quinta-feira, 12 de julho de 2007

nem aqui e em nenhum lugar

No que se forja
e constrói nos ligames d"alma,
prenúncios de clarejar,
o que será que habilita
o racional a se desnudar?
Num rasgo, nuance de trasgo,
que não percebemos...
Nem aqui, nem em nenhum lugar...

Um vulto,
que faz-se oculto
somente pelo pensamento incauto,
de não querer se mostrar?

E as pedras?
E o pó?
Será que na trajetória alada
dos adminúnsculos átimos,
no murmurar das alcovas
ou nos preâmbulos das prosas,
esse ser meio que maroto,
vestindo-se pseudo-atormentado
faz-se... constrói-se?

E as pedras?
E o pó?
Será que trarão nos seus efeitos
místicos,
os sons característicos,
com os quais a alma,
costuma se anunciar?

Nem aqui, nem em nenhum lugar...
Mas com a sapiência de saber
saber-se adônico...
Uma entidade.
Um mirante.
Uma verdade.
Uma vontade itinerante,
que os nossos gastos olhos avermelhados
não conseguem mirar...
Nem aqui, nem em nenhum lugar...

Por certo no seu caminhar concepto
esse ser desperto,
que nossos sentidos não conseguem divisar,
far-se-á quando a noite chegar, adormido...
Um ser divino, adornado, alado,
que sabe onde está...
Que tem na alma, sua diretriz.
Mas que nunca,
sob qualquer circunstância, diz.
Nem aqui, nem em nenhum lugar...

Sem comentários: