terça-feira, 1 de abril de 2008

Despedida Sem Abraço

Errante..., solitária, com a esperança esmagada,

atravesso a amargura das noites frias...

Ecoam no peito os segredos da escuridão,

purgo da ausência as dores..., as fobias,

a consciência pesa, a alma chora...

Por que reneguei teu abraço quando foste embora?



Este deserto secou minha ternura...

O desejo cada vez mais impiedoso

soterra-me nas dunas arenosas da quentura...

Longe de ti mais árida ficou a vida...

Procuro a sombra, mas só encontro os abutres...

Por que reneguei teu abraço na hora da despedida?



Dele poderia ter tirado o agasalho,

para suportar o vento gélido das madrugadas

ou quem sabe a aragem refrescante,

para mitigar as feridas que doem, latejadas...

Por que não entendi quando me estendeste os braços

com um olhar de que ainda valia a pena seguir adiante?

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