terça-feira, 19 de outubro de 2010

Canção da paz

A paz é como música que nasce,
difícil de atingir a perfeição.
Às vezes, todos clamam que ela é fácil,
os mesmos que outras vezes dizem não.

Varre-se a nota sem ter serventia,
e morre a paz na falta de harmonia...

O som que é mais difícil solfejar,
são notas de amor e de perdão,
como se a vida fosse simplesmente,
o derramar das lavas de um vulcão.

Sempre sedentas, vão seguindo em frente,
lambendo, ansiosas, pelo chão,
de forma alucinada, impertinente,
toda esperança de compreensão.

E por milênios, tenta-se encontrar,
a nota dessa explêndida canção!
Que antes de algum gênio proclamar,
mistura-se ao ruído de um canhão.

E o mundo chora, cabisbaixo e mudo.
E chora a poesia, a inspiração...
A paz, mais uma vez, lamenta em vão.
Não mais a harpa, as almas tocam surdo.

Até um dia, quando Deus quiser...
Ou se cansar de ver tanta cegueira,
e tanto desamor e bandalheira,
nas lutas que se travam por poder.

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