sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Rua louca

A rua era louca, rouca triste,

a madrugada tinha corpo frio,

o sorriso estava guardado na luz,

no alto do poste apenas a saudade,

o céu ficou riscado de paixão.





O cantor não tinha voz,

o conto estava sem imaginação,

a mente ficou escura

e a lembrança dela machucou,

porque o seresteiro não apareceu.





Cadê a gente que se abraçava,

o sonho espalhado nos olhos das pessoas,

as palavras sopradas no ouvido da menina,

a luz que fugia das janelas semi-abertas,

as mulheres que passavam provocando.





Se ela volta me dá motivo pra não dormir,

quero perder a razão dentro daquele corpo,

não quero alegria repentina,

quero carnaval dentro do peito,

serpentina de gozos espalhando amor.





Quero a madrugada quando a lua voltar,

os passos irreverentes dos amantes,

o presente antes do beijo,

os sins estampado nas bocas dos namorados,

a rua alegre, louca, rouca de saudade.

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