quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

SACIANDO A SEDE

Caminhando, entre piteiras e arbustos
rasteiros, de amoras, onde me deliciei,
com seu doce néctar até que ambas as
mãos, se mostraram coradas e bem da
cor, do dito fruto, uma tremenda sede
assedia-me a procurar alguma fonte de
água, ali por perto, de boca ressequida.


Debaixo de um sol arrasador escutando
grilos e cigarras, camufladas, nas cascas,
das oliveiras, em pedras soltas, difícil se
torna caminhar, enquanto o sol, deixa o
ar rarefeito, e, a sede, traz as esperadas
alucinações, que eu julgo ver, um pouco
mais adiante, o imenso mar, suas ondas.


Era tudo, o que eu procurava; ali estava a
minha salvação. Então, de correr, não me
cansei, directo à imagem, de minha visão,
tão real, como os pássaros, que, por cima,
de minha cabeça, olhos turvos, acertei de
ter feito reparo. E porém, quanto mais eu
andava, mais atolado, entre areias, ficava.


Era tudo um deserto sem mar e sem nada.
Então resolvi voltar, para trás, vindo ainda
e sempre, pelo mesmo caminho. E atento,
aos cheiros, que, pululavam, por todos os
lados, e, me haveriam, de levar até à bem
dita água. Procurei, por isso, espaços mais
verdes, e, daí, fiz nova jornada, em diante.


Como uma sede pavorosa, reparei que ali,
a erva era mais húmida, e, enchendo-me,
de novas esperanças, foi que ouvi o jorrar
de água, correndo livremente. E, sim, era
o som de pássaros a cada passo meu, que
fui encontrar, banhando-se, na tão fresca
fonte, aonde me detive, bebendo e rindo.

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