quinta-feira, 5 de julho de 2007

eu e o mar

Revolta-me a distância.
Pois ela revolve o que
não se resolve,
e a acrescência da ânsia,
passa a me consumir...

Solto.
Faço-me alonjar
num vôo/pensar,
e vejo o mar,
também revolto.

Será que na amplidão
desse azul/água,
existe um coração?
Ou qualquer tipo de mágoa,
que arde,
dorida, sofrida,
imersa em saudade?

Enquanto debato-me
com o que forçosamente,
se segreda,
as águas desse imenso oceano,
eclodem contra as pedras.
Estaria ocorrendo com ele,
o hiato de tempo/insano,
entre o que se posta,
no que se aflora desengano?

Mas apesar dos pesares,
pesos mortos, azares,
ele inda faz-se azul...
Eu enquanto isso,
aqui me acuo,
como é distante o meu norte,
o meu sul...

Mas vida que segue.
A água salgada,
porém abluída,
que no mar faz-se purificada,
talvez ensine-me um dia,
que os dias fazem-se
do que se veste nostalgia,
mas que pode igualmente,
num trasgo imperceptível,
fazer-se poesia,´
plasmando-se concebível,
como tudo o que se reinicia...

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