sábado, 23 de junho de 2007

BUSCAS INÚTEIS

Na implexidade de mergulhos sem destino,
Meu pensamento procura, no fundo do passado,
Por destroços submersos,
Como se pudesse reconstituí-los,
Tais quais vasos quebrados.
Mas não!
É-lhe impossível dar vida ao que deixou de existir.
Miragens mentais,
São meras sombras, projetadas
Na tela da imaginação.
Ingenuidade a minha querer a volta do que se foi...
Então, por que perder tempo no tempo,
Se o tempo é o agora, para ser vivido?
Que importância tem a lembrança de um beijo
Que não traz mais sabor;
De um abraço sem ter mais calor;
Ou de um corpo que não se pode acariciar?
Viver no passado é morrer no presente;
Morrer no presente é matar o futuro.
Quero amar agora, fazer parte do agora,
Para não chegar ao depois, sem ter sentido a vida.
Quero ter o que tenho, ser o que sou,
Porque amanhã serei apenas pó,
Poeta esquecido, sem nome lembrado,
Apenas um ninguém, que um dia existiu,
No meio do tudo, a procura do nada.

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