quarta-feira, 18 de julho de 2007

assim vou, assim vou, assim escrevo

Eu viajo...
No pensar, um chorar silencioso.
Meio que envergonhado,
não ajo...
Sinto-me intimidado.
Qual será a força,
que etérea
me impulsiona?
Por que não vem a tona?
Por que não se plasma?
Por que as notas
das canções que faço,
segundo dizeres arautos,
semitona?

Vim das vielas...
Permaneci durante muito tempo
sem perceber-me aquarela,
tramitando por ruas embreadas
onde os sons abafavam-se em covas...
Os murmurares alastravam-se pelas alcovas,
e eu somente sabia-me
quando no ir e vir,
o que me restava era o prosseguir.
Não me foi dado o direito de parar,
para poder perceber, sentir...

Mas eu viajo...
Sou viajor inveterado.
Continuarei compondo
buscando em poesias e versos,
trazer modo amplo, abjugado,
tudo aquilo que infltra-me
e em meu ser se aconchega...
Cantador que nunca parte...
Viajor que não se abate,
e sempre e sempre chega...

Assim sou, assim vou...
Assim escrevo...

Se versejo medrosamente,
escravo de regras?
Estou certo que não.
A alma é o retrato vivo
do que diz o coração,
atravéz da voz.
Através das mãos.

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