domingo, 8 de julho de 2007

Dicionário

Dicionário, é meu dia que vem amanhã...

Aquele que consigo continuar o sonho,aceitar o tempo ou a falta dele,mover as pessoas, pra dentro e pra fora do coração, da alma, do destino que não somos donos, do adeus...

Sou o livro louco da vida que me impõe,os dias são páginas que escrevo com meu olhar,as letras cheiros e gostos que provo,hífens são sins, nãos, são virgulas, ponto, viro a noite.

Amanheci cego, como o vento que gela o corpo,o frio não tem olhos sobre seu pescoço longo,ronda os miseráveis queimando-lhes a pele nua,provocando, atiçando, remexendo os problemas.

Não me tampem os ouvidos do som dos idiotas,falo, ainda que não me ouçam, grito ainda sem voz,apressem o trabalho, fechem as fabricas, apaguem a luz,nada garante meus dinheiros no final do dia, me calo.

Posso me esconder atrás das mascaras, dos gestos,perdi a realidade quando quis calar o mundo,sou apenas mais um hipócrita que sonha um futuro,com homens honestos, com atitudes de homens ao menos.

Meu dia recomeça amanhã de manhã, logo tem o sol,sinto-me paralítico, surdo, mudo, cego, imbecil,ando em direção ao nada que não sonhei, aos amores que não amei, aos dias que não amanheceram.

Perguntem-me sobre o dicionário, sobre as letras,dos livros que li, que escrevi e ninguém leu.Perguntem-me o que vai ser do meu amanhã, do seu,dizem que amanhã é outro escrito, já tenho o papel...

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