quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Dedos...

Dedos no teclado... Desnudos, solitários...
Dedos trêmulos... Perdidos... Sem vida...
Pobres dedos enfraquecidos, desnorteados,
Sem um mísero poema... Sem rica rima!...

Dedos outrora tão hábeis, tão agéis e leves,
Senhores de si, do amor ditado, sentido!
Dedos que desenhavam corações e nomes...
Testemunhas de um lindo sonho vivido!

Hoje solitários... Adormecem no teclado,
Sem alegria... Sem versos... Sem poesia!
Tendo por compasso o som da melâncolia...
Escrevendo e apagando a última sinfonia!

Ficou no tempo... No espaço, a derradeira
Ilusão... Sua mais transloucada utopia!
Só a verdade... Dita palavras feias e vazias...
E um céu sem estrelas faz-lhes companhia!

Que são os dedos de um poeta... Sem sonhos?
Para que servem? Se não mais falam de amores?
Jazem eles... Sobre um teclado frio e funesto...
Rodeados e perfumados... Por inúmeras flores!

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