Em devaneios
viajam meus anseios...
Pra onde vão?
Para o mirante onde se abriga a emoção,
ou para a lacuna
que enche de bruma,
o intervalo entre suspiro e coração?
Sei não...
O pensamento não abre mão.
Ele corre, faz-se voar,
infiltra-se no vento e nos foge das mãos.
Arrepia o ventre...
Eu continuo tentando decodificar
minhas próprias lamúrias.
Não adianta falar sobre injúrias
e nem alertar sobre atitudes espúrias...
Em verdade o que se faz solidificar
é o meu fraquejar...
Fragilidade de quem ama é tão visível
que torna risível,
quaisquer iniciativas.
Quaisquer justificativas.
Enquanto meus anseios passeiam
pelos vértices das figuras que desenho,
eu me escondo, me abstenho.
Já sinto que o que tenho
nem sempre faz-se suficiente.
Mas as decepções resvalam insistentes,
sobre os corpos da gente.
Gente?
Já nem sei...
Sinceramente.
Sem comentários:
Enviar um comentário