A rua era louca, rouca triste,
a madrugada tinha corpo frio,
o sorriso estava guardado na luz,
no alto do poste apenas a saudade,
o céu ficou riscado de paixão.
O cantor não tinha voz,
o conto estava sem imaginação,
a mente ficou escura
e a lembrança dela machucou,
porque o seresteiro não apareceu.
Cadê a gente que se abraçava,
o sonho espalhado nos olhos das pessoas,
as palavras sopradas no ouvido da menina,
a luz que fugia das janelas semi-abertas,
as mulheres que passavam provocando.
Se ela volta me dá motivo pra não dormir,
quero perder a razão dentro daquele corpo,
não quero alegria repentina,
quero carnaval dentro do peito,
serpentina de gozos espalhando amor.
Quero a madrugada quando a lua voltar,
os passos irreverentes dos amantes,
o presente antes do beijo,
os sins estampado nas bocas dos namorados,
a rua alegre, louca, rouca de saudade.
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