quinta-feira, 19 de julho de 2007

DORMÊNCIAS

Quando a noite se vai, apagam-se as estrelas
e o poeta abandona a lira delicada,
as musas lá se vão... tu já não podes vê-las
pois elas se diluem, já alta a madrugada...
Recolhem-se as bacantes, aos seus divãs de seda
e as Vestais se despem de seus mantos etéreo
se Vênus comandando o exército de astros,
esconde-se com eles no céu azul-turqueza.
Desperta do seu sono a mágica cidade...
a luz do sol acorda diários afazerese os sons
cotidianos sufocam a melodia
que antes preenchia a alma e os sentimentos.
E fecham-se, então, os olhos do Poeta.
As musas, fatigadas, precisam descansarda
noite de folguedos em campos celestiais...
O dia enfim prossegue, calado e sonolentos
em cor e sem perfume, isento das plangências
da lira magistral do amante trovador...
A vida segue o curso, sombrio, lamacento,
em lapsos, momentos, crivados de dormências
que sempre nos povoam a vida sem amor.

Sem comentários: