domingo, 17 de outubro de 2010

CATIVO

Mulher, que me tens cativo,
desse teu amor desmedido,
não há instante, tão vivido,
como quando estou contigo.

Se não te vejo me vejo sofrido,
pássaro que no chão está caído,
e, meu olhar, assim perdido,
sonha-te, pelo sonho havido.

E a manhã, sem ter nascido,
guarda no seu olhar enobrecido,
este amor assim enaltecido,
do silêncio, quando adormecido.

Ah, mulher, que me tens cativo,
é por ti, que tenho aqui vivido,
e no tempo, que é tempo ido,
nascem as flores e o nosso sentido.

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