quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

LIVROS ESCREVEMO-LOS NÓS

Palavras soltas ao vento, que saberão
elas, que o mar não saiba já?


Posso escrever, que o mar, que aqui
desponta, um tanto revoltoso, é de
um verde jade, que, em espuma, se
dilui, ao encontrar-se, com a montanha.


E que, em contraste, com a beleza, do
verde, das águas, a montanha, fica a
dever, à riqueza destas, na falta de
pormenores, com a sua pedra nua e
grosseira, a invadir-nos os sentidos…


Algum mato, parecendo esquecido,
cresce bem junto ao precipício,
da frágua, proclamando o seu espaço
e tornando menos lunar e mais
terrena, a realidade, deste grosso, de
lenho, pedregoso.


O livro, deixado para trás, de quem lia,
tudo isto observando, deixa-nos o seu
testemunho e reconhecimento, de que,
do mar viemos e ao mar, regressaremos,
voltando ao inicio, com a terra, a
submergir, uma vez mais, nas águas.


E o vento, corre, uma por uma, as folhas
e as palavras, com que soubemos edificar,
a nossa espécie, e, de que,
voltaremos a fazê-lo, noutro contexto.

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