segunda-feira, 21 de junho de 2010

miserere nobis

As migalhas que reparte
é banquete
para as bocas ávidas,
para o choro conformado,
para a fome
que geme no ventre;
e entre os dentes
mastiga a miséria
sem misericórdia.
De que adiantam
as vestes de colorido dos céus
e os campos floridos
que recobrem a nudez?
Não mascaram
a cor do olhar vazio,
da desesperança,
do oco da vida.
E assim,
sem nome,
jaz na poeira
mais um... dentre tantos
à espera do fim.

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