sábado, 28 de fevereiro de 2009

A RAIZ DO MAL

Minhas férias coincidiram com a estação da primavera, que já se fazia presente com o desabrochar de suas flores. Eu andava tranquilo pelo caminho ladeado pela relva silvestre. O colorido daquelas flores misturava-se com o verde natural que a natureza caprichosamente pintara, mostrando-me a visão do belo. A brisa calma dava-me a sensação de carícia emplumada na suavidade do sentir. Eu parei por um instante para sentir a ternura que aquele momento me proporcionava. O silêncio parecia fundir-se com a beleza das flores quando ouvi uma voz ao longe que dizia, espera preciso lhe falar! Quem é você? Interroguei. - Agora não importa quem eu sou, eu só quero que me ouça!... Sem ver ninguém perguntei, e o que você tem a me dizer? O chão que você pisa é sagrado e as flores que vê é a vontade de amor do criador, e continuou. - As cores que fascinam a visão foram produzidas na pureza do coração de Deus, quando ainda não existiam palavras nem sons de pronúncias. E por que essa paz foi feita assim? Indaguei. Por que a palavra tem som e cada som tem sua potência, portanto cuida para que suas palavras, tenham o colorido das flores, pois a palavra pronunciada não volta mais, e essa, é como semente lançada ao vento, nunca se sabe aonde irá se plantar, mas quando plantada irá germinar um cento de um cento. Se as palavras forem de amor, germinarão solução e esperança para o necessitado, um floral de descanso para o cansado e a quietude da paz para o aflito. E a palavra contrária? Perguntei. - Essa brotará em abundância produzindo o fruto do ódio e do rancor, que se espalharão como a rapidez do raio, produzindo doenças, guerras e abominações, por que a palavra mal pronunciada é a raiz do mal. Obrigado pelo ensinamento respondi. Mas quem é você? Eu sou aquela que não se vê, mas se sente. Eu sou a comovente reação do sentir, a consciência que ainda ha de vir.

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