sexta-feira, 22 de junho de 2007

SUPLICIO DE UM SILÊNCIO

Nada em mim pode calar a voz que grita,
No desespero de um dia te perder.
Sofro essa dor que se debate atroz aflita
E ninguém sabe como é triste não dizer.

Perco os meus passos quando saio do teu rumo,
vagueio tonta, perdida, e não te esqueço.
Fico assustada, não sinto o vibrar do mundo.
Penso que nunca vou achar um recomeço.

Mas se não queres que esse amor seja falado,
Se preferes da vil torpeza esconder,
Saiba que em mim está vivo e consagrado,
Jamais no luto de um silêncio irá morrer.

Agora fecha os teus olhos amor, que um dia,
Minha imagem irá desaparecer;
Como uma flecha atirada em revelia
Sucumbirá ante o terror que irá viver.

O terror da noite negra e vazia,
Da imensidão de um mar a separar...
As vagas de perpetua agonia
Que para sempre meus olhos irão guardar.

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