Por mais que eu a recrimine
ela insiste em desnudar-se
nas vielas escuras ou becos mal feitos
nas largas avenidas apinhadas de gente
em qualquer lugar, decente ou indecente...
Sob olhares de censura, de mágoa
ou sob efusivos aplausos, não importa
ela finge-se de morta
mostra-se escandalosamente nua
não é minha culpa, nem sua...
Deus sabe o quanto a reprimo
quanto me empenho em lhe mostrar
o valor do recato, dissabores poupar
mas apenas um minuto de descuido
é mais que suficiente, cai o pano...
E ficamos nós duas, expostas na rua
eu e a minha alma nua
completamente nua...
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