Quando o bico do teu seio
atrevido sobre a camisa
transpassa o tecido
e aguça os meus sentidos,
como manter o equilíbrio?
Como evitar o olhar
diante da tua pele em chama?
Como preservar a calma,
se és fogo que incendeia
e traz pra perto o perigo?
E o que fica é só o desassossego!
Quando o outro bico,
esse não tão atrevido,
mais pra dissimulado,
escondido na tocaia
à espera do inimigo
dá a perceber teu intento,
como esconder o desejo
diante de tão cálida imagem?
Se me olhas assim de soslaio
e me mostras um carinho, um atalho,
como conter os meus passos
se tu me ofereces o abrigo?
Se é quente o colo que me espera,
se é doce o veneno, a peçonha,
como beber no teu corpo
e não morrer de prazer?
Ah criatura estranha!
Que respira tão perto e se assanha,
que tece tuas teias de aranha,
que escraviza e me faz renascer.
Ah! Se eu pudesse
me despariria em ti por inteiro,
só para viver protegido
no aconchego do teu ser.
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