
daquele que ama,
tu és o mais querido bem.

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