Penetro pelos caminhos de pedra
nos quais o meu corpo segreda,
minhas querências
meus rabiscos de existência.
Indago-me:
Se minha alma volita
por que meu corpo se agita?
Se sorrio,
por que razão meu coração faz-se frio,
torna-se arredio,
quando o que busco feito corredeira de rio
é um desaguar em oceano?
Sinceramente?
As minhas abruptas visagens
amedrontam-me...
Fazem com que eu me amofine
e o que me define,
faz-se conceito irreversível
de sentir-me insensível,
apresentando de modo malfadado,
o meu outro lado...
Acho que na realidade
o amar me pertence,
mas eu não o mereço...
Fico aqui, inserido no que de verdade
minha poesia alcança,
e me esqueço...
Lanço-me na esperança
mas parece que ela sempre complica
meu mergulho...
Talvez eu tenha perdido meu orgulho.
Talvez eu tenha me ferido tanto, mas tanto,
que por enquanto
o que pra mim deveria se fazer canto,
dilui-se...
E transforma-se em pranto.
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