segunda-feira, 14 de junho de 2010

O Tamanho da Dor

Eu sei o tamanho da sua dor.

Imagino o quanto te custa levantar a cabeça,

sair de casa.

Até respirar parece uma tortura.

A dor no peito parece indicar o fim da vida que nunca chega.

Em sua cabeça, o que importa é quem te fez sofrer.

Você não aceita a situação atual.

Não é justo o que fizeram com você.

Falar é fácil, e fica todo mundo te enchendo

com as mesmas frases:

"Você precisa reagir". "Você precisa reagir".

"Você precisa reagir".

"Você precisa ser forte". "Você precisa ser forte".

"Você precisa ser forte".

"Esquece isso." "Esquece isso."

"Esquece isso."

Sabe que isso já tá doendo nos ouvidos?

Será que os outros pensam que é fácil

passar pelo que você está passando?

Será que eles pensam que é só querer e tudo está resolvido?

Como esquecer o passado,

se o passado para você é o seu hoje... é o seu presente?

Se para você as lembranças daquele dia,

quando você sofreu a "grande humilhação da sua vida",

estão tão vivas, mas tão vivas que parece

que tudo está acontecendo agora.

Tá vendo, foi só lembrar e você já começa a chorar,

de tão forte que é a dor.

É, realmente eu sei qual é o tamanho da sua dor,

e não acho justo que as pessoas fiquem tentando

julgar o seu sofrimento, a sua situação.

Cada um de nós sabe exatamente onde a dor é mais forte.

Cada momento que vivemos é registrado em nossa mente

como "um arquivo fotográfico".

Quando precisamos identificar alguma coisa

buscamos nos nossos "arquivos mentais"

a foto correspondente ao que buscamos entender.

Se alguém fala em "uvas", você não precisa ver as uvas

para saber o que são;

dentro do seu "arquivo" tem uma foto de uva

e você manda buscar essa foto instantaneamente.

É um processo natural.

Quando te falam de algo que você não conhece,

você precisa ver ou viver a situação

para colocar essa foto no seu arquivo.

Pois bem, nos seus arquivos,

existem diversas fotos de felicidade.

Diversas fotos de momentos em que você sorria.

Fotos de momentos especiais nos quais

os amigos estavam presentes, a família, e outras,

onde você estava muito bem.

O exercício é esse:

mande buscar essas fotos no seu cérebro.

Reveja cada momento feliz e guarde, registre,

capture esse sorriso, essa paz, esse "calorzinho" gostoso

que sentimos quando estamos felizes.

Vá revendo as fotos da felicidade

que estão armazenadas em você mesma.

Não deixe que outras fotos "escuras" entrem no seu álbum.

Segure em sua mente essas fotos de felicidade

e saia dessa dor mais facilmente.

Não quero te falar as mesmas velhas frases

que todo mundo já te falou.

Você sabe o que é preciso fazer.

Não é fácil, eu sei que não é.

Toda batalha é dolorosa.

Toda doença deixa marcas, e a dor é uma grande doença.

Pior ainda se ela for a dor de uma paixão,

porque é uma dor invisível e sem remédios farmacêuticos.

Para todas as doenças existem remédios, que curam

ou amenizam a dor.

Para a dor do amor, só o tempo,

a sua vontade de viver e um novo amor para apagar.

A nossa grande vantagem como seres "racionais"

é que nós podemos criar o nosso álbum de fotografias

do jeito que nós queremos.

Monte um novo álbum para a sua vida.

Coloque nele apenas as fotos que te fazem bem

e espalhe ao vento as fotos que te fazem sofrer.



Eu acredito em você!

2 comentários:

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

Amiga,
Adoro seu blog e os poemas e mensagens.
Gostaria de saber o nome da música de fundo e quem a toca divinamente.
Há muito tempo ela não me sai da cabeça, mas não consigo me lembrar...
Por favor, me ajude...
Sua admiradora do Brasil
Regina Rocha (tb tenho um pezinho em Portugal !)