sábado, 28 de fevereiro de 2009

Bala perdida

Contam-se os corpos,

contam-se as balas, as crianças,

contam-se as mulheres, as lágrimas,

contam-se histórias e nenhuma esperança.





A menina era virgem criança,

o homem era pai,

a mulher não mais caminha,

a bala se perde, mais uma vida que vai.





Não importa que morro, que cidade,

não tem olhos o povo lá de cima,

a força se esconde incapaz,

como se fossem versos sem rima.





No chão, corpos espalham injustiça,

a bala corta a noite ao meio, não é magia,

ninguém enxuga a lágrima da mãe,

nem pega na mão do órfão do dia.





Enquanto homens descem os morros,

descansa em seu leito a autoridade,

vem espalhando cruzes, arrastando vitimas,

não foi sonho, apenas impunidade.

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