segunda-feira, 14 de junho de 2010

TENHO UMA FOLHA EM BRANCO

Tenho uma folha em branco
foge-me da ideia o poema
meus ideais de quebranto
o testemunho e o teorema.

Não sei todavia o que escrever
se o que penso se o que sinto
talvez descrever
o que é em mim e somente minto.

A minha pluma flui inerente a tudo
se não houver aqui o que dizer
mais vale o poema mudo
que tem sempre muito por onde se ler.

E a inspiração está arredia
não consigo contornar este problema
transformo as noites em dia
sem fazer uso de grande esquema.

E assim nasceu mais um verso
chove em mim nos meus pensamentos
de tudo o que lhes mostro é o reverso
de todos os remédios e unguentos.

A folha alva vou preenchendo
com uma poesia de gritos
só fico aqui temendo
criar quaisquer atritos.

E assim nasceu mais um poema
que antes de o ser já o era
na minha alma lânguida o dilema
de tudo o que lá aprouvera.

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