Escunas que ao longe avisto, sem rumo,
em meio a vagalhões medonhos...
Perdidas num mar imenso e revolto
à deriva, em retorno...
Vejo-me dentro de um veleiro
sem porto para ancorar.
Do qual sou o único passageiro,
Estando prestes a naufragar.
Escunas no horizonte sumindo...
Quem poderá detê-las?
Vejo-as dando um último aceno,
quem conseguirá de volta trazê-las?
Igual a nau em mar revolto,
meu coração está perdido, à deriva.
Sem escolta, sem ter porto,
Em meio à carga da estiva.
Mar que tanto me atrai! Hoje me trai...
Leva meu sonho onde não posso alcançar,
Numa última viagem acenando vai...
E eu, alucinada, tento em vão segurar...
Rendo-me submissa a ponto de sucumbir.
Tudo inútil, ele é mais forte que eu.
Contemplo estática, incrédula, vendo-o consumir,
feito algoz a tirar-me o pouco que ainda é meu...
Sem comentários:
Enviar um comentário